Esta segunda-feira Itália e Espanha escrevem mais um capítulo numa rivalidade antiga. La Roja foi o carrasco da Squadra Azzurra nos dois últimos Europeus. Em 2008 a equipa orientada por roberto Donadoni assistiu à ascensão espanhola ao topo do futebol mundial. Quatro anos depois a Itália de Prandelli foi cilindrada na final. Os que ainda restam sonham vingar a desfeita e roubar a Espanha da possibilidade de um terceiro título europeu consecutivo.

Uma rivalidade antiga

Impedir a Espanha de se sagrar campeã europeia pela terceira vez consecutiva seria a vingança perfeita para a Squadra Azzurra.

Impedir a Espanha de se sagrar campeã europeia pela terceira vez consecutiva seria a vingança perfeita para a Squadra Azzurra.

Já lá vão noventa e dois anos desde que estes dois históricos do futebol da Velha Europa medem forças. Na segunda-feira Itália e Espanha defrontam-se pela trigésima primeira vez e tudo indica que seja mais um capítulo emocionante numa rivalidade especial. A maior parte (21) destes confrontos foram amigáveis. Para os mais novos deve ser difícil imaginar um tempo em que La Roja não era uma potência na modalidade mas a verdade é que do ponto de vista histórico o ascendente espanhol é relativamente recente. Sempre que se cruzaram em Mundiais os italianos levaram a melhor e curiosamente sagraram-se campeões. Foi assim no Itália 34 e no Mundial 94. Nos Estados Unidos foram os irmãos Dino e Roberto Baggio a mandar os espanhóis para casa.

Ouro sobre Azzurri

Mas nos Europeus o historial é diferente. Começaram por se enfrentar na fase de grupos em alturas em que os Azzurri estavam por cima. Em casa, em 80, a Itália ira ao jogo do segundo e terceiro lugar. Em 88, na RFA, foi os alemães ocidentais e italianos a seguir em frente no grupo 1, com a Espanha a ficar pelo caminho. Desta seleção italiana faziam parte Zenga, Baresi, Maldini, Donadoni, Ancelotti, Mancini e Vialli, só para referir os nomes que ficaram imortalizados. La Roja alinhava com Zubizarreta, Butragueño e Michel, por exemplo.

Cicatrizes recentes

A Itália assistiu na primeira final à ascensão da Espanha ao topo do futebol europeu e mundial.

A Itália foi obrigada a assistir na primeira fila à ascensão da Espanha ao topo do futebol europeu e mundial.

Mas foi nos últimos dois Europeus que a Espanha se transformou na besta negra dos italianos. Em 2008 os dois rivais encontraram-se nos quartos de final e a equipa orientada por Roberto Donadoni, agora no papel de selecionador, foi figurante e vítima da ascensão dos espanhóis ao topo do futebol, primeiro europeu e depois mundial. O jogo terminou empatado a zeros e La Roja acabaria por passar nos penáltis (4-2), com Casillas a defender dois. Mesmo com Marchena e Capdevila, a Espanha de Casillas, Puyol, Xavi, Iniesta, Xabi Alonso, David Villa e Fabregàs, então liderada por Luis Aragonés, conquistaria o seu segundo título europeu, com um golo de Fernando Torres, ainda na versão “El Niño”.

Há quatro anos empataram no confronto da fase de grupos, um grupo que incluía ainda a Croácia e Irlanda. A Itália chega ao jogo do título muito confiante depois de ter afastado a Alemanha nas meias-finais, com dois golos de Balotelli que Ozil só conseguiu reduzir de grande penalidade já em tempo de descontos. Mas pagou caro essa euforia. A Squadra Azzurra foi cilindrada por La Roja, que vencia assim a terceira competição internacional consecutivas, com o Mundial da África do Sul pelo meio.

Confrontar os carrascos

Os que ainda resistem do lado transalpino – Buffon, Chiellini, Barzagli e De Rossi já estavam presentes há oito anos – sonham vingar as desfeitas e roubar aos espanhóis a possibilidade de irem atrás do terceiro campeonato da Europa consecutivo.

A Espanha já não é a mesma. Perdeu peças fundamentais como Puyol, Xavi e Xabi Alonso e as grandes figuras da atualidade continuam a ser as que sobraram dessa fornada – Iniesta, Fabregàs, David Silva. Não passar da fase de grupos no Mundial do Brasil causou ondas de choque e apesar de um bom apuramento os adeptos estão inquietos. La Roja entrou bem no Euro 2016, vencendo checos e turcos nas primeiras jornadas com exibições de classe. Mas a derrota com a Croácia trouxe de volta todas as polémicas. Nem a esta seleção é tão boa quanto alguns louvaram na primeira partida, nem tão má como outros tantos clamaram ao terceiro encontro. Continua a ser forte candidata a levantar o troféu a 10 de julho. Mas nestas etapas a eliminar o papel do treinador tem um peso acrescido e Antonio Conte é, de longe, o melhor técnico a competir em França. Será desta que a Itália se livra da sombra espanhola?

Boas Apostas!