Vitória de Guimarães – SCR Altach (Liga Europa)
O Vitória deu um passo em falso na deslocação à Áustria, isso é inegável. A equipa esteve nervosa e a abordagem foi, talvez, excessivamente conservadora. Ainda assim, o golo de Tozé veio tornar a segunda mão uma excelente oportunidade para repor a ordem natural das coisas. No Afonso Henriques, com o apoio das bancadas e algumas mexidas no onze o clube minhoto tem tudo para seguir em direção ao play-off da Liga Europa.
Vamos rever o encontro da primeira mão, no Schnabelholz. As duas equipas entraram com vontade e a intensidade marcou os primeiros minutos do jogo. Douglas foi obrigado a uma defesa apertada e quase na resposta Cafú mandou uma bola à trave. Mas aos poucos os dois lados foram encaixando e o ritmo baixou. O Vitória de Guimarães tornou-se o dono da bola mas como estamos fartos de ver posse só por si não ganha jogos e quem não marca coloca-se a jeito. Foi o que aconteceu ao conjunto português. Aos vinte e quatro minutos o camaronês Louis Ngwat-Mahop converteu, de cabeça, um canto e fez o primeiro golo de sempre do Altach em competições europeias. O Vitória continua a dominar o a partida e a ser a equipa mais rematadora. Mas sempre previsível, sem rasgo, diante de um opositor que, legitimamente, se preocupava prioritariamente em fechar os caminhos para a sua baliza. Contudo, o golpe mais dura ainda estava para vir. No regresso dos balneários João Afonso falha um corte que não podia ter falhado e faz penálti sobre o adversário. Hannes Aigner não desperdiçou e o Guimarães estava a perder por dois a zero. Aí a equipa abanou a valer e não fosse a equipa de arbitragem estar em cima do lance – e invalidado o golo – e podia ter ficado com três de desvantagem logo em seguida. O que veio evidenciar uma fragilidade confrangedora da equipa minhota, a defesa dos lances de bola parada. Armando Evangelista tem trabalho específico para fazer.
A precisar de mexer com o jogo o treinador vimaranense chamou Tozé, para substituir Montoya. E foi logo outra coisa. Não se traduziu imediatamente no marcador, até porque foi o período em que o Altach estava mais confiante, mas deu logo outra dinâmica. Novas combinações, a introdução de criatividade começou a abrir espaços. Aos setenta e um Alex faz o passe a rasgar para a entrada do pequeno Tozé que remata cruzado, sem hipótese para o guardião austríaco. Foi o pé na porta que transformou um mau resultado num hipótese de redenção. Ninguém entenderá se o ex-portista não entrar de início, o mesmo deveria valer para Henrique Dourado, que, com a sua entrada reforçou o melhor momento do Vitória.
Onze Provável: Douglas – Arrondel, João Afonso, Moreno, Luís Rocha – Bruno Alves, Cafú – Licá, Tozé, Henrique – Tomané.
O Altach estreou-se na passada quinta-feira nas competições europeias com uma vitória inesperada. O grande mérito do clube austríaco foi não complicar. Reconhecer as suas limitações e jogar da forma que sabe, certinho. Primeira preocupação: defender. Se a oportunidade surgir, então sim, aproveitar ao máximo. Futebol diretos, sem sofisticações, mas muito eficaz. Apostar em todas as chances em que a bola se aproxima da área. Livres e cantos, o Altach trabalhou para tirar deles o maior partido possível. Ao contrário do conjunto português que tentou fazer tudo pelo caminho mais árduo.
Onze Provável: Luckse – Lienhart, Zwischenbrugger, César Ortiz, Benedikt Zech – Ngwat-Mahop, Prokopic, Philipp Netzer, Luxbacher – Hannes Aigner, Patrick Seeger.
O Vitória apadrinhou o batismo europeu do Altach pelo que não há registo de outros confrontos.
| SCR Altach | 2-1 | Vitória de Guimarães | Europa League 2015/16 |
