Rafael Nadal – João Sousa (ATP Masters Madrid)
João Sousa continua a levar mais longe a sua carreira e o ténis português. Hoje o vimaranense apurou-se para os primeiros quartos de final de um Masters 1000, no Mutua Madrid Open, ao bater o norte-americano Jack Sock, com uma exibição tremenda. Esta sexta-feira o português enfrenta o melhor da história em terra batida, um tenista que conhece muito bem. Rafa Nadal entrou mal mas conseguiu recuperar o atraso e acabou por vencer Sam Querrey em sets diretos.
Rafael Nadal chegou a preocupar os muitos apoiantes que tinha a encher as bancadas do court Manolo Santana. Sam Querrey entrou a matar e o espanhol sentiu o impacto. O americano, trigésimo sétimo do ranking, foi o primeiro a servir e quebrou o serviço de Nadal logo à primeira oportunidade. Assim a abrir o menorquino já se via a perder por 3-0 no set. Há meio ano isso seria o bastante para o deitar por terra mas hoje ela é um jogador diferente. Não é o Rafa Nadal de outros tempos, talvez não volte a sê-lo, mas já há uma semelhança, não só no jogo como na força mental. No sétimo jogo fez o contra-break e no nono conseguiu um break a seu favor, o suficiente para fechar o set a seu favor. A partir daí estava de volta o melhor Nadal e Querrey a caminho de casa (6-4, 6-2).
O número cinco mundial é um homem novo desde que venceu o torneio de Monte Carlo, a meio de abril. A evolução que já se vinha a sentir, com a chegada à semifinal de Indian Wells, recebeu um injeção de confiança com a chegada à terra batida. E com a ausência de Djokovic e Federer, certamente. Nadal aproveitou bem as últimas semanas para ganhar embalo e graças aos triunfos no Mónaco e em Barcelona – frente a Monfils (7-5, 5-7, 6-0) e Nishikori (6-4, 7-5), respetivamente – ele volta a ser considerado um favorito nesta temporada de terra batida.
João Sousa continua a fazer história. A pessoal, que o faz alcançar pela primeira vez os quartos de final de um evento da série Masters 1000 e entrar no top-30. E a coletiva, elevando o ténis português, que só com Frederico Gil tinha chegado a este patamar. No final do encontro dos oitavos de final, depois das duas horas e um quarto de que precisou para se livrar de Jack Sock, o português não cabia em si de contente. Era um dos objetivos para esta temporada, conseguir dar um salto no ranking e isso só seria possível com bons resultados nas provas de categoria superior. Feliz pela conquista e pela exibição, disse o português, que logo em seguida insistiu na necessidade de descansar bem para recuperar do desgaste para amanhã estar preparado para o que o espera.
João entrou muito bem na partida, determinado e com uma estratégia inteligente. Sock não era um adversário qualquer. O vigésimo sexto da hierarquia tem uma direita rapidíssima e um serviço potente. Também é um homem grande e o português apostou em fazê-lo correr. Sempre que foi capaz de obrigar o norte-americano a deslocar-se bastante, sempre que conseguiu prolongar as trocas de bola, o português ganhava ascendente. Jack Sock não estava confortável logo à partida e sucederam-se as implicâncias com o árbitro mas Sousa nem pestanejou. No segundo set o americano melhorou bastante a sua prestação, sobretudo parecia menos pesado e o serviço começou a fazer mossa. Deu tudo o que tinha a dar para reverter o break e empurrar o parcial para tie break, que acabou por vencer. Mas no terceiro set percebeu-se que se João Sousa conseguisse um ascendente Sock quebraria. E foi o que aconteceu (6-1, 6-7, 6-2).
2014 | Rio de Janeiro | Nadal | 2 | 6 | 6 | QF |
Sousa | 0 | 1 | 0 |
Nadal venceu a única partida que o opôs a João Sousa, nos quartos de final do ATP do Rio de Janeiro, há dois anos. Mas os dois tenistas conhecem-se bem e o português foi convidado a fazer uma semana de treino intensivo, na pré-época, nas instalações do espanhol.