Iraque – Dinamarca (Jogos Olímpicos 2016)
Arranca esta quinta-feira, mesmo antes da cerimónia de abertura, o torneio olímpico de futebol do Rio de Janeiro. Iraquianos e dinamarqueses são os primeiros do grupo A, onde se incluem os anfitriões, a entrar em campo. O que Iraque e Dinamarca conseguirem deste confronto será determinante para as suas aspirações de irem além da primeira fase.
A última participação do Iraque no torneio olímpico de futebol foi há doze anos, em Atenas. A ditadura de Saddam – também nas seleções de futebol, pela mão do filho Uday – tinha caído no ano anterior e era um período de euforia. Os iraquianos acabaram por alcançar o quarto lugar nesses Jogos Olímpicos, derrotando na campanha adversários como Austrália e Portugal, com maiores tradições. É, portanto, natural que esta presença no Rio de Janeiro seja encarada com grande animação. É certo que caíram num grupo complicado mas esta é uma seleção que está habituada e confortável na posição de não-favorita. O Iraque garantiu o apuramento com o terceiro lugar na qualificação asiática, atrás do Japão e Coreia, que foram os finalistas.
Abdulghani Shahad assumiu no ano passado o comando das seleções – acumula como responsável da equipa principal –, o que é prova grande confiança dos dirigentes federativos nas suas capacidades. Foi o sucesso que teve à frente do Naft Al-Wasat que lhe granjeou as credenciais. Convém lembrar que sendo ele o homem à frente da seleção A, os presentes no Rio não devem desperdiçar a oportunidade para cair nas boas graças do selecionador, com vista a uma chamada para a qualificação para o Mundial. A figura maior desta equipa é Dhurgham Ismail. Aos vinte e um anos ele é já considerado um dos melhores na sua posição no continente asiático. Ismail também pode desempenhar funções mais adiantadas, sempre pela faixa. A qualidade evidenciada desde cedo já lhe valeu uma transferência para o Rizespor, da Turquia.
Shahad optou por preencher as vagas para os mais velhos com jogadores experientes que possam tomar o pulso de todos os setores da equipa: Ahmad Ibrahim na defesa, Saad Abdul-Amir no miolo e Hammadi Hamad nas posições mais avançadas.
Onze Provável: Mohamed – Faez, Ibrahim, Adnan, Ismail, Abdul-Amir, Tariq, Hammadi Hamed, Karim, Husni, Abdulraheem.
A Dinamarca também sentiu algumas dificuldades em fazer a convocatória para os Jogos Olímpicos, entre lesões e alguma indisponibilidade de jogadores, que foram impedidos de participar pelos clubes. Será a estreia numa competição internacional para o recém-nomeado Niels Frederiksen que, antes de assumir a seleção sub-21 há um ano, só tinha treinado camadas e clubes locais.
A estrela desta companhia é Lasse Vigen Christensen. Aos vinte e um anos este médio polivalente atua no Fulham, de Inglaterra, no Championship, e tem dado nas vistas apesar de uma temporada pouco conseguida para o clube. Capitaneou a seleção sub-21 do seu país e há de estar na iminência de se afirmar entre os “crescidos”. O avançado Yussuf Poulsen – que fará esta época a estreia na Bundesliga, com a camisola do Red Bull Leipzig – também merece atenção.
Onze Provável: Fernades – Eddie Gomes, Larsen, Gregor, Maxso, Nielsen. Christensen, Borsting, Uffe Bech, Vibe, Poulsen.
O Grupo A inclui o Brasil, África do Sul, Iraque e Dinamarca. O primeiro dispensa apresentações e é o favorito à medalha de ouro. Os sul-africanos são olhados com interesse porque investiram forte na preparação desta vinda ao Rio de Janeiro e jogam juntos há muito tempo. O entrosamento da equipa pode ser um triunfo para este conjunto. Por isso é tão importante este confronto que abre o torneio. Só quem conseguir tirar alguma coisa deste duelo pode ambicionar seriamente uma passagem aos quartos de final.
