Estes sub-23 destacaram-se no Mundial da Rússia e já estão a ser disputados por vários clubes com bolsos fundos. Apesar da idade, o talento é por demais evidente e tudo indica que possam vir a ser as grandes estrelas no Qatar, dentro de quatro anos. Mbappé, Golovin, Gabriel Jesus e Alli já quase dispensam apresentações. Outros, como Bentancur, Ndidi ou Lozano aproveitaram ao máximo este grande palco para encher o olho. O que o futuro nos reserva.

Aleksandr Golovin

Mundial_2018_sub23_Golovin_RussiaEste foi um verão em cheio para Aleksandr Golovin. O médio de vinte e dois anos do CSKA de Moscovo desabrochou num momento de necessidade. A saída de Zagoev, lesionado, logo na partida inaugural, obrigou Golovin a deslocar-se para o meio e a assumir preponderância. Era tudo o que precisava para brilhar mas poucos imaginariam o papel fulcral que viria a desempenhar na extraordinária campanha da seleção anfitriã.

Aleksandr Golovin foi campeão europeu em sub-17 com a Rússia em 2013. Leonid Slutsky tem o grande mérito de ter reconhecido o seu talento. Foi ele que o introduziu na equipa principal do CSKA no ano seguinte e o incluiu também na seleção A, quando assumiu o cargo de selecionador russo. Levou-o ao Euro 2016 para ganhar experiência.

Já antes do Mundial, o médio criativo russo vinha a ser referenciado por grandes clubes. Falou-se insistentemente do interesse do Arsenal depois do golo que marcou aos Gunners, de livre direto, nos quartos de final da Liga Europa. Mas Mónaco, Milan e Juventus também estariam atentos. Depois das exibições que fez no último mês, a cotação e a cobiça dispararam.

Golovin é capaz de jogar a toda a largura do campo. É tecnicamente evoluído e tem inteligência e leitura de jogo apuradas. A capacidade demonstrada para organizar a transição ofensiva, quer através do passe, quer conduzindo ele próprio a bola é o mais impressionante. Complementando ainda com um bom remate de meia distância.

As notícias e especulações são muitas de momento. Há quem afirme que Golovin já tinha assinado pelo Chelsea antes do Mundial. Outros falam da insistência do Arsenal e de como isso terá feito disparar o preço do jogador. Agora também há rumores de que o médio teria preferência pela Juventus, que parece disposta a bater os trinta milhões de libras.

Kylian Mbappé

O francês de dezanove anos dispensa apresentações. Não é por acaso que o PSG se dispôs a pagar tanto – cento e oitenta milhões de euros – por um adolescente. Às vezes custa acreditar na idade que tem porque ele já está debaixo dos holofotes há algum tempo. A evolução no Mónaco, sob a orientação de Leonardo Jardim, evidenciou, desde logo, uma das suas características fundamentais. Jogar no campeonato francês ou na Liga dos Campeões, para ele era o mesmo. Sempre a mesma desenvoltura no momento de atacar a bola. Na chegada a Paris, não acusou a pressão de justificar os milhões que pagaram por ele. Nem se intimidou com a proximidade de estrelas como Neymar ou Cavani.

Este era o Mundial para ele se afirmar e, até ao momento, esteve à altura das mais altas expetativas. Já leva três golos marcados, elogios de companheiros como Giroud, que diz nunca ter visto um adolescente a jogar tanto, e tem pela frente a possibilidade de alcançar algo que Cristiano Ronaldo e Messi não conseguiram: ser campeão do mundo.

Dele Alli

Quem o viu e quem o vê! Aos vinte e dois anos, Dele Alli parece ter descoberto o seu verdadeiro potencial. Ele é o mais próximo de um médio criativo que a Inglaterra tem e beneficiou bastante destes anos de trabalho sob Mauricio Pochettino. O argentino soube lidar com as explosões emocionais de um jovem talentoso que tinha pressa em crescer. Taticamente, as variações que o treinador trabalha no Tottenham ajudaram-no a encaixar mais facilmente no sistema de Southgate, outro que o conhece bem e sabe como tirar o melhor dele. O selecionador inglês reconheceu que Alli teve que cumprir tarefas nesta Mundial que normalmente não são as suas e elogiou o seu trabalho defensivo. Só Trippier registou mais disputas de bola na equipa e não podemos esquecer que Dele Alli falhou dois jogos com problemas físicos. É um espírito coletivo e de sacrifício – dele que está ao seu melhor a progredir pelo corredor central – que poucos lhe reconheceriam. Alli não é apenas golo, tem excelente posicionamento e capacidade para recuperar quando a equipa perde a posse de bola.

Miúdos só no BI

Mundial_2018_sub23_Rodrigo_Bentancur_UruguaiE por falar em talentos que se sacrificam pelo conjunto, o que dizer de Gabriel Jesus? Ter que ouvir as críticas de quem lhe reclama golos quando aquilo que lhe é pedido é que seja o primeiro a iniciar o momento defensivo da seleção brasileira. Esse não precisa de muito mais referências. Guardiola escolheu-o a dedo.

Rodrigo Bentancour também veio alterar significativamente o meio-campo uruguaio. Tanto Alllegri como Tabárez perceberam a dinâmica e qualidade que pode trazer às equipas. A seleção, então, estava mesmo necessitada de sangue novo e ele parecia estar em toda a parte. A bola sempre a passar-lhe pelos pés e o índice de acerto nos passes acima dos noventa por cento. É caso para dizer que Cavani e Suárez tiveram as costas quentes por este miúdo de vinte e um anos que já parece um senhor do futebol.

Outros mereceriam destaque também, como Poulsen da Dinamarca, Nididi da Nigéria, Akanki da Suíça ou Lozano, pelo que fez com o México. Dentro de quatro anos, estas serão as estrelas maiores do Mundial do Qatar.

Boas Apostas!