A Suécia de 1994, uma das melhores selecções nórdicas de sempre, alcançou o melhor lugar da sua história. Terceiro lugar no Mundial dos Estados Unidos.
Pela Suécia!
O percurso de sucesso da Suécia no Mundial de 1994 teve como passagem a cidade de Växjö, local de nascimento do seleccionador nacional.
Tommy Svensson chegou em 1991, depois do fracasso do Europeu de 1990, onde a Suécia perdeu os três jogos da fase de grupo, por 2-1. O técnico montou a equipa para o Euro 1992, disputado na Suécia. A Blǎgult estreava-se em fases finais de um Europeu, chegando às meias-finais com um conjunto jovem e ambicioso. Os suecos caíram aos pés dos alemães mas deixaram um país eufórico com os feitos alcançados quando, no início da prova, as expectativas não eram as melhores. Os adeptos acabaram rendidos ao futebol da Suécia e aplaudiram de pé no jogo das meias-finais.
Na fase de qualificação para o Mundial, a Suécia tinha a árdua tarefa de deixar para trás selecções como Bulgária, França, Áustria, Finlândia e Israel mas 15 pontos foram suficientes para colocar a Suécia na liderança do grupo com 6 vitórias, 3 empates e 1 derrota, num total de 19 golos marcados e 8 sofridos. A Bulgária somou 14 pontos, mais 1 que a França de Cantona, a favorita à passagem, que acabou por ficar de fora do Mundial.
Svensson destacava a “alma latina” e a “mentalidade britânica” da sua equipa como as características que mais apreciava. Esperando com isso, um percurso de sucesso no Mundial.
Sonho Americano

Thern e Raí. O Suécia x Brasil da fase de Grupos terminou empatado a 1 golo, revelando um jogo equilibrado
Os Estados Unidos receberam o último Mundial com 24 participantes. A Suécia chegava ao Novo Mundo com um sonho. As aspirações eram legítimas depois das últimas campanhas em provas internacionais.
Para conseguir alcançar o sonho americano, a Suécia tinha de passar o Brasil, Rússia e Camarões. A estreia aconteceu diante dos Camarões que, em 1990, fez história ao tornar-se a primeira selecção africana a atingir os quartos-de-final de um Mundial. Ljung abriu o marcador para a Suécia aos 8 minutos de jogo com um cabeceamento e, aos 31, Embé empatou a partida. No segundo tempo os Leões Indomáveis entraram melhor e, aos 47 minutos, Omam-Biyik fez o 2-1. A Suécia adoptou uma postura mais ofensiva e Dahlin, aos 75 minutos, estabeleceu o resultado final em 2-2.
Na segunda jornada da fase de grupos, os suecos defrontaram a Rússia num jogo que viria a ser determinante para o sucesso da equipa de Tommy Svensson. A Rússia entrou mais forte e, logo aos 4 minutos, marcou de grande penalidade por intermédio de Salenko. A resposta demorou mas também surgiu através de uma grande penalidade. Brolin, aos 37 minutos, estabeleceu a igualdade. Dahlin foi a grande figura de destaque na segunda parte ao apontar dois golos que valeram a vitória da Suécia frente à Rússia. O primeiro aos 59 e o segundo aos 81 minutos. Com este resultado a Suécia garantiu a passagem aos oitavos-de-final e disputava, contra o Brasil, o 1º lugar do grupo. Aos 23 minutos, Brolin serviu Andersson que colocou a Suécia na frente do marcador. No primeiro minuto do segundo tempo, Romário empatou para o Brasil e o resultado não sofreu alteração até ao final. O Brasil era 1º com 7 pontos e a Suécia era 2º com 5 pontos.

Suécia e Brasil voltaram a cruzar-se nas meias-finais, com o resultado a sorrir ao Brasil, e com Romário a ser o carrasco dos suecos, ao marcar o golo da vitória
A Suécia defrontou a Arábia Saudita nos oitavos-de-final mas, o maior adversário dessa tarde, foi o calor com temperaturas superiores a 40ºC durante os 90 minutos. A Suécia entrou melhor no jogo, apesar de todas as adversidades, com Dahlin, aos 6 minutos, a abrir o marcador. A selecção, capitaneada por Thern, controlou a partida e, na segunda parte, aumentou a vantagem. Andersson aos 51 e aos 88 minutos bisou na partida. A Arábia Saudita ainda reduziu para 3-1 com golo de Al-Ghesheyan aos 85 minutos.
A Suécia garantia um lugar nos quartos-de-final e tinha um desafio tremendo pela frente contra a Roménia de Hagi. Os primeiros 75 minutos de jogo tiveram poucas oportunidades de golo para ambas as selecções. 3 minutos depois, num livre ensaiado, Brolin fez o 1-0 para a Suécia. Quando poucos acreditavam num desfecho que não fosse a vitória da Suécia, Raducioiu empatou aos 88 minutos, levando o jogo para prolongamento. A Roménia ganhou motivação e, aos 101 minutos, Raducioiu voltou a marcar. A Suécia perdeu o equilíbrio e Schwarz foi expulso na jogada seguinte ao 2-1. Quando faltavam apenas 5 minutos para o fim, Andersson saltou mais alto na área romena e voltou a empatar a partida, mantendo vivo o sonho americano para a Suécia. No desempate por grandes penalidades os amarelos e azuis levaram a melhor depois de duas defesas de Ravelli que garantiram a classificação para as meias-finais.
O Brasil voltava a estar no caminho da Suécia mas, desta vez, num jogo que decidia a passagem à final. Tommy Svensson decidiu alterar a identidade da Suécia face à ausência de Schwarz. Os suecos adoptaram uma postura mais contida, entregando a iniciativa ao Brasil. Ravelli fez de tudo para impedir o golo do Brasil mas, aos 80 minutos, Romário fez o único golo da partida, de cabeça, depois de, aos 63 minutos, Thern ter sido expulso. O baixinho levou a melhor sobre os centrais suecos.
Heróis do Frio
Com esta derrota, não seria possível repetir o feito de 1958 mas ainda havia o 3º lugar para conquistar. Rose Bowl, em Los Angeles, foi o palco do jogo entre Suécia e Bulgária. Sem contestação, a Suécia venceu por 4-0, com golos de Brolin, Mild, Larsson e Andersson, todos na primeira parte.
Ao histórico 3º lugar, juntou-se o melhor ataque da prova com 15 golos marcados.
Boas Apostas!