Gana – Mali (CAN 2013)
Um dos grandes jogos da segunda jornada da Taça das Nações Africanas é este Gana v Mali, a contar para o grupo B, onde o vencedor poderá já ficar definido nesta quinta-feira. As duas poderosas seleções começaram a competição como favoritas a vencer o grupo e, se o Mali confirmou a sua mais valia frente ao Níger, o Gana deparou-se com uma Rep. Dem. do Congo que quer fazer surpresa na África do Sul.
Os ganeses até começaram muito bem a sua presença na CAN, chegando a estar a vencer por 2-0 com poucos minutos disputados na primeira parte. No entanto, os congoleses nunca desistiram de pontuar e acabaram por empatar a partida. Kwesi Appiah surpreendeu com duas das suas opções para o onze inicial. Na baliza, lançou Dauda no lugar de Kwarasey e, no meio-campo, optou por deixar Annan no banco, colocando Adomah, do Bristol Rovers, como titular.
Não se poderá dizer que foi por aí que o Gana perdeu qualidade. A aposta na juventude acabou por pagar um preço bem alto, para uma equipa que, não deixando de ser um poderoso candidato a seguir em frente, ofereceu ao adversário muitas oportunidades para marcar. A dupla de centrais Boye e Akaminko tiveram muito trabalho e a equipa não foi capaz de segurar uma vitória que lhe pareceu entregue.
Vorsah foi outro dos elementos a ficar de fora das escolhas de Appiah, que entregou a titularidade ao portista Atsu. O jovem extremo-esquerdo não beneficiou de grandes oportunidades para brilhar e acabou por ser substituído quando a equipa estava a vencer por 2-1. Nos pontos positivos da estratégia de Appiah, a utilização de K.Asamoah na lateral esquerda, dando uma forte capacidade ofensiva ao corredor, de onde acabou por sair um dos golos, e a afirmação de Agyemang-Badu, com apenas 22 anos, como uma das peças mais perigosas do ataque ganês. Gyan, isolado na frente, não conseguiu fazer valer a sua capacidade de marcar golos.
Do lado do Mali, Patrice Carteron parece ser capaz de entender bem a dinâmica do grupo às suas ordens e Seydou Keita continua a ser o homem à volta de quem tudo gira. Apesar de estar a jogar numa liga menos competitiva, a chinesa, Keita mostrou no encontro frente ao Níger que mantém todas as qualidades que fizeram dele uma referência no continente africano e uma estrela nas melhores competições europeias. Para lá de ter marcado o golo da vitória, Keita esteve envolvido em todos os melhores momentos da sua equipa.
Terá surpreendido a ausência de Maiga na frente de ataque, com Carteron a optar por utilizar Cheick Diabaté, do Bordéus, nas exatas funções que costumam caber a Maiga. Apesar da menor intensidade desta opção, o técnico terá pensado primeiro no equilíbrio do grupo, ainda para mais numa primeira jornada onde era obrigatório ganhar. Sigamara Diarra e Cheick Diarra ocuparam os extremos, na tentativa de fazer balançar a defesa adversária, mas nem sempre o conseguiram com sucesso. A entrada de Samassa, do Chievo, ao intervalo, foi uma boa opção, já que o “italiano” deu mais vivacidade e contundência à equipa maliana.
De referir ainda a presença do vimaranense N’Diaye na equipa titular, mostrando o jovem central estar muito bem cotado no seu país. A fragilidade do adversário da primeira jornada não o colocou à prova, mas no encontro frente ao Gana não se esperam facilidades para a defensiva maliana.
No histórico de encontros entre estas duas equipas, o Mali venceu apenas por uma vezes, exatamente no último confronto, durante a CAN 2012, tendo o Mali conquistado o terceiro lugar da prova. Até aí, o Gana dominava por completo os encontros:
Gana | 0-2 | Mali | CAN 2012 |
Gana | 2-0 | Mali | CAN 2012 |
Gana | 2-2 | Mali | WC2010 CAF |
Mali | 0-2 | Gana | WC2010 CAF |
Mali | 1-1 | Gana | Jogos Amigáveis 2001 |
A equipa maliana parece ter mais armas para se superiorizar neste encontro, mas depois de um empate no primeiro jogo, o Gana precisa desesperadamente de vencer para ter esperanças de acabar em primeiro no grupo B. Com a Rep. Dem. do Congo a dar sinais de ser candidato ao apuramento, este encontro entre Gana e Mali ganha ainda mais significado para o fecho das contas. Equilíbrio será a nota, com a juventude ganesa a ter que aprender, da mais maneira mais difícil, a controlar partidas.
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