Premier League – Somar um ponto num dérbi louco como o de Merseyside, no passado sábado, não pode nunca ser considerado um mau resultado para o Liverpool, que se mantém na segunda posição, agora acompanhado pelo Chelsea, a quatro pontos de distância do Arsenal. Mas a importância do jogo deste sábado passa por termos assistido a mais um episódio da exibição da cartilha tática de Brendan Rodgers, um homem que parece contrariar todas as ideias feitas sobre os treinadores britânicos.
Para defrontar o Everton, e perante a fragilidade de ter os seus dois melhores avançados diminuídos fisicamente, Brendan Rodgers optou bem ao lançar Luiz Suárez no onze. O problema do uruguaio era cansaço, devido às viagens somadas para servir a sua seleção, pelo que o técnico entendeu, e bem, que a garra que o jogador normalmente coloca em campo seria o suficiente para diminuir o impacto das viagens. No banco ficou Sturridge, que viria a revelar-se essencial para o desfecho da partida, ao somar o terceiro golo do Liverpool, mas sem ele em campo, a disposição tática dos Reds apresentou um 4x2x3x1.
Com uma linha defensiva mais tradicional, com quatro elementos, Lucas Leiva foi a chave de segurança do meio-campo do Liverpool, vendo Joe Allen a descer para o seu lado constantemente. Gerrard fazia a ligação ofensiva, com Henderson e Philippe Coutinho bem abertos nas alas, enquanto o uruguaio ocupava todo o espaço da frente de ataque. Brendan Rodgers fez o primeiro movimento ofensivo na sua equipa ainda à frente do marcador, chamando Victor Moses para ocupar a faixa e trazendo Coutinho para o meio, enquanto Gerrard recuava no terreno, mas ao sofrer um golo, a entrada de Sturridge parecia essencial.
No momento em que o internacional inglês entrou em campo, para o lugar de Joe Allen, a equipa precisou de se reposicionar pela segunda vez, acabando por sofrer o terceiro golo nesse movimento. Mas a capacidade do treinador para elaborar estas alterações neste encontro, depois de ter passado por um sistema de três defesas ou de encarar algumas das partidas do calendário com um sistema bastante mais aproximado do 4x3x3, demonstram bem como o Liverpool conta bastante com a inspiração do treinador para conseguir obter leituras de jogo mais rápidas do que o seu adversário. Será bom de assinalar, no entanto, que Rodgers teve um adversário à altura em Roberto Martínez, que mexeu bastante no encontro com a surpreendente troca de Leighton Baines por Gerard Deulofeu, um jovem jogador que vai dando excelentes sinais com a camisola do Everton. Mas a haver um vencedor tático neste encontro, esse teria que ser o norte-irlandês Brendan Rodgers.
A subir!
Três vitórias seguidas e o Newcastle está agora na 8ª posição da Premier League. Alan Pardew parece finalmente conseguir retirar o melhor de um grupo de jogadores muito talentoso mas que, no passado recente, parecia sentir demasiadas dificuldades para aguentar o ritmo de jogo deste campeonato. Chelsea, Tottenham e Norwich apresentam, para além do mais, um calendário muito exigente para se conseguir somar nove pontos. Com duas partidas teoricamente mais acessíveis nas próximas jornadas, frente a West Ham e Swansea, o Newcastle poderá entrar na luta do topo da Premier League.
A descer!
Não são os três jogos sem ganhar, nem os 9 golos marcados em 12 encontros disputados. Se havia coisa que tornava o Tottenham competitiva nesta Liga era a sua capacidade para não sofrer golos. Numa só jornada, no entanto, os Spurs sofreram tantos jogos como nos restantes 11 jogos. O Tottenham está agora em 9º lugar e depois de um compromisso acessível na Liga Europa, recebe o Manchester United no próximo fim-de-semana. André Villas-Boas precisa de encontrar uma solução para regressar o mais rápido possível às vitórias.
Boas Apostas!