Monte_Carlo_courtArranca a temporada de terra batida ao mais alto nível do circuito mundial. E há muito que a primavera no pó de tijolo não reunia tanta expetativa. É o que dá retirar Rafael Nadal da equação – ele está lá mas não é a ameaça dominante de outras épocas. Vejamos o que o sorteio ditou e até onde podem ir as principais figuras no Rolex Masters de Monte Carlo.

Passadeira alaranjada para Djokovic, até à semifinal

Uma novidade pouco vista nos anos passados: Djokovic e Nadal estão na mesma metade do quadro principal e podem defrontar-se na meia-final de Monte Carlo. Contudo, talvez seja precipitado projetar tão à frente a prestação dos dois tenistas. Curiosamente, o número um mundial podia ter um confronto exigente logo na estreia. Mas Nicolas Almagro foi forçado a desistir e para o seu lugar entra Albert Ramos. Novak Djokovic pode respirar de alívio e fazer a entrada no torneio mais à vontade. O lucky looser não representa a mesma ameaça que o especialista em terra batida que é o seu compatriota. A trajetória do sérvio até à semifinal parece ser uma passadeira alaranjada e poeirenta. Marin Cilic tem andado lesionado e Jo-Wilfried Tsonga ainda está perro no regresso após lesão.

O caminho de Rafa tem outro tipo de obstáculos. Mesmo antes da perspetiva de se medir com David Ferrer, Nadal pode encontra pela frente o jovem impetuoso Dominic Thiem, que andou a treinar com Federer, e John Isner. Vai ser interessante ver como o Rei em declínio (será?) lida com estes desafios.

Na final só pode haver um (suíço)

As forças da segunda metade do quadro também estão mal distribuídas. Com a oposição com que conta, Tomas Berdych só não chega pelo menos aos oitavos de final se não quiser. Raonic pode atravessar o caminho de Granollers, Andreas Seppi ou Tommy Robredo.

A grande dúvida está em saber que Stanislas Wawrinka aparecerá nos courts do Principado do Mónaco. Se “Stan, the Man”, campeão em título, no comando de todas as suas muitas faculdades, ou Wawrinka o inconstante, incapaz de entrar no jogo. Não vai ter muito tempo para se ambientar. No seu caminho alinham-se especialistas nesta superfície, como Fabio Fognini, Fernando Verdasco e Grigor Dimitrov.

Roger Federer abdicou do Open de Miami para poder investir a fundo na preparação da temporada de terra batida. O veterano de trinta e três anos ambiciona conquistar mais títulos neste piso e, aproveitando a baixa de Nadal, quem sabe, repetir a vitória em Roland Garros. No ano passado voltou a Monte Carlo, depois de anos de ausência, graças a um convite da organização e chegou à final, depois de eliminar Djokovic na etapa anterior. Foi batido no jogo do título pelo compatriota Wawrinka. Os dois suíços do top-10 podem voltar a encontrar-se na meia-final, reeditando assim a final de 2014.

Os ausentes

Há duas ausências de peso a assinalar em Monte Carlo, que apesar de ser um torneio Masters 1000 não é de participação obrigatória. Depois de voltar ao top-4, Andy Murray interrompeu a temporada para dar o nó com Kim Sears, no passado fim de semana. Kei Nishikori também resolveu saltar a prova monegasca, para descansar e preparar o torneio de Barcelona, onde defende o título ganho no ano passado. O que significa que o primeiro Masters 1000 da terra batida se joga sem os números três e quatro do ranking ATP.