Passaram quatro jornadas da Liga NOS e, com a paragem para os encontros de seleções, há espaço para se avaliar o ponto em que estão os três grandes e aquilo que poderão ser as suas maiores forças e fraquezas para o resto do campeonato. Sempre sob a ameaça de um mercado ainda aberto, o que poderá levar alguns dos valores de cada equipa, mas também trazer ainda reforços de qualidade, podemos afirmar que os três grandes têm, todos, trabalho a fazer.
FC Porto muito focado
Sérgio Conceição trabalhou duramente neste início de temporada para conseguir chegar a este quadro que apresentou em Braga. Uma equipa que entrou ferozmente no jogo, em busca de marcar cedo, conseguindo-o logo nos primeiros dez minutos. Uma imagem, aliás, já vista neste campeonato. Depois, a capacidade de congelar o resultado até ao final do encontro, desta feita frente a um Braga, que apesar de não estar ainda no seu melhor, não se poderá dizer que não seja uma das equipas mais complicadas de defrontar nesta Liga.
As forças da equipa estão no ritmo colocado em jogo e na forma como a equipa consegue dar muita largura à sua frente de ataque, onde, para já, Aboubakar vai beneficiando da companhia de Marega, com o maliano a demonstrar que até havia alguém no banco para dar profundidade. A equipa expõe-se bastante, com apenas Danilo Pereira em funções de maior controlo defensivo, mas vai-se valendo da forma como procura sempre a bola, sendo a bola uma espécie de razão de existir para este conjunto. A proposta de Sérgio Conceição é exigente para o quadro competitivo e para o número de opções que tem no plantel, sendo, talvez, o treinador mais dependente do que poderá acontecer até ao fecho do mercado.
Sporting com opções
Acuña é reforço em destaque
O Sporting teve as quatro jornadas da Liga NOS e os dois encontros da Liga dos Campeões para medir as suas capacidades e, em resumo, sente-se ser um plantel com opções. Jorge Jesus abdicou da utilização de William Carvalho, que deverá sair, embora o plantel leonino ainda possa ter mais mexidas no meio-campo e no ataque nestes últimos dias. Com Battaglia a crescer na posição de médio mais defensivo, a equipa tem vivido em busca de opções no sector central, ora com a dupla Adrien Silva e Bruno Fernandes, ora com apenas um deles, experimentando ainda Podence e Alan Ruiz nas costas do ponta-de-lança. Bas Dost é o elemento mais preparado para assumir as dinâmicas trabalhadas do colectivo.
Nas faixas, trabalha-se para se ter a melhor dupla desde que Jorge Jesus chegou ao Sporting. Manter Gelson Martins será, assim, obrigatório, já que Acuña chegou para dar muita qualidade à largura do jogo dos leões. Piccini e Fábio Coentrão também têm dado boa resposta, ainda que se sinta que, por ter havido muitas mexidas no onze, a equipa precise de tempo para crescer.
Benfica duvida de si próprio
Seferovic tem dado excelente resposta
Continua a ser difícil de acreditar que o Benfica não se procurará reforçar para ocupar lugares na baliza e na linha defensiva. Neste momento, Bruno Varela e André Almeida, que poderiam ser vistos como segundas opções sólidas, ocupam o lugar de titulares indiscutíveis. Para a baliza, as constantes lesões de Júlio César poderão ser um problema, enquanto no corredor central Jardel também se voltou a lesionar neste último jogo.
Também ainda será questão perceber se, na ausência de Fejsa, a equipa encarnada preferirá utilizar Filipe Augusto ou Samaris. Implicações importantes na gestão do plantel poderão daí sair, sobretudo se o grego acabar por ser transferido. A frente de ataque é um elemento mais sólido do corpo desta equipa, com Jonas e Seferovic entre os mais utilizados, Raúl Jiménez, de novo, como suplente de luxo e Mitroglou a recuperar de lesão. Mexer neste sector só mesmo se houver saídas.
Apesar do empate cedido em Vila do Conde, consente-se que, com as opções actuais, o Benfica será sempre uma equipa a fazer muitos pontos na Liga NOS, ainda que a fragilidade defensiva possa ser destapada com outra facilidade nos jogos da Liga dos Campeões. E como o campeonato português também depende, e muito, da solidez mental das equipas que lutam pelo título, é neste capítulo que as fragilidades poderão contagiar as forças dos encarnados. Algo a ter atenção quando faltam pouquíssimos dias para o fecho do mercado.
