O Barcelona deverá confirmar a conquista do título espanhol na próxima semana. Para lá chegar, houve que bater o Bétis, em Camp Nou, num jogo em que os catalães começaram a perder mas, depois da entrada de Lionel Messi em campo, tudo mudou de figura. Há mesmo um Barcelona sem o argentino e um outro, bem diferente, quando o pequeno génio está em campo.
Chamem o Messi
Enquanto que em Barcelona se discute se haverá, ou não, fim de ciclo e o treinador Tito Vilanova troca mensagens, em público, com Piqué, sob os diferentes pontos de vista em relação ao que fazer no futuro, uma coisa parece certa: enquanto houver Messi, haverá vida em Barcelona. Frente ao Bétis, Camp Nou imaginou mais uma noite de sofrimento, quando Pabón marcou o primeiro golo dos sevilhanos logo a abrir a partida. Alexis empatou antes dos dez minutos de jogo, mas com Rúben Perez a voltar a colocar o Bétis na frente, antes do intervalo, alguma angústia atravessava as bancadas.
Começa a segunda parte e, com Messi pronto a entrar, David Villa volta a empatar a partida, na sua última ação em jogo, já que viria a dar lugar ao argentino. E como mudou o ambiente do Camp Nou quando, ao passar do minuto sessenta, Messi aproveitou um livre para colocar o Barça, pela primeira vez, na frente do marcador. O argentino ainda voltaria a marcar, fechando o jogo com 4-2 para a sua equipa. Mesmo fragilizado por uma lesão que o deixou noventa minutos sentado no banco frente ao Bayern Munique, o argentino é, hoje em dia, o único jogador capaz de manter a qualidade que fez do Barcelona a melhor equipa do mundo. É ele quem impede que o ciclo chegue ao fim. Pois o ciclo não era Guardiola, nem é o Barcelona. É Messi.
Saragoça volta a respirar
Numa jornada em que os últimos classificados da Liga BBVA voltaram a pontuar, o Saragoça foi o feliz contemplado com uma vitória, o que lhe vale voltar a subir acima da linha de água. Frente ao Rayo Vallecano, Apoño bisou e Rodri marcou para assegurar uma vitória por 3-0, levando o estádio a explodir de esperança com a frase “sí, se puede” a ecoar no final do encontro. De resto, os empates foram lei para os últimos classificados.
O Celta de Vigo empatou em casa com o Athletic Bilbao. De Marcos marcou para os bascos no final da primeira parte, mas Iago Aspas determinou o empate com um golo aos 84 minutos. O Deportivo empatou a zero com o Atlético Madrid, enquanto o Mallorca empatou a uma bola frente ao Levante, com Hemed e Acquafresca a serem os autores dos golos.
Fugiram à regra o Osasuna, que foi derrotado em Valência por 4-0, pesado resultado que coloca a equipa bem perto de uma linha onde ninguém deseja cair, enquanto o Granada vai recuperando, desta vez batendo o Málaga por 1-0, com golo de Ighalo, colocando-se assim em posição um pouco mais segura do a dos demais concorrentes.
Os últimos dias de Mourinho
Depois do afastamento da Liga dos Campeões, José Mourinho foi tema de conversa pelas duas presenças em conferências de imprensa, que levaram a contestação de vários quadrantes. Quer jornalistas, muito atacados pelo técnico português, quer jogadores, mesmo aqueles conotados como mais próximos de Mourinho, como Pepe ou Cristiano Ronaldo, demonstraram o seu descontentamento com as palavras do técnico, demarcando-se do seu futuro.
Assim, atraía a curiosidade perceber o que aconteceria no encontro frente ao Valladolid. Sente-se, cada vez mais, uma divisão de opiniões quanto ao treinador português, que estará mesmo de saída de Madrid. A partida denotou isso mesmo. Frente a um Valladolid descansado, o Real teve dificuldades para se afirmar, sofrendo três golos, o primeiro deles logo ao minuto oito. Ao intervalo, o resultado de 2-2 permitia, até, que o Barcelona pudesse ser campeão já este fim-de-semana. Mas com Cristiano Ronaldo a bisar, para além dos golos de Kaká e Di María, o Real Madrid alcançou uma vitória por 4-3, numa época que agora desejará que termine bem rápido. Enquanto a final da Taça do Rei é um objetivo, na Liga, já nada de bom parece poder vir para o conjunto madrileno.