Portugal cumpre mais um compromisso da fase de apuramento para o Mundial este domingo, no Estádio do Algarve. Os campeões europeus não têm margem de erro depois de a terem gasto no jogo inicial, frente aos suíços. A convocatória de Fernando Santos tem duas novidades, as chamadas de Neto e Pizzi, para colmatar as baixas de Pepe e Moutinho. Há uma boa mistura entre experiência e juventude na lista dos escolhidos mas quais serão de entre os novatos aqueles com maiores probabilidades de agarrar um lugar cativo?
Novidades na lista dos escolhidos
A convocatória de Fernando Santos para o jogo com a Letónia, no próximo domingo, tem apenas duas novidades. As chamadas de Luís Neto e Pizzi, para preencher as baixas por lesão de Pepe e João Moutinho. Os jogadores mais experientes da seleção portuguesa, como Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma desdobram-se por estes dias em elogios aos “miúdos” que despontam no futebol português. Fazem o seu papel de “irmãos mais velhos” a fazê-los sentir-se à vontade e promovendo o seu entrosamento no grupo. Estes dois sabem bem o que isso é, tendo ambos chegado a estas andanças muito novos e cheios de vontade de mostrar o talento que tinham.
Eixo da defesa resiste à renovação
Com a lesão de Pepe Luís Neto volta a ser chamado mas o eixo da defesa continua a ser o setor mais envelhecido da seleção portuguesa.
O selecionador nacional já demonstrou não ter problemas em ir testando os novos valores que se vão destacando nos respetivos clubes. Os mais capazes e amadurecidos não tiveram que esperar muito pela sua oportunidade, veja-se os casos de Raphael Guerreiro e Renato Sanches, que brilhou no Europeu. Mas há, claramente, posições em que Fernando Santos se sente menos atreito a experiências. Por tudo o que dele conhecemos, diria que o Engenheiro não tem problemas com dar oportunidades mas é pouco dado a correr riscos. Talvez por isso, um setor em que lhe tem custado fazer introdução de sangue novo é o eixo da defesa. Entre parêntesis, porque ainda não tivemos que viver essa experiência, eu diria que abaliza seria tratada de forma semelhante. Perante a lesão do central do Real Madrid, a escolha recaiu em Luís Neto, que está longe de ser um menino e tem uma longa experiência a alinhar pelo Zenit nos mais exigentes palcos do futebol europeu. Não foi chamado um dos jovem de Rui Jorge. Aliás, José Fonte, só se conseguiu impor como titular da seleção portuguesa durante o Euro do verão passado, aos trinta e dois anos. E quando chegou a altura de escolher os vinte e três que seguiram para França, Neto perdeu a viagem em função de Ricardo Carvalho, que se provou já não ter andamento para aquelas coisas.
Muito por onde escolher
Nas laterais essa questão já não deixa Santos tão apreensivo. Em parte porque Guerreiro é um, jogador excecional em qualidade e maturidade, mas João Cancelo também parece ter estado à altura da expetativa do selecionador. Aliás, neste momento, Nélson Semedo, com a excelente temporada que está a fazer no Benfica pode ter aqui a oportunidade para ganhar posição. O defesa direito dos Encarnados é até mais semelhante a Cancelo que a Cédric, considerando este último mais certinho a defender do que a avançar pela lateral. Mas, viva o luxo, neste momento, Portugal pode ter três laterais direitos com nível para representar o campeão da Europa, qualquer um deles com qualidade e a confiança do selecionador.
Pizzi na sombra
A chamada de Pizzi é mais do que merecida mas será que encontra espaço na equipa?
A situação de Pizzi é mais complicada. A sua chamada é mais do que merecida, tendo em conta o seu impacto na campanha do Benfica mas o médio encarnado disputa a vaga na convocatória com João Moutinho. O ponto que muitos apontam é o de que o internacional que alinha no Monaco talvez já não tenha condição física para render nas duas frentes – seleção e clube. E muito daquilo que traz ao jogo depende dessa disponibilidade física para estar em todo lado. Nesse sentido pode ser que Pizzi apanhe uma aberta. Já o passo seguinte, que é ter entrada no onze ou utilização mais regular nos jogos, será bem mais difícil de conseguir. A dupla de Adrien e William Carvalho já provou ser fundamental para estabilizar a equipa. João Mário entra e sai consoante as necessidades do esquema tático, com Renato Sanches e André Gomes na mesma situação.
Seleção portuguesa, versão lego
Um pouco à semelhança de André Silva e mesmo Gelson Martins, em posições mais avançadas. O avançado do FC Porto jogou ao lado de Ronaldo, com grande eficácia, diga-se de passagem, mas os jogos eram contra Andorra e Ilhas Faroé. Agora Nani está de volta, recuperado de lesão, mas será que isso significa uma reversão a esquemas anteriores? Se há coisa que se pode dizer da seleção portuguesa é que, ao contrário do que foi hábito na década anterior, não há um onze titular. Há excelentes opções para quase todas as posições, o que, sobretudo do meio campo para a frente, permite a Portugal ser uma formação versátil, escolhendo as peças a colocar no tabuleiro em função das necessidades.
Boas Apostas!
