Junya Tanaka aparece, neste pré-início de época futebolística, como a melhor compra do Sporting CP. De jogador desconhecido a marcador de serviço. E se tem marcado golos!
Este japonês que o Sporting foi desencantar ao Kashiwa Reysol, do Japão, faz lembrar, ainda que vagamente, Fredy Montero, o colombiano que o Sporting também foi buscar fora, ao Millonários de Bogotá, onde estava por empréstimo dos norte-americanos Seattle Sounders. Entrou de rajada no início da época passada no Sporting e, durante algumas semanas, foi um caso sério como matador. Marcar golos era com ele. E fê-los à fartura. Até secar. Mas que não haja desespero. Fredy Montero pode ter perdido a orientação que lhe permitia matar a jogada na baliza adversária, mas é bom jogador. Melhor que a média. E dentro daquilo que o Sporting CP tem como possível, pagar.
Ora, esta época está a surgir Junya Tanaka. Desconhecido do grosso dos adeptos do futebol, mesmo dos sportinguistas, Tanaka parece ter pegado de estaca. Não há jogo onde o o japonês não deixe a sua marca. São golos, senhor. São golos.
Tanaka, que já não é tão jovem assim, tem 27 anos, mas uma idade em que pode, ainda, sonhar com um belo final de carreira. Jogou toda a sua vida em 2 clubes japoneses. As últimas 5 temporadas passou-as no Kashiwa Reysol, e o seu início foi feito no Juntendô Daigaku de Tóquio. Mal chegou ao Sporting CP, ganhou a Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa, e o seu clube, que o comprou pela módica quantia de 1 milhão, blindou-o com a impressionante verba de 60 milhões de euros. Não se sabe se os vale, mas por enquanto, tem marcado golos e satisfeito metade da Segunda Circular de Lisboa. O que já não é pouco.
Também não se sabe se esta aquisição tem algum fundo da ideia de Paulo Futre de ir buscar um jogador chinês para promover o Sporting na China, até porque o Japão na é a China, mas também é verdade que o Japão não costuma ser origem dos jogadores que chegam a Portugal, muito menos aos 3 grandes. Por isso, se não é ideia de Futre, é-lhe parente. Pode não conseguir motivar os japoneses, nem fazê-los chegar em charters para assistir aos jogos do compatriota mas, para já, conseguiu motivar os sportinguistas, mesmo os que estão a banhos.

Junya Tanaka com Bruno Carvalho, entre Luís Figo e Cristiano Ronaldo
Mas Junya Tanaka não é só golos. É futebol. Estas primeiras prestações têm permitido perceber que o avançado japonês trata a bola por tu, coloca-a onde quer, e é muito bom a correr com ela nos pés. Ou seja, tem condição de craque. Pelo menos à primeira vista. E, muito importante, encaixa neste Sporting que Marco Silva está a tentar construir sem grandes invenções.
De todas as formas, é a partir de 17 de Agosto, quando o Sporting CP defrontar a Académica, em Coimbra, que as coisas vão começar a ganhar forma. Agora, ainda é tudo um bocadinho a brincar. Fazem-se experiências, mudam-se vários jogadores, colocam-nos em sítios diferentes, e vê-se o que se tem, o que se consegue, o que se poderá projectar.
Junya Tanaka parte da linha da frente de uma equipa que está apostada em lutar pelo título e em ir o mais longe possível na Europa. No campeonato da pré-época tudo é permitido e sonhado. Quando começar a doer é que se vai perceber o que é que está ali. Mas espera-se o melhor. Os adeptos esperam o melhor. O treinador espera conseguir retirar o melhor. E o Presidente espera ver o retorno das suas apostas pelo melhor. Assim, espera-se que Tanaka não se esfume no ocaso, como Montero. A bem do futebol.
Boas Apostas!