A Alemanha entra a perder no Mundial da Rússia. O México está nas nuvens, tendo feito uma partida irrepreensível. Valeu o golo de Hirving Lozano, ainda na primeira parte. Mérito para Osorio, que soube ler o jogo e efetuar as alterações, até táticas, necessárias para não abrir brechas para os germânicos. Um dos melhores encontros deste Campeonato do Mundo até ao momento.
Mudança forçada na defesa alemã
Os Campeões do Mundo em título estreiam-se este domingo, em Moscovo, frente à seleção mexicana. Uma novidade forçada no onze apontado por Joachim Low: Jonas Hector está com gripe e nem sequer entra na fixa de jogo. Para o lado esquerdo da defesa germânica entra Marvin Plattenhardt, o lateral-esquerdo do Hertha de Berlim. Há grandes expetativas para ver como se comporta o jovem Timo Werner neste Mundial da Rússia. Da parte de Juan Carlos Osorio não há novidades.
Entrar a (tentar) matar
O México entra com tudo. Ritmo intenso, sem receios de partir para cima da Mannschaft, que responde na mesma moeda. Aos três minutos já tínhamos visto um lance de golo iminente para cada lado, estava dado o mote. À passagem do primeiro quarto de hora já tinha havido disparos à queima-roupa e de longa distância e duas intervenções importantes de Manuel Neuer, uma das quais uma saída da área, para intercetar um lance de contra-ataque. Aos dezoito, Hector Herrera isola Chicharito Hernández com um passe na diagonal mas o avançado hesita, perde o tempo de remate e logo se vê cercado por três alemães.
Mais posse alemã, pressão alta muito forte dos mexicanos. É inevitável pensar que esse desgaste adicional de correr atrás da bola pode vir a afetar a formação de Osorio. A partir da meia-hora de jogo a equipa responde no relvado a essa preocupação. O México baixa o bloco e investe menos na pressão alta. Não deixa de o fazer mas faz essa patrulho numa faixa mais estreita do terreno. A alteração inteligente resulta: os mexicanos continuam a levar perigo à baliza de Neuer, com saídas rápidas.
Lozano estreia-se a marcar

Estreia em Mundiais e a marcar, logo aos Campeões do Mundo.
Aos trinta e cinco Hirving Lozano coloca o México na frente do marcador. O lance começa em Herrera, que recupera a bola no meio-campo defensivo, abre para Chicharito que tabela com o extremo do PSV. Até então, as transições defensivas da Alemanha estavam a ser impressionantes: partiam de trás mas quando os mexicanos iam para o remate final já estava lá alguém a cortar o ângulo. Desta vez, Kroos chegou um nadinha mais tarde mas há que reconhecer que Lozano foi mais lesto na tomada de decisão. Aos vinte e dois anos, estreia-se a marcar em Campeonatos do Mundo e o México vai para intervalo com vantagem, ainda que magra.
Reação alemã e gestão inteligente do México
Segundo tempo arranca com a Alemanha no ataque, mas só por onde o México permite, pelas faixas. Aos cinquenta e sete Carlos Vela podia ter feito o segundo mas falha completamente o passe de Chicharito. Sai no minuto seguinte para a entrada de Edson Álvarez. O selecionador mexicano percebe que tem que equilibrar o meio-campo, perante o desgaste de Herrera e Guardado, obrigados a fazer piscinas. O homem do América vai para trinco, os outros dois adiantam-se ligeiramente. Low responde trocando Sami Khedira por Marco Reus.
Fisicamente, o México está esgotadíssimo e Juan Carlos Osorio pressente o perigo. Substitui Lozano por Raúl Jímenez, numa tentativa de segurar mais a bola no ataque.
Fazer das tripas coração

A apreensão no rosto dos jogadores alemães e a procissão ainda ia no adro.
Nos últimos vinte e cinco minutos a pressão da Alemanha passa de intensa a desesperada. Cruzamentos para a área sempre que possível, e os remates sucedem-se por cima e ao lado. Nos descontos até Neuer sobe para a marcação de um canto. Apesar de ter andado a trocar jogadores defensivos por homens de ataque – Khedira por Reus, Plattenhardt por Mario Gómez, Muller por Brandt – o selecionador alemão não conseguiu mais do ter mais artilharia a bombardear a muralha mexicana.
A campeã mundial Alemanha entra a perder na competição. Jogo quase perfeito do conjunto Azteca. Herrera fez uma partida tremenda, Guardado e Layún também. A entrega e disciplina foram impressionantes. El Tri é primeiro no Grupo F e hoje, no México, Juan Carlos Osorio passa de besta a bestial. Tão contestadas foram as suas opções na qualificação e esta tarde versatilidade tática, a capacidade de se adaptar ao que o jogo exigia, foi determinante para conquistar três pontos à Mannschaft.
Boas Apostas!