Novak Djokovic – Jo-Wilfried Tsonga (ATP Masters Indian Wells)

Jo-Wilfried Tsonga desafia o número um mundial nos quartos de final de Indian Wells e se for bem sucedido supera o seu melhor resultado no Masters 1000 da Califórnia, em 2013. O francês bateu com segurança Dominic Thiem, na ronda anterior, em sets diretos. Novak Djokovic começou devagar a sua participação no torneio mas nos oitavos de final empenhou-se o suficiente para passar por Feliciano Lopez com facilidade. Haverá alguém capaz de pôr o sérvio verdadeiramente à prova, em Indian Wells? É a pergunta do momento a que Tsonga tentará responder.

Jo-Wilfried Tsonga perdeu os primeiros meses da temporada em 2015, enquanto recuperada de uma cirurgia ao ombro. Miami foi a primeira prova que disputou e falhou, por conseguinte, a primeira prova da serie Masters 1000. O seu melhor resultado na Califórnia foi uns quartos de final, em 2013, onde foi travado, precisamente, por Djokovic. Tem aqui a possibilidade de superar essa marca mas para isso tem que vencer o número um mundial.

Na sua estreia em Indian Wells Tsonga enfrentou um jovem compatriota de vinte anos, Vicente Millot (7-5, 6-1). Na terceira ronda afastou Sam Querrey (6-3, 6-4). Dominic Thiem prometia ser um opositor de maior grau de dificuldade. Mas o austríaco acusou algum cansaço, a verdade é que tem estado muito ativo neste início de ano, e o francês nunca parou de o massacrar. Tsonga jogou de forma intensa e agressiva, não dando oportunidade ao seu adversário para respirar. O desfecho acabou por ser mais simples e rápido do que o esperado, inicialmente (6-3, 6-2).

Novak Djokovic foi obrigado a abandonar o ATP do Dubai – precisamente quando enfrentava Feliciano Lopez nos quartos de final – devido a uma infeção ocular que já o vinha a incomodar há algum tempo. Depois disso, voltou à competição na Taça Davis, ajudando a Sérvia a levar a melhor no duelo com os cazaques. A entrada no Masters 1000 de Indian Wells foi algo arrastada. Algo a que já nos tem vindo a habituar. O número um mundial sente alguma dificuldade nas etapas iniciais dos torneios provavelmente por não constituírem desafio bastante para a sua concentração. Sem desrespeito para com o norte-americano Bjorn Fratangelo, jogador do top-150, não foi o adversário a obrigar Djokovic a jogar três sets (2-6, 6-1, 6-2) para seguir em frente. É uma questão de Novak consigo mesmo. Mesmo Philipp Kohlschreiber (7-5, 7-5) dificilmente teria essa capacidade, e já é um tenista de outra dimensão. O que fica sempre muito claro nestes frente a frente é que Novak está a fazer os mínimos para cumprir o objetivo. A qualquer momento, ele tem pelo menos uma ou duas velocidades – leia-se níveis de intensidade e concentração – que o distanciam da concorrência. No panorama do ténis atual há dois ou três tenistas que podem bater Djokovic. Roger Federer, se for à melhor de três; Stan Wawrinka, se estiver num dos seus dias excecionais; Andy Murray, muito de vez em quando. Nenhum dos três está já em prova. Por isso a questão é, quem pode desafiar o número um mundial em Indian Wells? Partindo do princípio que supera esta etapa, Novak terá pela frente o vencedor do duelo entre Nadal e Nishikori. Em circunstâncias normais – sem limitações físicas – nenhum dos dois parece capaz de escalar este Evereste. A lógica é esta mas o desporto desafia-a muitas vezes. Veremos que argumentos tem Tsonga para contrariar o favoritismo do sérvio que venceu as duas últimas edições deste Masters, em quatro títulos já conquistados em Indian Wells.

2015	Masters de Shanghai	Djokovic	2		6	6				F
		Tsonga	0		2	4
2014	Masters de Toronto	Tsonga	2		6	6				R16
		Djokovic	0		2	2
2014	Wimbledon	Djokovic	3		6	6	7			R16
		Tsonga	0		3	4	6
2014	Roland Garros	Djokovic	3		6	6	6			R16
		Tsonga	0		1	4	1

Djokovic leva clara vantagem nos confrontos com Tsonga (15-5) e a maioria das vitórias do francês aconteceram no início da carreira do sérvio.