Estoril – Sporting (Liga NOS)
Um encontro entre realidades bem diferentes que não deixa de ter um certo sabor a incerteza, porque o Estoril Praia sempre foi uma equipa com uma certa apetência para tramar os seus vizinhos grandes de Lisboa. No António Coimbra da Mota estará, no entanto, um Estoril fragilizado pelos resultados e por uma troca de treinador que não trouxe, propriamente, novidades em termos de resultados ou qualidade de jogo. Por sua vez, o Sporting corre para manter a terceira posição, sem pensar muito na eventualidade de atingir um outro nível nesta Liga NOS que, aconteça o que acontecer, parece definitivamente entregue ao epíteto da desilusão. Jorge Jesus prepara a equipa para um futuro que, ainda assim, parece um enorme ponto de interrogação.
O Estoril Praia vive um ano de alguma aflição, algo que não foi ultrapassado com a mudança técnica, talvez até acentuado. Com Fabiano Soares, o Estoril não cativava, mas o próprio técnico brasileiro respondia perante as críticas relembrando a juventude do plantel e a necessidade de, acima de tudo, alcançar a manutenção. A equipa somava pontos, sobretudo em casa, apresentando um futebol que não agradava aos adeptos. Encontrada razão para se proceder à troca, Pedro Carmona tenta trazer novas ideias, mas a falta de talento parece ser superior à vontade de mudar. Janeiro trouxe algumas novidades em termos de jogadores, mas o Estoril continua a conviver de muito perto com o precipício. Os recentes com Braga e Moreirense e a vitória perante o Paços de Ferreira prometem mudar um paradigma que pode mesmo ser reforçado com um bom resultado perante o Sporting. José Moreira, Matheus Oliveira, Mano e André Claro, com problemas físicos, devem ficar de fora das contas dos estorilistas.
Onze Provável: Luís Ribeiro – Dankler, João Afonso, Gonçalo Brandão, Joel Ferreira – Afonso Taira, Diogo Amado, Eduardo – Licá, Kléber, Gustavo Tocatins.
O Sporting vive entre a presente temporada e a temporada que se segue, num intervalo de alguma desorientação devido ao processo eleitoral que não deixa de lançar nomes para o lugar de Jorge Jesus, enquanto no campo, a equipa perdeu um pouco da dinâmica e confiança que a chegaram a ter em primeiro lugar. A partir do momento da derrota na Luz, a equipa leonina como que se desconfigurou, distanciando-se da luta do título, onde Benfica e Porto são senhores, olhando para o terceiro lugar como única meta de uma temporada em que também Taça da Liga e Taça de Portugal deixaram de ser opção. O regresso dos jovens João Palhinha, Francisco Geraldes e Daniel Podence inserem-se neste olhar para a nova temporada, com o treinador do Sporting a procurar uma posição onde estes possam exercer alguma influência. Podence parece ser aquele que vai demonstrando maior capacidade de mexer já, ainda que seja utilizado apenas a partir do banco. João Palhinha já foi lançado às feras, fazendo o seu trabalho de adaptação a um ritmo mais exigente, enquanto Francisco Geraldes poderá agora ter a sua oportunidade, com Adrien lesionado por um período de cerca de oito semanas. Ainda assim, Jorge Jesus parece não confiar muito no “puto Chico” para jogar no corredor central do meio-campo, o que poderá apresentar um Sporting menos dinâmico ainda, caso a opção passe por juntar Palhinha a William Carvalho na intermediária. Uma questão para descobrir num Estoril – Sporting sem muitos mais pontos de interesse.
Onze Provável: Rui Patrício – Schelotto, Paulo Oliveira, Coates, Jefferson – William Carvalho, João Palhinha – Gelson Martins, Alan Ruiz, Bryan Ruiz – Bas Dost.
Na primeira volta, o Sporting somou uma vitória por 4-2.
O favoritismo veste de verde e branco, numa partida em que o Estoril poderá jogar com menos pressão, tendo em conta o nome do adversário. Ainda se espera para ver quão melhor podem ser estes canarinhos que vivem a fugir dos lugares da despromoção.