Depois de vencer o Grupo B e de ter ultrapassado a Irlanda do Norte, a seleção do País de Gales chega aos quartos-de-final do seu primeiro Europeu de sempre. Mas, para os jogadores galeses, não é a vontade de serem os penetras da festa dos favoritos aquilo que mais atrai, bem pelo contrário. Perante os dias que passam na espera de defrontar a Bélgica, os jogadores galeses repetem afirmações que demonstra uma verdade: o País de Gales não quer ser o outsider.

Gareth Bale e a história

Gareth Bale

Bale aponta o caminho

O jogo mais importante da história do futebol no País de Gales dos últimos cinquenta anos. Gareth Bale poderia bem ter dito que este é o jogo mais importante do seu país. Mas preferiu sublinhar a história. O esquema mental fica às claras nesta forma de anunciar o jogo perante a Bélgica. Os galeses não são uns novatos nestas andanças. Há cinquenta anos já cá andavam. A jogar os quartos-de-final de um Mundial de futebol, frente ao Brasil. A história do País de Gales, para além disso, não é a história de tudo o que não conseguiu fazer durante as últimas décadas, mesmo quando teve alguns dos melhores jogadores da Europa. A história que Bale sublinha é a de 1958, de John Charles e Ivor Allchurch, de uma caminhada até à beira do impossível que, mais do que uma simples ocorrência sem igual, se pretende que se faça normalidade.

De certa forma, esta consciência histórica coloca os galeses num outro nível. Longe de parecerem a equipa que se põe em bicos de pés para estar nesta fase da prova, querem aqui estar como merecedores de reconhecimento. E depois de um primeiro lugar no seu grupo, a vitória perante a Irlanda do Norte ainda não terá chegado para olharmos os galeses como tal. Falta a Gareth Bale e companhia vencer um jogo perante um dos adversários mais complicados, até porque frente à Inglaterra terão ficado um pouco aquém do esperado. É esse o tipo de desafio que a equipa tem pela frente.

Neil Taylor e o festejo da eliminação inglesa

Neil Taylor

Taylor já marcou neste Europeu

Criou alguma celeuma, sobretudo nos meios de comunicação britânicos, um vídeo dos festejos da eliminação inglesa no estágio da seleção galesa. Neil Taylor confirmou que se tratou mais de uma piada do que algum tipo de questão particular com os ingleses. Aliás, essa ideia de alguma subalternidade não entra no balneário galês. Taylor revelou que os galeses têm seguido com muito interesse a caminhada de equipas consideradas como menos favoritas. E a vitória da Islândia dá-lhes razões para acreditar que não é preciso ser-se o favorito para se chegar ao resultado desejado.

E o que deseja o País de Gales? Para começar, encontrar a forma certa para se medir com a Bélgica. Ambas as equipas gostam de um estilo que oferece a bola ao adversário para depois tentar explorar o espaço na transição. A equipa de Chris Coleman imagina, desde já, as dificuldades para travar De Bruyne e Hazard, mas também reconhecerá ter em Ramsey e Bale armas para tentar fazer a diferença.

Pela mente dos jogadores passa uma ideia simples. Depois de ser o jogo mais importante dos últimos cinquenta anos, querem torná-lo no segundo mais importante. Seria o sinal de que atingiriam as meias-finais.

Boas Apostas!