O Liverpool goleou por 6-1 o Watford e isolou-se na liderança da Liga Inglesa. Aproveitou os deslizes do City e Arsenal, que empataram ambos na décima primeira jornada, e passa a ter o Chelsea, que também foi prolífico na concretização, no segundo posto. Os Reds tem também o melhor ataque da Premier League, trinta golos marcados em onze jornadas, com dez homens a partilhar a responsabilidade de colocar a bola dentro das balizas adversárias. Jurgen Klopp recusa a euforia e insiste muito na ideia de qua a equipa deve manter a calma e fazer o que tem feito até aqui. O resto virá.

City e Arsenal tropeçam, Chelsea chega-se à frente

Na última jornada antes da paragem do campeonato para os trabalhos de seleções houve reviravolta nos lugares europeus. No sábado o Manchester City desperdiçou a vantagem magra que tinha frente ao Middlesbrough (1-1) já em tempo de descontos e deixou tudo em aberto. Iriam os outros líderes da classificação aproveitar para se destacar ou haveria outros desaires? O Arsenal respondeu com um empate no dérbi do norte de Londres (1-1). Por sua vez, o Chelsea resolveu fazer outra exibição de encher o olho, com um Eden em estado de graça, e bater o Everton em Stamford Bridge por um expressivo 5-0, passando para o primeiro lugar da Liga, à condição.

Liverpool goleia para chegar ao topo

A maior virtude ofensiva do Liverpool é que as ameaças podem chegar de qualquer posição do campo.

A maior virtude ofensiva do Liverpool é que as ameaças podem chegar de qualquer posição do campo.

Faltava a reação do Liverpool e ela foi por demais eloquente. Os rapazes de Jurgen Klopp golearam em casa o Watford por 6-1, como golos de Mané, Coutinho, Can, Firmino e Wijnaldum. O técnico alemão não embarca em euforias e insiste em duas ideias fundamentais: nenhum clube é campeão à décima primeira jornada e que ainda há aspetos a melhorar nesta equipa. Ambas são verdade e essa sensatez é a abordagem certa para o muito campeonato que vem pela frente. Mas Walter Mazzarri, treinador dos Hornets, que já defrontou os Gunners, Red Devils e Blues esta temporada, não teve dúvidas em afirmar que o Liverpool foi o adversário que mais o impressionou.

Ninguém quer embandeirar em arco mas o facto é que o Liverpool está isolado no comando da Premier League, com vinte e seis pontos, um acima do Chelsea, dois em relação a City e Arsenal. Se do ponto de vista defensivo a equipa ainda tem margem de progressão, como os comentadores tanto gostam de dizer, é certo que esta é uma equipa que evidencia grande evolução relativamente à primeira meia temporada de Klopp em Anfield. Funciona como um coletivo, cada vez mais orgânico e solidário. Deixou de ter aqueles momentos de desconcentração, quase como se se deslumbrasse consigo mesma, que lhe custaram dissabores num passado recente. E do ponto de vista ofensivo, é um portento que dá gosto ver jogar.

Trinta golos, dez marcadores

Os Reds são o melhor ataque da Liga Inglesa, com trinta golos em onze jogos, e têm dez jogadores a partilhar essa contagem. Sadio Mané, Philippe Coutinho e Roberto Firmino têm cada um seis tentos à sua conta, seguem-se James Milner e Adam Lallana com três e por aí fora. Do onze inicial que alinhou frente ao Watford, no domingo, só dois jogadores de campo – Nathaniel Clyne e Lucas Leiva – não marcaram esta época. Registe-se que o Liverpool tem o ataque mais concretizador sem que Daniel Sturridge e Divok Origi se tenham ainda estreado a marcar na atual edição da Premier League. É impressionante e dá duas vantagens essenciais. Torna-se muito difícil a qualquer equipa adversária preparar uma estratégia para defender o Liverpool já que neste conjunto a ameaça ofensiva pode vir de qualquer posição do campo. E o segundo triunfo é perceber que a equipa não está dependente de um ou dois jogadores para resolver os jogos.

Não há campeões em novembro

Klopp quer que a equipa mantenha a cabeça fria e se concentre no muito que ainda tem pela frente.

Klopp quer que a equipa mantenha a cabeça fria e se concentre no muito que ainda tem pela frente.

A direção dos Reds foi contratar Jurgen Klopp para devolver o clube à elite do futebol inglês. Há muitos anos que os adeptos esperam esse ressurgimento aos bons velhos tempos em que equipa lutava por troféus, dentro e fora de Inglaterra. É natural, por isso, alguma euforia e há os escaldados que ainda se recordam do título que esteve por tão pouco, ainda há três temporadas, e que se perdeu nas jornadas finais. O técnico germânico quer retirar a pressão dos seus jogadores, o que é também compreensível e até aconselhável. Mas este é o ano para o Liverpool aproveitar. O facto de não jogar nas competições europeias tem pelo menos essa grande vantagem. À exceção do Chelsea, que se encontra na mesma situação, os outros adversários do topo da tabela vão andar a jogar a dobrar e esse desgaste costuma fazer mossa – numa frente ou noutra, por vezes nas duas – na viragem do ano civil. Até lá, como defende Klopp, os Reds têm que manter a cabeça fria e fazer o que lhes compete: trabalhar semana a semana para vencer os jogos. As contas fazem-se no fim.

Boas Apostas!