Depois de duas fases eliminatórias em que quatro dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa ficaram pelo caminho, a fase de grupos decidirá quem serão os cinco representantes da CAF no próximo Mundial de 2018 na Rússia.
São Tomé e Príncipe (eliminado pela Etiópia) e a Guiné-Bissau (eliminada pela Libéria) caíram logo na 1ª Eliminatória, enquanto Moçambique (eliminado pelo Gabão) e Angola (eliminada pela África do Sul) caíram na 2ª eliminatória, onde Cabo Verde eliminou o Quénia.
Sobram assim vinte equipas, divididas em cinco grupos, com o vencedor de cada grupo a apurar-se diretamente para o Mundial. Analisamos cada um dos grupos e apontamos os favoritos a marcar presença na Rússia em 2018.
Grupo A
Com a Tunísia a enfrentar um conjunto de equipas sem grande experiência fora do continente, parece seguro dizer que as Super Águias são as favoritas a seguir em frente. Apesar de ter um grupo de jogadores que estará uns degraus abaixo do que tinha há uns anos atrás, os tunisinos reúnem experiência e qualidade, sobretudo percebendo que vão poder gozar do fator casa e fazer apenas dois jogos a sul do equador. Rep. Dem. do Congo e Guiné Conacri são os principais candidatos a correr nas proximidades da Tunísia, com a Líbia a demonstrar que, muitas vezes, as guerras não são o suficiente para acabar com o futebol em determinado país. Mas as suas oportunidades são escassas.
Grupo B
Pode bem ser considerado o grupo da morte, com todas as seleções presentes a poder alimentar o sonho de chegar ao Mundial. Para Argélia e Nigéria, aliás, seria presença obrigatória, o que significa que uma das forças vivas do futebol africano falhará a presença na Rússia. Na comparação, os argelinos parecem levar alguma vantagem. No entanto, não se pode tirar da corrida os Camarões, uma seleção que habitualmente brilha nas caminhadas para os Mundiais, sendo uma das seleções africanas com melhor currículo nessa prova, enquanto a Zâmbia ambiciona a ser a surpresa num grupo em que todos os jogos serão difíceis.
Grupo C
Um grupo de incógnitas, onde as várias seleções integrantes apresentam excelentes currículos, mas em todas elas há um ou outro fator que pode lançar a dúvida. Marrocos deverá ser o conjunto mais consistente daqueles que estão neste Grupo C, apesar de ter estado arredado das últimas grandes provas, enquanto a Costa do Marfim, com a sua melhor geração já a entrar na veterania, poderá ter dificuldades para manter o estatuto de mundialista. O Mali parece não conseguir regressar ao seu melhor nível, com muitos problemas a afetar sempre o rendimento dos jogadores nas seleções e o Gabão, que liderado por Jorge Costa e com Pierre Aubameyang como estrela, poderá tentar ser a surpresa e alcançar um apuramento inédito para um Mundial.
Grupo D
Cabo Verde sonha com um lugar no Mundial, mas não terá missão fácil num grupo com várias seleções que partilham o mesmo sonho, mesmo que sem grande experiência a esse nível. O Senegal será o principal candidato, com uma geração com muita gente a atuar na Premier League, que lhe poderá dar um certo avanço competitivo. Já o Burquina Faso e a África do Sul, são duas seleções que, tendo talento e capacidade organizativa para chegar um pouco mais longe, se revelam sempre muito inconsistentes nas principais competições, falhando objetivos que lhe poderiam ser acessíveis. Esperança para os Tubarões Azuis, caso consigam ultrapassar os senegaleses.
Grupo E
O futebol egípcio continua a viver uma enorme crise, já que a situação do país nem sempre permite que o campeonato se desenrole. A nível dos grandes clubes, continua a haver presença nas provas continentais, mas a seleção perdeu alguma capacidade para fazer a diferença. Num grupo onde está o Gana, a história parece até começar logo decidida à partida, sendo que os ganeses se apresentam com umas das seleções mais fortes da atualidade, em África. A competição pelo primeiro lugar deverá, inclusive, ficar limitada a estes dois países, porque Congo e Uganda, apesar de alguma evolução, não estarão ao nível das melhores equipas deste grupo.