Valência – Granada (Liga BBVA)
Valência e Granada abrem a sexta jornada do campeonato na sexta-feira, no Mestalla. As duas equipas chegam pressionadas. Os Nazarenos acumularam a meio da semana a terceira derrota consecutiva, os Ché somaram a segunda no espaço de sete dias. Os adeptos do Valência já perderam a paciência: o técnico português e alguns jogadores do plantel são os alvos preferidos. Há que mudar algo e já.
De certa forma já se esperava. Pelo menos havia um risco considerável. A temporada passada do Valência foi muito positiva: grande investimento, bons jogadores, treinador novo com ideias fortes e o apuramento para a Liga dos Campeões. O que já se antecipava é que desta vez as coisas não corressem tão suavemente. O facto de poder concentrar todos os recursos nas frentes domésticas facilitou o bom andamento e agora os desafios seriam a duplicar. Naturalmente, os apoiantes também iriam exigir cada vez mais, é inevitável. Depois houve aquele episódio durante o verão. Nuno Espírito Santo venceu o braço de ferro com Amadeu Ferro e Rufete mas isso só lhe trouxe responsabilidade acrescida. Se as coisas corressem pelo melhor era o único herói, se não seria o alvo fácil.
Nem a passagem à fase de grupos da liga milionária chega para acalmar as bancadas. Sim, é verdade que os Ché fizeram dois jogos tremendos para eliminar o Mónaco mas isso já passou e desde então é desilusão atrás de desilusão. O Valência conta três empates – Rayo Vallecano (0-0), Deportivo da Corunha (1-1) e Bétis de Sevilha (0-0) – um triunfo – Sporting Gijón (0-1) – e na terça colocou a cereja no bolo, cedendo os três pontos em casa do Espanyol (1-0). Na verdade, foi a segunda derrota no espaço de uma semana, já que na quarta-feira passada também foi derrotado, em casa, pelo Zenit, de Vilas-Boas, no Mestalla, no primeiro encontro do grupo H da Liga dos Campeões. No campeonato espanhol a equipa leva dois golos marcados e outros tantos sofridos, em cinco jornadas. É miserável e é natural que os adeptos assobiem e já cantem canções de despedida ao treinador português.
Nuno vai continuar com a sua política de rotações até porque até à interrupção do campeonato há dois jogos por semana a disputar. Na quarta-feira os Ché visitam o Lyon e viajam a Bilbao no domingo seguinte.
A José Luis Gayá foi diagnosticada uma lesão muscular que o vai fazer perder, no mínimo, os dois próximos compromissos da equipa. Dependendo da evolução pode ser opção para defrontar o Athletic.
Onze Provável: Domenech – Barragán, Mustafi, Abdennou, Orbán – Prejo, Javi Fuego, Enzo Pérez – Feghouli, Negredo, Rodrigo.
O Granada somou, na jornada a meio da semana, o seu terceiro desaire consecutivo, às mãos da Real Sociedad de David Moyes (0-3). Depois de se aguentarem tão bravamente no Santiago Bernabéu, obrigando o Real a suar pela vitória escassa (1-0), os Nazarenos caíram com estrondo. José Ramón Sandoval chegou a dizer que a sua equipa parecia “uma galinha sem cabeça”, uma imagem que dispensa mais explicações. Segundo o técnico espanhol foi uma noite para esquecer, nada saiu bem. Sem acreditar no que fazia, perdendo todos os duelos do meio-campo e todas as segundas bolas, o Granada foi atropelado pela Real. A equipa soma apenas três pontos nestas primeiras cinco jornadas, resultantes de um triunfo e quatro derrotas.
Onze Provável: Fernández – Miguel Lopes, Lomban, Dória, Biraghi – Krhim, Javi Márquez – Isaac, Rochina, Edgar Méndez – El Arabi.
Valencia | 4-0 | Granada | Liga BBVA 14/15 |
Granada | 1-1 | Valencia | Liga BBVA 14/15 |
Valencia | 2-1 | Granada | Liga BBVA 13/14 |
Granada | 0-1 | Valencia | Liga BBVA 13/14 |
O Valência venceu oito dos nove últimos confrontos com o Granada. É preciso recuar até dezembro de 1975 para encontrar um triunfo dos Nazarenos. Na temporada passada os de Nuno marcaram quatro golos sem resposta no jogo correspondente mas esta é uma equipa em circunstâncias bem distintas. Resta saber que Granada vai a jogo no Mestalla. Se for aquele que defrontou o Real Madrid pode acentuar a crise de identidade do Valência. Se for o que se mediu com a Real Sociedad vai ajudar o adversário a sair da depressão.