Apesar de estarmos a falar de um dos maiores países do mundo, que durante décadas esteve integrado numa União de Repúblicas ainda maior e com bastante poder e influência no mundo, nunca uma grande prova do futebol internacional teve a Rússia como sede. Também por isso, esta Taça das Confederações será especial para uma nação que tem décadas de história ao mais alto nível. Campeão olímpico e campeão europeu nos tempos da União Soviética, o mais alto que chegaram já como Rússia foi no Euro 2008, quando jogaram as meias-finais. A sua estreia na Taça das Confederações, perante o seu público, será uma oportunidade de preparar activamente o Mundial do ano que vem.
Os jogadores
Depois da saída de Leonid Slutsky, no fim de um Euro 2016 para esquecer, a nomeação de Stanislav Cherchesov não criou grande entusiasmo, havendo ainda a ideia de que, em caso de uma má Taça das Confederações, possa haver uma nova opção para o comando técnico. Este treinador focou-se, como tem sido norma, nos jogadores a actuarem na Liga Russa e tenta, a partir daí, formar um grupo com capacidade para lutar com selecções que têm outra experiência competitiva.

A primeira selecção russa a jogar uma prova internacional em casa
Na linha defensiva houver vários abandonos da selecção, olhando a uma renovação que conta, ainda, com o guarda-redes Akinfeev e Dmitri Kombarov como elementos mais experientes. Cherchesov utiliza três centrais, mas não tem opções com muita experiência internacional. No meio-campo, Golovin e Glushakov poderão ser as peças a quem é exigido uma maior participação no jogo, devendo dar resposta a um equilíbrio em organização e nas transições que será de grande exigência.
No ataque, Fyodor Smolov, aos 27 anos, terá oportunidade para demonstrar que os golos e a qualidade de jogo que impõe na Liga Russa pode ter uma amostra, também, ao nível internacional, sendo que, como opções, Kannunnikov e Poloz também não apresentam experiência de monta.
Esta convocatória da selecção russa tem também sinais claros de que certas ausências poderão ser problemáticas, como Neustadter ou Mário Fernandes que poderiam dar outra qualidade na linha defensiva, Alan Dzagoev que perde oportunidade de liderar a sua selecção em casa e a dupla Dzyuba e Kokorin, do Zenit, que poderiam também oferecer a sua experiência.
A caminhada até aqui

Cherchesov enfrentará o seu primeiro jogo oficial com a selecção russa
Tendo em conta que a Rússia tem o apuramento garantido para o Mundial 2018, como país organizador, não tem havido outro tipo de jogos que não sejam amigáveis. A participação no Euro 2016 foi má, como já referimos, com Cherchesov a ter apenas amigáveis para se preparar para esta prova e para o Mundial 2018. Assim sendo, é normal que subsistam algumas dúvidas sobre a capacidade de uma selecção que não tem estado realmente à prova.
Para mais, desde o início do ano de 2017, quatro jogos disputados e apenas uma vitória, frente à Hungria. De resto, empates com a Bélgica e o Chile e uma derrota frente à Costa do Marfim.
As expectativas
Se Portugal surge como favorito no Grupo A, a Rússia tentará defender a vantagem de jogar em casa perante as ambições de México e Nova Zelândia. É um facto que o conjunto russo não tem muita experiência internacional e que isso poderá acabar por jogar contra si. Por outro lado, com o primeiro jogo a ser disputado frente à Nova Zelândia, será claro que a vitória é obrigatória, até para dar espaço de manobra aos russo para, frente aos adversários mais exigentes, conseguir os pontos necessários para alcançar as meias-finais.
Boas Apostas!