Islândia – Áustria (Euro 2016)
Parece que vai mesmo ser precisa a calculadora para fazer as contas finais do Grupo F. Para a Áustria não há alternativa: só a vitória lhe dá hipóteses de apuramento. No caso da Islândia as ramificações são maiores. Os três pontos garantem a passagem aos oitavos de forma automática, independentemente do que aconteça no outro jogo grupo. Mas um empate pode ser suficiente, com vários cenários possíveis. Pelo sim, pelo não, é melhor entrar para vencer. Algo que a Islândia ainda não provou ser capaz de fazer.
As decisões do Grupo vão ser só na última e tudo indica que Portugal contagiou a concorrência. O mais provável é que estejam todos agarrados à calculadora. Se à partida para o Europeu dissessem à Islândia – a mais pequena nação presente em França e que faz aqui a sua estreia absoluta na competição – que iria para o último jogo da fase de grupos com a possibilidade de ainda vencer o grupo, assinava em branco.
Os islandeses saltaram para os cabeçalhos com a imposição de uma igualdade a Portugal, no jogo inaugural. Foi um banho gelado para nós, portugueses, mas o segundo da Islândia provou que não aconteceu por acaso. A seleção nórdica conhece as suas fraquezas e trabalhou intensamente as suas forças. Muito sólida e compenetrada a defender, aguarda a oportunidade para contra-atacar, deixando sempre o adversário desconfortável quando destapa a retaguarda. Conseguiu contrariar de forma muito eficaz as muitas e variadas tentativas dos lusos para romper a barreira e diante da Hungria foi ainda mais fácil, já que não havia tantas trocas e movimentação no setor ofensivo. O segundo embate da Islândia foi decidido pelos erros defensivos de parte a parte. Kiraly fazendo o penálti que Gylfi Sigurdsson não desperdiçou; Birkir Saevason marcando na própria baliza na altura em que os húngaros exerciam maior pressão.
Finnbogason cumpre castigo depois de ter visto o segundo amarelo. É a única baixa no plantel nórdico.
Onze Provável: Halldorsson – Saevarsson, Arnason, Sigurdsson, Skúlason – Gudmundsson, Gylfi Sigurdsson, Gunnarsson, Bjarnason – Sigthórsson, Bodvarsson.
Ao contrário da Islândia, a Áustria tem ficado aquém do esperado. Mas só porque as expetativas criadas foram empoladas, por assim dizer. A qualificação deixou uma imagem que a seleção orientada por Marcel Koller não tem conseguido igualar. Muitas críticas são dirigidas a David Alaba. É certo que o homem do Bayern de Munique não tem brilhado mas continua a ser, de longe, o melhor jogador desta equipa, seja em que posição o ponham a jogar. O problema começa aí. A versatilidade é, em abstrato, uma coisa boa, mas acaba muitas vezes por se virar contra quem o é. Porque se exige que o que cumpre várias funções o faça, em todas elas, a um nível de excelência e isso é impraticável. A segunda questão é que o futebol se joga em equipa de onze e não há elemento, por melhor que seja, que possa substituir o coletivo. Resolver uma jogo pontual, com certeza. Ser determinante ao longo de uma fase de qualificação, também. Mas isto é diferente. No espaço de dez dias, com a pressão de todos os resultados, todos os golos que entram ou não, contarem, é muito duro.
Portugal dominou o jogo desde o início e os austríacos fizeram o seu papel. As muitas combinações e lances ofensivos da equipa das quinas simplesmente não cruzaram a linha de baliza. Aquilo que não foi ao lado ou ao poste, Almer defendeu. E assim os austríacos chegam ainda vivos a este último compromisso.
Alaba foi substituído na segunda parte, tocado. Janko não foi sequer a jogo com Portugal, também ele tocado, Ambos continuam em dúvida para este encontro embora o primeiro só não jogue por motivo de força maior.
Onze Provável: Almer – Klein, Dragovic, Hinteregger, Fuchs – Baumgartlinger, Ilsanker – Sabitzer, Schopf, Arnautovic – Harnik.
Áustria
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1-1 |
Amigáveis 2014
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Áustria
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2-1 |
Mundial 90 (Q)
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Islândia
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0-0 |
Mundial 90 (Q)
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Para a Áustria só a vitória interessa e depois logo se vê. Um triunfo carimba a passagem da Islândia, sem mais considerações. Dependendo do que aconteça no outro jogo do Grupo F pode até dar o primeiro lugar. Se se mantiver a tendência dos empates a coisa complica bastante. Húngaros ficam com o primeiro lugar e austríacos vão para casa. Islândia e Portugal decidem entre si o segundo e terceiro lugar, com base na diferença de golos. Um ficaria com a qualificação automática, o outro sujeito à repescagem dos melhores terceiros classificados. O terceiro do Grupo F pode beneficiar do resultado entre Alemanha e Irlanda do Norte, se os germânicos ganharem o jogo por mais de dois golos. Sim, eu sei, contas a mais. É muito mais simples vencer o jogo.