Fim-de-semana atípico, este, na Primeira Liga portuguesa.

O duo da frente, e que teimosamente querem transformar em trio, não viveu para o susto, ou então, querem mesmo ser três, as equipas a tentar lutar por um lugar ao sol no final da temporada 2014/2015.

O SL Benfica, entediado por seguir em primeiro lugar isolado há muito, demasiado, tempo, resolveu perder em Vila do Conde para apimentar a sua relação com o segundo classificado, o FC Porto.

O FC Porto, equipa ingrata e orgulhosa, não quis a benesse que as águias lhe ofereceram e resolveu empatar na Choupana. Aproximar-se da frente sim, mas quando e como quiser.

O Sporting CP, que estava arredado da coisa toda e andava preocupado em afastar o SC Braga do terceiro lugar, coisa que já conseguiu, lá conseguiu ganhar ao Vitória Guimarães e aproximou-se dos dois da frente, querendo ser contabilizado na luta pelo título. Mas ainda está a 6 pontos do FC Porto e a 9 pontos do SL Benfica.

Quanto ao SC Braga, bom, já está a 9 pontos do Sporting CP.

A Derrota

Entrou primeiro em campo o SL Benfica, o líder do campeonato.

O jogo prometia ser de grande grau de dificuldade. O adversário era o Rio Ave, equipa que na época passada foi o adversário do SL Benfica em todas as finais. Na Taça de Portugal e na Taça da Liga. E já esta época, o adversário da Supertaça Cândido de Oliveira.

Foram 3 finais que o SL Benfica venceu, não sem algumas dificuldades.

O treinador do Rio Ave na época passada, era Nuno Espírito Santo, que agora está no Valencia CF, e em terceiro lugar na classificação de La Liga, logo depois de FC Barcelona e Real Madrid.

Rio Ave 2 - 1 SL Benfica

Começou por haver Sálvio muito cedo, mas cedo desapareceu, junto com a equipa do SL Benfica, e com o crescimento do Rio Ave

Esta época o treinador é Pedro Martins, que também tem feito um excelente trabalho à frente da equipa de Vila do Conde. O Rio Ave é o 6º classificado logo depois dos lugares europeus de SC Braga e Vitória Guimarães, mas apenas a 4 pontos dos vimaranenses.

No Sábado, o jogo até começou de feição para os encarnados que, aos 4 minutos de jogo já estavam à frente no marcador, com um golo, cheio de oportunidade, marcado por Sálvio.

Mas o grande pecado deste SL Benfica foi o golo madrugador. Confiante na sua superioridade, problema que se tornou típico nas equipas de Jorge Jesus, o SL Benfica encostou a vontade, e deixou-se adormecer à sombra de uma vitória que já não escaparia. Engano. O Rio Ave nunca baixou os braços, e só não viu quem não quis.

O Rio Ave começou a pressionar e a ganhar a bola e o terreno. Começaram a empurrar o SL Benfica lá para trás. E, ao minuto 62, Diego Lopes dá o mote, ao levar uma bola ao ferro de Júlio César. Não aconteceu naquela altura, aconteceu 10 minutos mais tarde de grande penalidade, marcada e convertida por Ukra, a sancionar uma falta cometida por Andreas Samaris dentro da área. Estava reposta a igualdade. Mas já se previa que o SL Benfica não conseguiria fugir do esquema montado por Pedro Martins.

E tanto assim foi que, a equipa que conseguiu voltar a isolar-se em vantagem no marcador, foi o próprio do Rio Ave. Já depois da hora. Já depois da expulsão do capitão Luisão. Yonathan del Valle rematou forte e colocado e marcou o segundo golo para os homens de Vila do Conde. O Rio Ave vencia o SL Benfica por 2 a 1.

O SL Benfica averbava assim a sua terceira derrota da temporada. Os adeptos benfiquistas começavam a ter lembranças do ano em que perderam o campeonato para o golo de Kelvin. O jogo difícil ultrapassado (na altura foi o Marítimo, na Madeira, agora, o SC Braga, na Luz), mas tropeção em jogo, teoricamente, mais fácil e a perda de pontos onde não seria expectável (na altura, o empate com o Estoril, em casa, agora, a derrota com o Rio Ave, fora). E, de novo, o medo que Jorge Jesus não consiga aguentar a pressão.

Acabaram-se as possibilidades de perder pontos para o SL Benfica que ainda tem de receber o FC Porto, e ir a Belém e a Guimarães. Continua à frente. Mas começa a tremer.

Na próxima jornada, que será só a 4 de Abril, o SL Benfica recebe o Nacional, e adivinha-se outro jogo complicado. Mas quem quer ser campeão, tem de estar preparado para tudo. E, sobretudo, para ganhar.

O Empate

Ora, depois do SL Benfica ter enfiado a derrota no saco, entrou o FC Porto em jogo com a possibilidade de se encostar ao primeiro lugar.

Mas o FC Porto não gosta de coisas simplificadas e, vai daí, lançou-se para um empate, que aproxima-o do líder, mas deixa-o ainda a sonhar. Parece algo mefistotélico, mas só no final da temporada é que se poderá aferir do que aqui se fez.

Nacional 1 - 1 FC Porto

Um golo para cada lado e um empate a castigar um jogo cinzento e sem chama

O FC Porto entrou, assim, em campo, conhecedor da derrota benfiquista, com Helton na baliza e Cristian Tello na frente de ataque. Tello, aliás, que foi o marcador do golo do FC Porto, na primeira parte, respondendo a uma assistência de Danillo, numa altura em que o Nacional estava com menos um jogador em campo, precisamente o guardião do caminho que o defesa portista subiu, e rematou sem hipóteses para Gotardi.

Este golo de Tello, contudo, foi um oásis numa primeira-parte muito cinzenta, de parte-a-parte. Um jogo de futebol triste e sem chama, com poucas oportunidades de golo para qualquer uma das equipas, e com o FC Porto a conseguir marcar o único golo da partida, numa das poucas oportunidades que conseguiu construir.

No segundo tempo, o Nacional entrou melhor, com mais vontade, e começou por dominar o jogo.

Aos 58′, Manuel Machado fez entrar Wagner e, 4 minutos depois, este surgiu nas costas de Alex Sandro a fazer o golo do empate, depois de Helton já ter defendido um bom remate de livre, de Christian.

Depois do golo do empate, o FC Porto parecia ter acordado e lá foi tentando de tudo para voltar à frente no marcador. Mas o poste e Gotardi foram sempre um empecilho ao ataque dos dragões.

No entanto, e no meio de uma enchurrada de ataques portistas, foi num contra-ataque muito rápido, do Nacional, que se esteve mais próximo do golo mas, Lucas João conseguiu fazer o mais difícil, falhar um golo feito.

O resto do tempo serviu para o FC Porto correr atrás do prejuízo e tentar lucrar com a derrota do SL Benfica. Não conseguiu mais que um empate. Acabou por ganhar 1 ponto ao líder.

Neste momento, tanto SL Benfica como FC Porto dependem só deles próprios para serem campeões.

O FC Porto, que tem os jogos mais fáceis em casa, ainda tem de se deslocar à Luz, a Belém e à mesma Vila do Conde onde o SL Benfica deixou ficar 3 pontos.

Na próxima jornada o FC Porto recebe o Estoril, que tem mais-ou-menos garantida a permanência na Primeira Liga. No entanto, na primeira volta, o Estoril empatou o FC Porto e tirou-lhe 2 pontos. Veremos como será no Dragão.

A Vitória

Depois de ter visto os seus rivais a marcarem passo, o Sporting CP arregaçou as mangas e declarou-se vencedor da jornada, querendo, com esta vitória, afirmar que ainda está na corrida ao título, o que já é muito complicado. O Sporting CP está a 6 pontos do FC Porto e a 9 pontos do SL Benfica.

De qualquer forma, os leões tinham um problema antigo para resolver e resolveram-no.

Na primeira volta perderam por 3 a 0 em Guimarães, jogo e resultado que levantaram uma enorme crise no reino do Leão, com o presidente a vir para as redes sociais zurzir nos jogadores e a provocar um braço de ferro com o treinador, do qual sairia perdedor e fragilizado, embora tenha achado que ninguém percebeu.

À passagem do primeiro quarto-de-hora, João Mário inaugurou o marcador. 20′ depois, seria a vez de Adrien, de grande penalidade, elevar o marcador.

Sporting CP 4 - 1 Vitória Guimarães

Adrien Silva bate a primeira de duas grandes penalidades a favor do Sporting CP, e coloca a sua equipa a ganhar por 2 a 0, mas o resultado final seria de 4 a 1

Quanto ao Vitória Guimarães, ninguém diria que tivesse aparecido em jogo. Mas esse é um calvário desta segunda volta, onde o brilhante Vitória da primeira parte do campeonato, desapareceu e, no seu lugar, uma frágil equipa que, ao primeiro abanão, desmorona toda. Foi o que aconteceu ontem.

Ainda o encontro não tinha chegado a meio, Slimani, de cabeça, fez o terceiro golo. Estava iniciada a goleada. Pela mesma medida do outro encontro entre as duas equipas.

Mas não satisfeita com o feito, aos 75′, outra vez de grande penalidade, Nani fez o 4 a 0. Alvalade ia ao rubro. A crise acabara. Estava relançado o título. E tudo era possível. Bem, quase tudo.

O Vitória Guimarães lá insistiu um pouco, no fim, e lá acabou por marcar o golo de honra, aos 81′, por Kanu.

Quanto ao título, ainda faltam 8 jornadas. Mas o primeiro lugar está a 9 pontos e o segundo a 6. Só com uma grande conjugação de factores se poderá alcançar o milagre.

Deve o Sporting CP dar-se por muito satisfeito por, num ano bastante complicado, com várias frentes de batalha, com um treinador novo e jovem, que experimentou, pela primeira vez, a pressão de uma equipa grande, com um presidente sempre a criar casos, com uma equipa bastante jovem, deve ficar bastante contente por ter ganho a guerra do terceiro lugar com o SC Braga, que parece já definitivamente arredado da luta, com os 9 pontos que também o distanciam do Sporting CP.

O Sporting CP também ainda vai receber o SC Braga, em Alvalade, e ainda irá deslocar-se ao Nacional e ao Rio Ave. Jogos que não se prevêm fáceis, mas para os quais já tem uma boa almofada.

Quanto ao SC Braga, já deitou tudo a perder, não conseguindo uma única vitória nos últimos 3 jogos e tendo visto, outra vez, o seu treinador, Sérgio Conceição, voltar a ser expulso.

Boas Apostas!