Os portugueses recordam, de forma nostálgica, o último Mundial de sub-20, um dos mais bonitos capítulos da história recente do nosso futebol.

Seleção com tradição na prova, – campeã mundial em duas ocasiões – depois do “vice” na Colômbia, Portugal já se encontra na Nova Zelândia, país em que na sexta-feira terá início mais uma edição do Campeonato do Mundo da categoria.

As cores nacionais voltam a ser representadas por uma equipa que aspira a chegar longe na prova, figurando no lote de potenciais candidatas à conquista do troféu, embora haja concorrência de peso.

A qualificação para este Mundial, que decorrerá na distante Oceânia, foi conquistada através do Europeu de sub-19 do pretérito ano, realizado na Hungria, prova da qual Portugal saiu derrotado na final. Neste mês de Junho, os eleitos de Hélio Sousa procurarão demonstrar o que de bom se tem feito por cá a nível de formação. Com a equipa que se apresentou no último europeu de sub-19 como base, Portugal apresenta apenas quatro alterações face a esse conjunto. Tal situação, somada ao facto de muitos jogadores já atuarem pelas equipas B dos clubes que representam – há até quem já se tenha estreado na equipa principal – faz com que sejam vários os rostos já conhecidos do adepto, gerando natural expectativa para aferir se o potencial que se lhes reconhece será, ou não, aproveitado.

Poder de Fogo

Na terra dos all blacks, decerto que a seleção se apresentará num registo ofensivo, potenciando todo o poder de fogo que é reconhecido ao respetivo ataque. Apesar disso, e porque uma equipa se começa a construir a partir do setor recuado, é por aí que iniciamos a nossa breve abordagem a esta equipa.

Na baliza, André Moreira deverá ser o escolhido, jogador que pertence aos quadros do Atlético e esta época não gozou do tempo de jogo que gostaria quando emprestado ao Moreirense.

Rony Lopes

Rony Lopes, que já foi jogador do SL Benfica e agora é do Manchester City, é a grande figura desta selecção de sub-20

Nas laterais, Rebocho e Riquicho deverão ser os eleitos. Pedro Rebocho, do Benfica, é um lateral aguerrido, agressivo, que se envolve bem no ataque. Mauro Riquicho, do Sporting, é um atleta que se destaca pela disponibilidade física e pela capacidade defensiva no 1×1. Rafa Soares, do Porto, é outra opção para as laterais, ele que fez um belíssimo europeu de sub-19. No eixo, dois líderes dentro de campo: João Nunes e Domingos Duarte. A zona central da defesa ficou sem Dinis Almeida, que se lesionou e abandonou a comitiva antes do início da competição.

No meio-campo, a acompanhar Podstawski, que se assumirá como um médio mais de contenção – capitão de equipa que também poderá jogar a central à semelhança do que já fez no Porto B – estarão Raphael Guzzo, que fez uma óptima época no Chaves, e talvez Rony Lopes, a grande figura desta seleção que Hélio Sousa poderá colocar numa zona mais central. O criativo que em Portugal representou o Benfica é uma das grandes esperanças do futebol português, sendo que o respetivo passe pertence aos ingleses do Manchester City. Para o meio-campo existem várias opções válidas, como Francisco (Chico) Ramos, Estrela ou Bikel, jogadores que oferecem soluções diferentes ao setor.

Nas alas, o seleccionador tem uma agradável dor de cabeça, dada a qualidade dos atletas dos quais dispõe. É, muito provavelmente, o setor em que a seleção possui soluções de maior qualidade. Não descartando apesar disso uma possível aposta em Rony para o flanco, Hélio Sousa tem às suas ordens Gonçalo Guedes, Nuno Santos, Gelson Martins e Ivo Rodrigues, todos jogadores a quem é reconhecido valor. Guedes, nascido em 1996, já se estreou pela equipa principal do Benfica, enquanto que Nuno Santos é peça habitual na equipa B, bem como Gelson Martins na formação alternativa do Sporting. Ivo Rodrigues, promissor jogador do FC Porto, passou a segunda metade da temporada emprestado ao Vitória SC.

Na frente de ataque, a ser alimentado pelos nomes anteriormente mencionados, estará André Silva. O matador da seleção sub-19 na Hungria que, ao longo da presente época, no Porto, ficou algo tapado por Gonçalo Paciência, e quer agarrar esta oportunidade para reafirmar o seu valor.

Estágio na Austrália

Em função da considerável diferença horária Portugal – Nova Zelândia (11 horas), – que obrigará o adepto a muitas noites mal dormidas caso queira assistir aos encontros ao vivo – a comitiva partiu para a Oceânia a meio de Maio, depois de uma curta escala no Dubai.

Já na Austrália, a seleção realizou dois particulares em que houve forte presença dos emigrantes lusos na bancada: Vitória frente ao Gana e derrota com o Brasil.

Inserida no Grupo C, é a mais forte candidata à conquista do grupo, apesar da presença da Colômbia. As outras duas equipas são o Senegal, que se estreia em fases finais, e o Qatar, que está de regresso após uma ausência que durou duas décadas.

A estreia portuguesa está marcada para o duelo com a seleção africana, no próximo dia 31, pelas cinco da manhã, em Hamilton.

Boas Apostas!