Os recentes sucessos da seleção inglesa aumentaram a confiança dos seus adeptos nestes últimos dias antes do início do Euro 2016. Depois de uma fase de apuramento sem mácula, onde os ingleses venceram todos os dez encontros que tiveram que disputar, o sorteio do seu grupo acaba por reforçar a esperança dos ingleses. Para começar, a Rússia, adversário mais cotado daqueles que terá pela frente, mas longe de poder ser considerado um teste demasiado exigente. Seguir-se-ão o dérbi britânico com o País de Gales e um encontro com a Eslováquia para tentar confirmar a passagem aos oitavos-de-final.
Apesar dos bons resultados somados pela seleção inglesa, não se poderá dizer que Roy Hodgson é propriamente um génio da tática – tal como Jorge Jesus foi comprovando nos comentários ao jogo entre Portugal e Inglaterra. Mas suportado num conjunto de jogadores jovens e habituados a vencer ao serviço dos seus clubes, a seleção inglesa parece pronta para ultrapassar antigos fantasmas e conseguir um resultado de relevo neste Europeu. Mas será que da equipa técnica chegará o apoio necessário para os jogos mais complicados?
Uma fase de ataque continuado

Kane tem lugar na frente de ataque
A fase de grupos não trará novidades para a seleção inglesa. Tal como no apuramento, exige-se que o conjunto atue, na maior parte do tempo, em ataque continuado, perante equipas que, muito provavelmente descerão as suas linhas para proteger os caminhos para a baliza. Roy Hodgson utilizou, preferencialmente um onze organizado em 4-3-3, com um meio-campo com um elemento mais “musculado” e defensivo e dois jogadores com capacidade física para atuar box-to-box, a impor intensidade elevada nas ações ofensivas. Faltou, durante esta fase, criatividade, que chegava sobretudo dos elementos utilizados nos extremos, preferencialmente Sterling e Oxlade-Chamberlain. No momento do golo, Wayne Rooney e Danny Welbeck foram os melhores marcadores, com Harry Kane a surgir também com boa média.
Os testes frente à Turquia e à Austrália pretenderam simular esses mesmos encontros. A novidade é a introdução de Jamie Vardy a partir de uma das alas, oferecendo maior capacidade finalizadora, enquanto Sterling se mantém na faixa direita. Para o trio do meio-campo, Eric Dier ganhou a corrida para elemento mais recuado, oferecendo, para além da resistência e físico, também uma capacidade técnica que transforma a posição num elemento primordial da saída de bola, enquanto Dele Alli e Wilshere poderão ser elementos que oferecem maior criatividade a partir de linhas mais recuadas. Surge, no entanto, a dúvida de sabermos se Wayne Rooney tem, ou não, lugar neste onze.
Maior exigência, maior consistência?

Dier é titular no meio-campo
Roy Hodgson fez, no entanto, outros testes para avaliar a possibilidade de mudar de esquema tático consoante o nível do adversário. Em jogo de preparação frente à Espanha, em novembro passado, a equipa começou por colocar dois médios, lado a lado, para tentar fortalecer o seu meio-campo, mas o resultado do encontro não terá satisfeito o seu técnico. A outra opção tem sido a utilização de um meio-campo em 4-4-2 diamante, com Wayne Rooney a surgir como o elemento mais adiantado da linha intermédia, com Kane e Vardy a surgirem como elementos de área.
Neste momento, a presença de Dier parece dar outra segurança defensiva a um conjunto onde os centrais, apesar do aumento de qualidade de ação de Chris Smalling, ainda deixam a desejar. E lançando Rooney, a capacidade de furar na área poderá aumentar, mas duvida-se da capacidade defensiva da equipa com tanta gente utilizada na frente. São estas as questões táticas que Hodgson deverá ter em mente neste momento. Com o duelo frente aos russos à porta, é hora de fixar decisões e esperar conseguir entrar da melhor forma neste Europeu.
Boas Apostas!