Este regresso da Liga dos Campeões, primeira noite da primeira mão dos quartos-de-final, veio revelar uns campeões muito pouco concretizadores.
Dos dois jogos desta primeira noite, Atletico Madrid – Real Madrid e Juventus FC – AS Monaco, só houve um golo, em Turim, e foi marcado de grande penalidade, muito contestada, aliás, pela equipa adversária.
Mas nem por isso deixaram de ser dois jogos muito interessantes e bem jogados.
Se por um lado, o Real Madrid superiorizou-se ao Atletico Madrid, mas nunca conseguiu ultrapassar a barreira que foi Jan Oblak, o guarda-redes colchonero (ler artigo sobre o jogo de Madrid aqui), já o AS Monaco de Leonardo Jardim, transcendeu-se para pontuar em Turim, mas a sorte bafejou a Juventus FC que acabou por ficar com a vantagem para a segunda mão.
Em Madrid
Já se perdeu a conta à quantidade de vezes que Atletico e Real se defrontaram depois da final da Liga dos Campeões da época passada, em Lisboa, e que o Real Madrid levou a melhor sobre o seu rival, o Atletico Madrid.

Atletico e Real anularam-se e deixaram tudo por resolver no Santiago Barnabéu
Mas desde essa vitória que garantiu a Taça para a equipa merengue, o Real nunca mais conseguiu voltar a vencer o Atletico. E ontem não fugiu à regra.
Real Madrid e Atletico Madrid empataram a zero golos na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. E a equipa de Carlo Ancelotti até fez por isso mas, desta vez, Jan Oblak puxou de toda a mestria que andou a mostrar ao serviço do SL Benfica e não deixou violar as suas redes. A trabalhar para ganhar o lugar.
Em especial na primeira parte, o Real Madrid foi em tudo superior ao Atletico e foi com alguma facilidade que se aproximou amiúde da baliza adversária, mas foi aí que Oblak mostrou o seu valor ao negar o golo, por diversas vezes, a Cristiano Ronaldo, a Gareth Bale e a James Rodríguez.
No segundo tempo, o Atletico Madrid conseguiu equilibrar mais o jogo, aproximado-se também, e com bastante perigo, da baliza de Casillas que, também ele, foi sempre o grande óbice do colchoneros.
Numa noite em que o único português em campo, Cristiano Ronaldo (tanto Tiago como Pepe não saíram do banco), não fez a diferença, esta esteve então a cargo de um jogador esloveno que passou pelo campeonato português e por cá deixou muitas saudades, Jan Oblak. Se o resultado se manteve no zero a zero, é ao guarda-redes do Atletico Madrid que se deve.
Assim, depois do nulo no marcador no Vicente Calderón, será no Santiago Barnabéu que se irá decidir quem, de Madrid, passará às meias-finais da Liga dos Campeões. Uma verdade está já assente: será um dos finalistas da época passada. E esta é mesmo a única certeza que se poderá ter.
Em Turim
La vecchia signora recebeu os monegascos e, no limite, conseguiu a vitória pela margem mínima.

Juventus e Monaco também se anularam, mas os italianos tiraram proveito de uma grande penalidade inexistente
A única equipa que foi a jogo, nestes quartos-de-final da Liga dos Campeões, com 4 portugueses (Ricardo Carvalho, João Moutinho, Bernardo Silva e Leonardo Jardim), fez um bom jogo em Turim e se não voltou para o Mónaco com um empate na carteira, deve-o, sobretudo, ao árbitro da partida que assinalou, mal, uma grande penalidade a sancionar uma falta de Ricardo Carvalho, cometida fora da área.
Não fora esse erro da arbitragem, era possível que a equipa de Leonardo Jardim aliasse, ao bom desempenho da sua equipa, um resultado lisonjeador frente ao tri-campeão italiano.
No início da época ninguém diria que o AS Monaco que Leonardo Jardim iria comandar, estaria onde está hoje. Em terceiro lugar na Ligue 1 francesa, e nos quartos-de-final da Liga dos Campeões tendo ido perder por 1 a 0 no jogo da primeira-mão dos quartos-de-final, com todas as possibilidades de virar o resultado em casa, bastando que se apresentem em campo com a mesmo determinação com que ontem entraram no Estádio da Juventus.
A equipa de Leonardo Jardim levava a lição bem estudada mas, a partir do momento em que sofreu o golo, praticamente abdicou de atacar, talvez a tentar proteger o resultado mínimo, ou talvez as forças tenham desaparecido depois de sofrerem a grande penalidade.
Mas o facto é que a equipa de Massimiliano Allegro também não foi muito de atacar. Depois de se apanhar a ganhar, deixou de tentar forçar o ataque, acabando por se tornar um jogo disputado muito a meio-campo e sem grandes oportunidades de golo.
Na segunda-mão, o AS Monaco tem a oportunidade de dar a volta à eliminatória, mas não deve esquecer-se que a equipa de Turim, como boa equipa italiana que é, é cínica. Bastará um golo no Mónaco para a equipa do principado tenha de marcar 3.
Há ainda muito futebol pela frente.
Boas Apostas!