Portugal – Alemanha (Jogos Olímpicos 2016)
A carreira da seleção portuguesa tem sido algo surpreendente ao longo destes Jogos Olímpicos, tendo em conta tudo o que foi dito e escrito acerca das dificuldades para formar um grupo para estar presente no Rio de Janeiro. No entanto, uma vez escolhidos os dezoito, Rui Jorge não mais se mostrou preocupado com o que lhe faltava, mas concentrado no que havia a fazer para ter a melhor presença possível nesta prova. Ultrapassada a fase de grupos com sinais muito positivos, Portugal encontra agora uma Alemanha que só conseguiu vencer frente às Ilhas Fiji, mas será, provavelmente, o adversário mais estruturado que terá que defrontar nesta caminhada para as medalhas.
Portugal entrou muito bem nos Jogos OIímpicos com uma vitória sobre a Argentina, beneficiando de alguma sorte na forma como conseguiu manter o nulo na primeira parte, mas afirmando-se como um conjunto claramente superior ao seu adversário. Gonçalo Paciência e Pité foram autores dos golos que marcaram, desde logo, um favoritismo sobre a restante concorrência do seu grupo. A segunda jornada, no entanto, haveria de trazer maiores desafios aos jovens portugueses, frente a umas Honduras que aparece, habitualmente, forte nas últimas edições dos Jogos. Os hondurenhos até marcaram primeiro, Tobias e Gonçalo Paciência deram a volta ao resultado, mas foi sobretudo numa segunda parte de enorme resistência perante um conjunto muito rápido e físico que os portugueses souberam manter a tranquilidade e, desde logo, assegurar o apuramento. Por isso mesmo o encontro da terceira jornada se permitiu ser apenas um jogo de gestão de jogadores e da vantagem que havia em relação aos perseguidores, assegurando o primeiro lugar e o ascendente em direção à disputa de uma medalha. Com todo o plantel disponível, Rui Jorge deverá voltar a um onze muito próximo daquele que estreou na prova, frente à Argentina.
Onze Provável: Bruno Varela – F. Fonseca, Edgar Ié, Tobias Figueiredo, Ricardo Esgaio – André Martins, Tomas Podstawski, Sérgio Oliveira – Bruno Fernandes – Salvador Agra, Gonçalo Paciência.
A Alemanha não terá tido tantos problemas para formar um grupo de jogadores como Portugal, mas também apresenta uma seleção muito diferente daquela que, no ano passado, defrontou a equipa lusa no Europeu de Sub-21. Por isso mesmo viveu dificuldades naturais para se conseguir impor num grupo muito equilibrado, onde também estavam Coreia do Sul e México, duas seleções com bom cartel nas provas olímpicas. Os germânicos foram sobrevivendo à custa de empates frente aos seus dois adversários mais poderosos, marcando, mas também sofrendo, muitos golos. Na primeira jornada, empate a dois com o México, na segunda jornada, empate a três com a Coreia do Sul, sempre com Gnabry entre os marcadores, apontando três dos cinco golos dos germânicos. Na derradeira jornada, a Alemanha defrontou as Ilhas Fiji e acabou por golear por 10-0, resultado que acabaria por não ser necessário para o apuramento com os coreanos a vencer o México. O segundo lugar serve as aspirações dos alemães que, sem convencer em termos coletivos, apresentam um grupo com várias ameaças individuais.
Onze Provável: Horn – Toljan, Ginter, Sule, Klostermann – L. Bender, S. Bender – Brandt, Meyer, Gnabry – Selke.
Apesar de se terem encontrado na temporada passada nas meias-finais do Europeu de Sub-21, que determinou o apuramento para este Jogos Olímpicos, as equipas presentes são bem diferentes. No entanto, a vitória de Portugal por 5-0 poderá estar presente no plano de motivação dos jogadores germânicos.
Portugal mostrou maior desenvoltura coletiva nos jogos disputados, ainda que a Alemanha tenha tido adversários de valor mais elevado. No frente-a-frente, o coletivo português terá que demonstrar que é mais forte do que as individualidades alemãs para poder ter direito a sonhar com uma medalha no Rio.