Portugal – Dinamarca (Euro 2016)
Enquanto Portugal precisa apenas de um ponto para confirmar, desde já, o seu apuramento para o Euro 2016, a Dinamarca encontra-se na posição mais incómoda possível, já que mesmo vencendo em Braga, terá que esperar pelos resultados da seleção albanesa para saber se viaja diretamente para França, ou se terá ainda que ultrapassar um playoff. Sem dúvida que vencendo, os dinamarqueses tornam a tarefa da Albânia bem mais complicada, mas perante uma equipa lusitana que atua em casa e tem vindo a demonstrar um realismo enorme na abordagem destes encontros, são neste momento mais as dúvidas do que as certezas que andam pela mente da equipa dinamarquesa.
Fernando Santos transformou a face de Portugal que, na entrada para esta fase de grupos, parecia uma equipa tomada pelo medo e perdida numa renovação que muitos questionavam. O Engenheiro trouxe os planos para um projeto de vitória e, perante as limitações que são reconhecidas ao grupo de jogadores que podem ser chamados para a seleção das quinas, optou por abrir mão de memórias passadas para jogar tudo no presente. Daí se explicam alguns regressos de jogadores já considerados veteranos, bem como um maior cuidado nas apostas em jovens que se vão fazendo. A renovação deixa de ser, assim, uma necessidade, para passar a ser uma naturalidade, um passar, com o mérito como régua, de uma geração a outra.
Boas notícias para Fernando Santos com o regresso de Tiago e João Moutinho aos seus planos, num momento em que um outro jogador, André André, conquistou espaço num possível onze pelo que vem fazendo no FC Porto. Isso deverá permitir o regresso de Fábio Coentrão à faixa lateral esquerda, abrindo também outro tipo de possibilidades para a frente de ataque, onde a presença de um jogador como Éder, pelas suas limitações técnicas, parece fazer pouquíssimo sentido. Entre a consistência de uma linha defensiva muito experiente e uma frente de ataque totalmente entregue à criatividade, Fernando Santos poderá encontrar a sua melhor proposta para a seleção.
Onze Provável: Rui Patrício – Cédric, José Fonte, Ricardo Carvalho, Fábio Coentrão – João Moutinho, Tiago, André André – Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Nani.
A Dinamarca está em muitos mais lençóis. Após empates com a Albânia e a Arménia, já nada lhe garante que poderá escapar ao playoff, a não ser uma dupla de jogos desastrados de portugueses e albaneses. Por isso mesmo, ainda que o seu discurso aponte a uma vitória em Portugal para manter as esperanças em aberto, o mais provável é que o selecionador Morten Olsen esteja, já, a preparar-se para o playoff onde a DInamarca deverá mesmo ter que passar. Para o confronto com Portugal, a seleção dinamarquesa tentará receitas antigas. Tudo por tudo para parar Cristiano Ronaldo, com uma marcação fortíssima sobre o camisola 7 português, acondimentado com uma procura da fragilidade adversária na transição rápida. Também as bolas paradas poderão servir de ameaça para uma equipa que tem uma certeza: se permitir que Portugal se empolgue, então nada restará para a esperança em somar pontos no encontro de Braga.
Onze Provável: Schmeichel – L. Jacobsen, Kjaer, Agger, Durmisi – Hojbjerg, J. Poulsen – Y. Poulsen, Krohn-Dehli, Eriksen – Bendtner.
Com vários encontros disputados entre as duas seleções nos últimos anos, Portugal foi capaz de vencer nas últimas duas ocasiões. No entanto, a ideia de equilíbrio entre ambas as equipas tem sido mantida pelo esforço constante da Dinamarca em utilizar estratégias mais coletivas perante uma dependência de Cristiano Ronaldo que se sente na equipa portuguesa.
Dinamarca | 0-1 | Portugal | Euro 2016 (Q) |
Dinamarca | 2-3 | Portugal | Euro 2012 |
Dinamarca | 2-1 | Portugal | Euro 2012 (Q) |
Portugal | 3-1 | Dinamarca | Euro 2012 (Q) |
Dinamarca | 1-1 | Portugal | WC2010 UEFA |
Portugal | 2-3 | Dinamarca | WC2010 UEFA |
Dinamarca | 4-2 | Portugal | Amigáveis 2006 |
Portugal | 2-1 | Dinamarca | Jogos Amigáveis 2000 |
Pela situação que rodeia este jogo e pela fragilidade que a Dinamarca tem apresentado nos últimos confrontos, mesmo se sabemos que Portugal também está longe de ser uma equipa dominadora, o favoritismo não deixa de estar, por inteiro, do lado luso.