Turquia – Holanda (Euro 2016)
Uma Holanda em crise perante uma Turquia à beira de um ataque de nervos, não poderiam existir melhores argumentos para assistir a um jogo de futebol na tarde de domingo. A Turquia desperdiçou a passagem para o terceiro lugar do Grupo A ao deixar-se empatar pela Letónia já em período de descontos. A Holanda perdeu em casa com a Islândia e vê de longe a possibilidade de se apurar de forma direta para o Euro 2016. Está em causa o terceiro lugar e o não ficar considerado como a “melhor” equipa a ficar primeiro fora da corrida do Europeu.
O que se passa com a Turquia, que se transformou, nos últimos apuramentos, num parente pobre do futebol europeu, do qual chegou a fazer parte de uma segunda linha sempre com capacidade para intimidar os adversários? A seleção turca que temos pela frente é das mais frágeis mentalmente que haverá registo, totalmente dependente do talento de muito poucos e sem capaz para se organizar em redor de um objetivo e de um resultado. Frente à Letónia, na passada sexta-feira, foi isso mesmo que se voltou a ver. É dado certo que os jogadores turcos deveriam saber o que se passava em Amesterdão, onde a Holanda perdia e o terceiro lugar se abria como uma possibilidade para o conjunto liderado por Fatih Terim. A Turquia chegou ao golo aos 77 minutos, através de um excelente remate de Selcuk Inan, mas perdida entra a possibilidade de marcar de novo ou de defender o resultado, acabou por dar espaço à Letónia para esta chegar ao golo. Agora, a oportunidade de subir ao terceiro lugar continua viva, mas perdeu-se a possibilidade de encostar a Holanda totalmente às cordas.
Onze Provável: Babacan – Tufan, Aziz, Balta, Erkin – Çalhanoglu, Inan, Turan – Tore, Yilmaz, Sen.
Desilusão atrás de desilusão para uma Holanda que depois de ter visto falhar o regresso de Guus Hiddink, estreou Danny Blind com uma derrota caseira que põe em causa o apuramento direto e segura, por um fio, a Laranja Mecânica no terceiro lugar. Agora, na Turquia, a vitória é quase obrigatória, para afastar os fantasmas de um verão sem Europeu em 2016. A Holanda que entrou em campo perante a Islândia não tem falta de talento, nem se pode dizer que, no que toca a opções, não se poderia ter uma equipa perfeitamente capaz de abordar este tipo de encontros sem os mesmos problemas que vai denunciando. Mas, para além de uma organização defensiva frágil, a Holanda vive num deserto de ideias, excessivamente dependente das capacidades de resolução de problemas de Robben e Sneidjer. O primeiro destes jogadores lesionou-se à passagem dos trinta minutos, enquanto Bruno Martins Indi teve uma reação infantil e foi expulso pouco depois. Danny Blind reagiu à inferioridade numérica com a entrada de um defesa para o lugar do ponta-de-lança e o que se viu foi uma equipa que, apesar de manter o equilíbrio na partida, nunca foi capaz de desposicionar a Islândia. O adversário chegou ao golo e incapaz de mexer no seu plano inicial, Danny Blind acabou por ir ao fundo com a sua equipa. Agora, na Turquia, evitar a derrota é o mínimo dos mínimos para poder seguir com esperanças de presença no Euro.
Onze Provável: Cillessen – van der Wiel, de Vrij, Bruma, Blind – Klaassen, Wijnaldum – Narsingh, Sneijder, Depay – Huntelaar.
Há cerca de dois anos, a Holanda veio vencer na Turquia em jogo a contar para o apuramento para o Mundial.
Holanda | 1-1 | Turquia | Euro 2016 (Q) |
Turquia | 0-2 | Holanda | WC2014 UEFA |
Holanda | 2-0 | Turquia | WC2014 UEFA |
Holanda | 1-0 | Turquia | Amigáveis 2010 |
Agora é vez de repetir tal feito, ainda que a Turquia esteja também num momento bem diferente, alimentado algumas esperanças de apuramento. Um jogo mais equilibrado e, sobretudo, mais sofrido para as duas equipas.