Bolívia – Chile (Mundial 2018)
A Bolívia vai querer meter o seu grãozinho na engrenagem neste percurso dos chilenos a caminho do Mundial. Neste momento são os três pontos ganhos administrativamente à custa dos bolivianos que mantêm o Chile à tona, é justo reconhecer. Apesar da história lembrar que há dezassete anos que La Roja não perde em La Paz há dezassete anos, último embate entre ambos, em Santiago, terminou empatado a zeros.
A Bolívia já não tem hipóteses de apuramento para o Mundial do próximo ano. O arranque da qualificação foi muito mau e depois houve ainda o episódio da utilização indevida de jogador, que lhes custou duas derrotas administrativas – com Peru e Chile – ambas com se de um 3-0 se tivesse tratado. Foi o golpe de morte e apesar da federação boliviana ter tentado dois recursos, a sansão foi reconfirmada. Com os dez pontos somados a Bolívia é penúltima neste grupo de qualificação da CONMEBOL, arredada da luta. Mas isso não significa que a seleção de Mauricio Soria tenha atirado a toalha ao chão. O apuramento está perdido, mas sentindo-se injustiçada ela luta pelo orgulho próprio e já se sabe como estas dores de cotovelo podem ser poderosas. De novembro de 2016 para cá os bolivianos têm alternado triunfos em casa – com o Paraguai (1-0) e em março na receção à Argentina (2-0) – com desaires nas deslocações. Na sexta-feira passada a equipa de Soria repetiu o padrão, saindo derrotada de Lima (2-1), sendo que todos os golos apareceram na segunda parte. Édison Flores e Christian Cueva colocaram o Peru a vencer por 2-0 no espaço de quatro minutos. Gilbert Álvarez ainda conseguiu reduzir aos setenta e dois mas não deu para mais.
Onze Provável: Lampe – Bejarano, Raldés, Zenteno, Flores – Campos, Valverde, Castro, Wayar–Martins Moreno, Álvarez.
O Chile está a brincar com o fogo. A formação liderada por Juan Antonio Pizzi tinha a oportunidade para consolidar a posição no top-4, aproveitando que o Uruguai recebia a Argentina e a certeza que os vizinhos mais próximos na tabela classificativa iriam perder pontos. O melhor cenário possível – ambos perderam pontos – aconteceu mas os chilenos não cumpriram a sua parte. O Chile caiu com estrondo em casa (0-3), frente ao Paraguai. Arturo Vidal abriu o marcador com um autogolo, logo ao terceiro minuto; Victor Cáceres e Richard Ortiz reforçaram o resultado, já na segunda metade do encontro.
Os chilenos mantêm-se no quarto lugar da classificação sul-americana, em igualdade pontual com a Albiceleste, de Sampaoli e Messi. O top-4 está por um fio – o dos confrontos diretos – e os argentinos, que recebem a Venezuela nesta ronda de terça-feira, podem passar para a frente. E ainda há que considerar Peru e Paraguai, que seguem dois pontos atrás.
Se a vida estava complicada para o Chile, ficou pior. Gonzalo Jara e Charles Aranguiz viram amarelos que os vão obrigar a paragem forçada. Paulo Díaz e Francisco Silva terão que assumir os espaços vagos. E Alexis Sánchez está em dúvida, depois de sofrer uma pancada forte no tornozelo durante o treino. Será muita a tentação de utilizar o homem do Arsenal, mesmo que preso por arames. Resta saber se tocado e com pouco ritmo competitivo ele poderá fazer um contributo significativo.
Onze Provável: Bravo – Isla, Medel, Paulo Díaz, Beausejour – Francisco Silva, Marcelo Díaz, Hernández – Vargas, Vidal, Alexis Sánchez.
Chile
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3-0* |
Bolívia
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Mundial 2018 (Q)
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Chile
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2-1 |
Copa América 2016
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A história diz-nos que desde o ano 2000, na qualificação para o Mundial da Coreia e Japão, que os chilenos não perdem em La Paz. As três últimas visitas à capital boliviana renderam triunfos por 2-0. Mas o último confronto, em Santiago do Chile, terminou empatado a zeros, sendo a vitória por 3-0 do Chile absolutamente enganosa.