Pela primeira vez na sua história, o País de Gales participa num Europeu de Futebol, depois de em 1958 ter estado num Mundial. Há época, Ivor Allchurch, do Swansea City, foi a sua figura em maior evidência, dados os dois golos marcados na competição, onde passaram na fase de grupos depois de vencer o desempate frente à Hungria, para cair aos pés do Brasil.

Gareth Bale País de Gales

Tranquilidade no estágio galês

No entanto, a sua melhor geração nunca conseguiu, em conjunto, atingir uma grande prova internacional. Chegando a ter Neville Southall, Gary Speed, Dean Saunders, Ian Rush, Mark Hughes e Ryan Giggs disponíveis ao mesmo tempo, um segundo lugar na fase de qualificação do Euro 92, atrás da Alemanha, foi o mais perto que estiveram de um palco deste nível.

Agora, graças ao alargamento do Europeu, mas também ao aumento de competitividade da seleção galesa, muito centrada na figura de Gareth Bale, jogador do Real Madrid, fala-se de uma dependência desta estrela que transforma a seleção do País de Gales de conjunto de meio da tabela a concorrente aos primeiros lugares. Mas estaremos a falar de uma realidade ou de um mito?

Os números de Bale

Na fase de apuramento para o Euro 2016, Gareth Bale foi responsável por sete dos onze golos marcados pela equipa galesa, participando ainda em outros dois, com assistências. Neste pequeno resumo poderemos entender de que forma impacta o atual jogador do Real Madrid numa seleção que coloca, à sua volta, onze jogadores que atual na Premier League, dois na Liga Escocesa e os restantes nas divisões secundárias do futebol inglês.

Poderia o País de Gales atingir este nível competitivo sem Bale? Pouco provável. Olhando para as últimas duas fases de qualificação, o ataque do País de Gales é praticamente inexistente, cabendo a Bale e à linha média a capacidade de concretizar. Nos últimos quatro encontros de preparação, todos realizados sem o jogador do Real Madrid, os resultados da equipa galesa foram  um empate frente à Irlanda do Norte (com um golo marcado numa grande penalidade), e três derrotas frente a Holanda, Ucrânia e Suécia.

As opções de Chris Coleman

Gareth Bale Aaron Ramsey

Ramsey é o melhor companheiro de Bale

O técnico Chris Coleman terá recebido várias vezes o conselho de não aceitar o convite para treinar o País de Gales. No entanto, com a sua carreira a precisar de um novo desafio, depois de uma passagem pela Real Sociedad que terminou em enorme frustração, seguindo-se nova experiência falhada na Grécia depois de ter passado pelo Coventry. Pegar na seleção do seu país, ele que fez parte daquela geração que tinha tidos os grandes nomes do futebol galês, parecia entregar-se a mais um projeto falhado. No entanto, com Bale a evoluir para se tornar num dos grandes nomes do futebol mundial, a equipa também foi encontrando vários outros nomes que podem constituir-se como opção para dar algum brilho ao futebol jogado.

Joe Allen e Aaron Ramsey serão os outros dois nomes fortes de uma geração que quer manter o País de Gales entre os melhores. Uma missão que parece mais fácil de conseguir nos Europeus do que em Mundiais. Mas enquanto Gareth Bale reafirma que a sua seleção não é uma equipa de um só jogador, fica difícil olhá-la de forma diferente. Tal como difícil será a prestação do craque do Real Madrid quando se deparar com o facto de que é o centro de todas as atenções de linhas defensivas que tiveram todo o tempo para se preparar para o encontrar. E enquadrar.

Boa sorte!