E finalmente recomeçou a campanha de qualificação para o Campeonato da Europa de 2016.

O pontapé de saída foi dado hoje, Sexta-feira, por Fernando Santos, o seleccionador nacional que veio substituir Paulo Bento, ao fazer a sua primeira convocatória para o duplo embate que se aproxima.

Dia 14 de Outubro, a Selecção de Portugal desloca-se a Copenhaga para defrontar a Selecção da Dinamarca, na segunda jornada da fase de grupos de apuramento. Mas alguns dias antes, a 11 de Outubro, a Selecção vai a Paris defrontar a Selecção de França, num jogo amigável, mas que poderá ser muito importante para Fernando Santos mostrar ao que vem, e poder experimentar o futebol que quer ter na Selecção e que promova a qualificação que, de momento, está um pouco distante.

Lembramos que a Selecção Portuguesa começou por perder o primeiro jogo, em casa, contra a Selecção da Albânia, derrota essa que levou ao afastamento do então seleccionador Paulo Bento, que já vinha de uma muito má campanha no Mundial do Brasil, mas a quem o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, deu um voto de confiança que foi, no entanto, revogado após esse desaire.

Fernando Santos, o engenheiro do Penta, no FC Porto, e que já passou também pelo SL Benfica e pelo Sporting CP, tinha acabado de sair da Selecção da Grécia que tinha comandado no mesmo Mundial do Brasil, mas com melhores resultados que a Selecção Portuguesa, fora a primeira, e imediata, escolha de Fernando Gomes. No entanto, o castigo de 8 jogos de suspensão a que Fernando Santos está sujeito, depois do seu último jogo à frente da Selecção Grega, no mesmo Mundial, apareciam como um impedimento. A questão era se fazia sentido ter um treinador que não pode estar no campo durante os jogos. A partir de certa altura deixou de haver questão, deixou de ser impeditivo, como se não houvesse mais ninguém capaz de exercer o cargo de seleccionador nacional, e Fernando Gomes assume mesmo Fernando Santos como seleccionador de Portugal, mesmo que não se possa sentar no banco, em princípio, até ao segundo jogo do Europeu. Por isso foi também convidado o treinador Ilídio Vale, que será o treinador dentro do campo, e o representante de Fernando Santos.

Fernando Santos é, assim, um seleccionador a 50%, com responsabilidades das convocatórias e nos treinos, mas distante do terreno de jogo.

Mas, pelo menos na convocatória, não o podem acusar de não fazer o seu trabalho. Embora não tenha erguido uma revolução, como havia muito quem pedisse, Fernando Santos fez uma convocatória para agradar a todos os sectores e segmentos: alguns jogadores que mantêm o lugar, outros que estavam proscritos e ainda novidades absolutas. Pelo menos na convocatória, Fernando Santos a demarcar-se de Paulo Bento. Vamos a ver qual será o onze. E como as peças serão espalhadas pelo campo.

A Convocatória

Guarda-Redes: Rui Patrício, Anthony Lopes; Beto;

Defesas: Bruno Alves, Cédric Soares, Eliseu, Fábio Coentrão, Ivo Pinto, José Fonte, Pepe, Ricardo Carvalho, Antunes;

Médios: Adrien Silva, André Gomes, João Moutinho, João Mário, Tiago, William Carvalho;

Avançados: Vieirinha, Cristiano Ronaldo, Danny, Éder, Nani e Ricardo Quaresma.

Ora, nas redes, nada de novo no horizonte. Rui Patrício é o senhor da baliza. Beto é o suplente. Anthony Lopes é um possível futuro.

Ricardo Quaresma

Ricardo Quaresma, um regresso à Selecção, há muito aguardado

Na defesa, saiu da convocatória um dos defesas mais contestados, João Pereira, do Valencia CF. Para a direita, portanto, Fernando Santos chamou Ivo Pinto, do Dínamo Zagreb, e que faz aqui a sua primeira chamada à Selecção A, e Cédric Soares, do Sporting CP. Para o lado esquerdo mantém-se Fábio Coentrão, do Real Madrid, ao qual se juntam Eliseu, do SL Benfica e Antunes, do Málaga. No centro da defesa mantêm-se Bruno Alves e Pepe, aos quais se junta, agora, José Fonte, do Southampton e Ricardo Carvalho, do AS Monaco, que assim, regressa ao seio da Selecção Portuguesa.

No meio-campo, manteve-se William Carvalho, do Sporting CP, aposta dos últimos tempos, assim como André Gomes, do Valencia CF, e João Moutinho, do AS Monaco. Tiago, do Atlético Madrid, é um pedido já muito antigo, de muita gente e Adrien Silva, do Sporting CP, também é um nome que circulava sempre com muita insistência. Quando a João Mário, também do Sporting CP, é reflexo do seu trabalho e do relevo que ganhou nos últimos tempos, e que reflecte a atenção com que Fernando Santos acompanha a Liga Portuguesa e os seus jogadores.

No ataque, tal como na baliza, foi onde as coisas menos se alteraram. Mantiveram-se Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, Nani, do Sporting CP, Éder, do SC Braga, para além do regresso, já esperado, de Danny, do Zenit e de Ricardo Quaresma, do FC Porto.

As ausências mais notadas são dos defesas Luís Neto, do Zenit, João Pereira, do Valencia CF, André Almeida, do SL Benfica e Ricardo Costa, do Al-Sailiya, dos médios Miguel Veloso, do Dínamo de Kiev e Raul Meireles, do Fenerbahçe. Em relação à última convocatória de Paulo Bento, onde se chegou a falar de uma pequena renovação, não foram convocados o defesa Rúben Vezo, do Valencia CF, o médio Pedro Tiba, do SC Braga e o avançado Ricardo Horta, do Málaga.

No entanto, e como medida mais revolucionária de Fernando Santos, a inclusão, de novo, do enfant terrible do futebol lusitano: Ricardo Quaresma.

O Princípio do Fim

Vamos agora a ver o que estes convocados trazem para a Selecção Portuguesa.

Fernando Santos

Fernando Santos parece saber o caminho da qualificação

Portugal precisa mesmo de vencer este próximo jogo na Dinamarca, um adversário directo, correndo, Portugal, o risco de tornar uma qualificação bastante acessível em potencialmente perigosa. A vitória é obrigatória.

Obrigatório é também perceber como voltar a colocar a Selecção Nacional na órbita dos portugueses. Para que estes a sintam como sua. E, para isso, a Selecção deveria começar por fazer um bom resultado em Paris, contra a Selecção Francesa, para levar à emigração, que vai brilhar com o jogo, um pouco do orgulho português. E voltar a ligar as peças: a do jogo e a do apoio.

Agora, é verdade que Fernando Santos cumpriu o que prometeu. Não há proscritos na Selecção Portuguesa, e só são chamados os melhores e os que estiverem em melhor forma e a jogar nos seus respectivos clubes. Espera-se que isso seja verdade. Que nesta selecção haja sempre lugar para os melhores e os que dêem melhores garantias. Que não haja lugares cativos e que todos corram pelo mesmo.

E que no fim, não seja necessário andar, de novo, a fazer contas. Que a Selecção Portuguesa seja apurada à primeira. E que seja o orgulho de toda uma nação.

Boas Apostas!