França – Argentina (Mundial 2018)

A seleção gaulesa enfrenta o adversário que quereria evitar. A Argentina safou-se na última, com um golo de Rojo mas mesmo à deriva uma equipa que tem Messi correr sempre o risco de se salvar. A França foi dando sinais positivos mas o grupo em que estava não a colocou diante de verdadeiros desafios. Num certo sentido, o Mundial só começa agora para Les Bleus.

A França garantiu o primeiro lugar do Grupo C, dois pontos acima da Dinamarca. Deixaram para trás ao entusiasta mas ingénuo Peru e a frágil Austrália. A verdade é que até agora a seleção comandada por Didier Deschamps ainda não teve que superar um grande desafio e essa pode vir a ser a maior pecha deste conjunto. De certa forma, o Mundial da Rússia só arranca agora para jovem equipa francesa.

Depois de garantir a qualificação com os dois triunfos – Austrália (2-1) e Peru (1-0) – a França esbarrou num nulo com a Dinamarca. Não foi apenas a falta de golos mas de tudo o resto que pode tornar uma partida de futebol interessante. O empate servia a ambas e o selecionador gaulês começou logo por ir a jogo com menos de metade dos habituais titulares. Até Hugo Lloris teve direito a descanso. Com o Peru a fazer pela vida no outro jogo, menos razão havia para se cansarem muito. Faz parte da gestão de esforço.

Muitos esperam que esta jovem França atinja a maturidade no Mundial da Rússia, depois da experiência adquirida na final do Euro de há dois anos. A média de vinte e seis anos é inflacionada pelos trintões como Lloris, Madanda, Rami, Giroud e Matuidi. Talento não lhes falta, em todos os setores do relvado. Em relação a essa equipa finalista do Europeu caseiro, além dos dois anos a mais de calo, está a estrela em ascensão, Kilyan Mbappé. Mesmo com dezanove anos ele já mostrou que não se retrai nem acusa os grandes palcos. As experiências de Deschamps nas partidas anteriores demonstraram que a frente de ataque funciona melhor com Olivier Giroud pelo meio. Um homem para arrastar os centrais e jogar no apoio a Griezmann e Mbappé. Mendy jogou quarenta minutos para dar descanso a Lucas Hernández mas parece ter sido demasiado para o lateral do City, que volta a ficar de fora com problemas musculares.

Onze Provável: Lloris – Pavard, Varane, Untiti, Hernández – Kanté, Pogba – Mbappé, Griezmann, Matuidi – Giroud.

A Argentina este muito, demasiado, perto de sair pela porta pequena deste Mundial. A qualificação para os oitavos só chegou a quatro minutos dos noventa, com um cabeceamento de Marcos Rojo. Até lá, o empate com a Nigéria em conjunção com a derrota da Islândia frente aos croatas, dava à Albiceleste guia de marcha.

Até ao momento, a participação da seleção argentina na Rússia tem sido um drama. Jogos maus, Jorge Sampaoli a complicar e deixar todos os jogadores como peixes fora de água. Depois da derrota embaraçosa frente aos Croatas, na qual Modric vestiu a pela de Messi, houve borrasca da grossa na comitiva argentina. Claro que tudo negado, mas as evidências estão lá. No jogo com a Nigéria o selecionador foi mero espectador assutado, com os jogadores – Messe e Mascherano à cabeça – a assumir a liderança. Com muito sofrimento à mistura, o primeiro patamar está ultrapassado mas os problemas não desaparecem como por magia.

O mais provável é que o onze seja o mesmo da última jornada, sendo Enzo Pérez, que saiu tocado, a maior dúvida. Se estiver apto vai a jogo, porque os três homens atrás de Leonel Messi foi estratégia que deu frutos. Cristian Pávon entrou bem e há quem sugira que Di Maria está em mau momento de forma. Mas a troca, a ocorrer, não deve ser de início.

Onze Provável: Armani – Mercado, Otamendi, Rojo, Tagliafico – Enzo Pérez, Mascherano, Banega, Di Maria – Higuaín, Messi.

França	0-2	Argentina	Amigáveis 2009
França	0-1	Argentina	Amigáveis 2007
França	2-0	Argentina	Jogos Amigáveis 1986
Argentina	2-1	França	Mundial 78

Os últimos três jogos entre França e Argentina foram amigáveis e mesmo assim o mais recente já aconteceu há quase dez anos. A última partida competitiva foi há quarenta anos, no Mundial realizado pelos argentinos, com a equipa da casa a sair vencedora. Michel Platini fazia parte dessa seleção gaulesa.