A jornada sete da Premier League ficou marcada pelos empates. Seis das dez partidas deste fim de semana terminaram igualadas. Mas a grande notícia é mesmo a primeira derrota do City de Pep Guardiola, que foi perder a White Hart Lane. Mas há que render mérito a Pochettino e aos seus Spurs, que foram superiores em toda a linha. Outro motivo de destaque vem já a reboque. O Swansea despachou Francesco Guidolin, anunciando de imediato o substituto. Bob Bradley, ex-selecionador dos Estados Unidos, faz história ao ser o primeiro norte-americano a treinar na Premier League.
Pep Guardiola já não é invencível
À sétima jornada o Manchester City sofreu a primeira derrota. Ao fim de onze partidas (10V/ 1E) imbatíveis os Citizens provaram que são meros mortais. Mérito absoluto a Mauricio Pochettino que preparou a receção ao líder da Premier League com brilhantismo. Mas mérito também a Pep Guardiola. Porque onde ele está os adversários são estimulados e forçados a superarem-se, a sacarem uns coelhos da cartola, para medirem forças com as equipas que orienta.

É inevitável destacar a queda do City mas o mérito vai todo para uma exibição irrepreensível dos Spurs.
A defesa continua a ser o setor mais frágil deste conjunto, nada que não se soubesse de antemão. John Stones foi o único elemento da defensiva a sair com a folha limpa deste desaire. Otamendi melhorou muito sob a alçada de Guardiola mas não deixou de ser quem é. A mesma impulsividade e ousadia que o fazem brilhar são as mesmas que o tornam facilmente manipulável pelos adversários, que o levam a reboque. Os elementos mais velhos – Zabaleta e Kolarov – sentiram muitas dificuldades em acompanhar a o dinamismo dos homens do Tottenham. Ficaram indelevelmente ligados aos lances do golo.
O treinador catalão não se mostrou afetado pela derrota. Encaixou com muita naturalidade, dizendo que faz parte do processo e que o seu City ainda é uma obra em aberto muito recente. Foi também muito direto em reconhecer a superioridade do Tottenham. Para Guardiola os resultados de Glasgow e White Hart Lane representam uma excelente oportunidade para aprender e melhorar.
Pochettino em alta
É inevitável que o destaque vá para a queda do City mas há que fazer justiça, destacando o feito impressionante dos Spurs. Sim, porque o Tottenham venceu o jogo por mérito próprio. Primeiro, pela forma cuidada e inteligente como o seu treinador preparou o embate. Segundo pela entrega e execução irrepreensível que os jogadores tiveram no relvado. Há semelhança do que já tinha feito o Celtic na jornada europeia, o Tottenham não permitiu que o City se sentisse confortável com a bola. Pressionou cedo e com intensidade, forçando o erro e a perda de bola. O dinamismo da frente de ataque – sem Janssen e com o irrequieto Son – deu um nó na defesa dos Citizens. Um dinamismo inesperado para uma interação que é muito recente. Lembrem-se que só depois da lesão de Kane o treinador foi “forçado” a promover um esquema ofensivo diferente.
Quer isto dizer que Pochettino encontrou a receita para anular o Manchester City de Guardiola? Talvez. Mas é preciso ter os recursos humanos necessários para o efeito. Voltemos ao Celtic, que tentou aplicar o mesmo princípio mas não foi capaz de evitar ficar descoberto ao fazê-lo. Poucas equipas têm a capacidade física para sustentar tal pressão e intensidade sobre um adversário como o City. Basta uma desatenção ou duas e volta tudo à estaca zero. Muitos adeptos dos Spurs devem ter passado a segunda parte do encontro a olhar para o relógio, à espera da reação dos Citizens e que a sua equipa fraquejasse no final. Já viram esse filme acontecer. Mas não houve quebra até ao final, mais um ponto a favor dos Spurs.
Swansea troca Guidolin por Bob Bradley

Bradley torna-se assim o primeiro norte-americano a treinar numa das principais ligas europeias.
Não faz parte da jornada em si mas é consequência direta. O Swansea sofreu a quarta derrota consecutiva, quinta na Liga Inglesa, e despediu o treinador. Poder-se-ia pensar que cair diante do Liverpool (1-2) foi a gota que fez transbordar o copo de Francesco Guidolin. Mas o facto do clube de imediato apresentar o substituto prova que esta alteração já estava a ser preparada de antemão, talvez para coincidir com a paragem do campeonato. O novo técnico será Bob Bradley, ex-selecionador dos Estados Unidos. É a primeira vez que um treinador norte-americano se estreia ao comando de uma equipa nas principais ligas europeias. Aparentemente, a experiência de Bradley – que além da seleção nacional já passou pelo Egito, pelo campeonato dinamarquês e pela Ligue 2 francesa – fê-lo vencer a corrida aos outros dois nomes considerados para o lugar: Ryan Giggs e Marcelino Toral.
A estreia do ex-selecionador norte-amaericano na Premier League esteve quase a acontecer via Sunderland. Parece que fez bem em esperar. O Swansea tem desafios pela frente mas dá mais condições de sucesso.
Boas Apostas!