Holanda – República Checa (Euro 2016)
As contas dos holandeses são muito simples de fazer. É obrigatório ganhar. No entanto, essa vitória poderá acabar por ser vazia, caso num outro jogo onde a Holanda estará bem atenta, entre Turquia e Islândia, necessita que os islandeses consigam vencer em Istambul. Assim se chega perto do final com o amargo sabor de um castigo que se deverá, apenas, a um futebol inconsequente, uma atitude de desleixo e uma desorientação geral de um modelo de jogo que se foi perdendo nas más decisões da Federação e dos técnicos escolhidos. Vencer este encontro é assim uma espécie de manutenção da honra, num quadro em que se depende dos outros. O lugar onde ninguém queria estar é o da Holanda.
A Holanda conseguiu com a vitória pela margem mínima no Cazaquistão manter ainda as esperanças na entrada na corrida do playoff para o Euro 2016, ainda que a vitória da Turquia na República Checa acabe por denunciar um conjunto com claras intenções de não perder no cair do pano a sua possibilidade de viajar para a França. Fica, assim, em maus lençóis quem se deixou cair em desgraça, perdendo pontos atrás de pontos em situações em que o seu talento individual mereceria melhor condução. Olhando para os nomes que estão, neste momento, no plantel da equipa laranja, é difícil de aceitar a conjugação de resultados obtidos.
Mas é também verdade que ao embater-se perante conjuntos muito mais organizados, como islandeses e checos, os holandeses caíram num limbo onde teriam que ser mais fortes do que os esforçados turcos. Perante os dados que temos, dificilmente se pode deixar para tão tarde um trabalho que deveria estar entregue e concluído. E por isso mesmo a Holanda apresta-se para enfrentar uma das maiores perdidas da sua história.
Onze Provável: Stekelenburg – Tete, Bruma, van Dijk, Riedewald – Wijnaldum, Blind, Sneijder – El Ghazi, Huntelaar, Depay.
A República Checa cumpriu com o seu objetivo, garantiu a presença direta no Euro 2016 e, vendo-se agora como ator num drama para o qual não tinha sido convidado, age como se não fosse nada consigo. Na verdade, não se poderia esperar outra coisa. Os checos, após cumprir o seu objetivo, vão a jogo nesta dupla jornada com apenas o intuito de dar rodagem aos seus jogadores e começar a pensar no futuro, depois de uma fase de apuramento que, até pela surpreendente carreira da Islândia, cedo deu a entender que poderia deixar um dos “favoritos iniciais” fora da corrida. Bem estiveram os checos no conseguir garantir o mais cedo possível um lugar entre os dois primeiros. Na Holanda, jogarão sem pensar em resultados. O que até lhes poderá vir a ser favorável, caso se confirme a ansiedade que tem tomado conta dos holandeses.
Onze Provável: Vaclik – Kaderabek, Suchy, Prochazka, Novak – Pavelka, Darida – Dockai, Sural, Krejci – Lafata.
Depois de perder na República Checa, a Holanda precisa de uma vitória que poderá valer muito mais (ou muito menos) do que os três pontos.
República Checa | 2-1 | Holanda | Euro 2016 (Q) |
República Checa | 0-2 | Holanda | WC2006 UEFA |
Holanda | 2-0 | República Checa | WC2006 UEFA |
Holanda | 2-3 | República Checa | Euro 2004 |
República Checa | 3-1 | Holanda | Euro 2004 (Q) |
Holanda | 1-1 | República Checa | Euro 2004 (Q) |
A precisar de vencer, a Holanda entra como favorita, mas terá também a sua ambição a “prender-lhe” os sentidos. A República Checa joga sem um objetivo mais concreto. Uma partida que pode mesmo acabar em nada para ambos os lados.