Ilhas Faroé – Portugal (Mundial 2018)
O terceiro jogo da qualificação para o Mundial leva o campeão europeu às Ilhas Faroé. No final da goleada a Andorra, Fernando Santos elogiou a reação da equipa à derrota inicial mas insistiu de imediato na concentração total no encontro de segunda-feira. Fez bem. A seleção do Atlântico Norte está com quatro pontos, depois de ter empatado com a Hungria e vencido a Letónia. Desprezar este adversário vai, certamente, custar caro.
Na sexta-feira passada as Ilhas Faroé fizeram um resultado histórico. Venceram a primeira partida competitiva na deslocação à Letónia (0-2). Ragnar Nattestad fez o primeiro golo dos visitantes logo aos dezanove minutos, mostrando que não vinham apenas para defender. No segundo tempo a seleção da casa entrou com grande determinação para dar a volta ao resultado mas o esforço não se traduziu em golos e aos setenta foram os ilhéus a aumentar a vantagem. O lance envolveu uma transição rápida de Hallur Hansson que no ponta-de-lança Simun Edmundsson o finalizador.
O aviso já tinha sido dado na jornada de abertura do Grupo B, quando as Ilhas Faroé mantiveram a Hungria a zeros. Mas uma coisa é cavar trincheiras e outra bem distinta é ter os argumentos para ir à outra baliza marcar golos e vencer assim as partidas. Acho que está cabalmente provado que este conjunto tem condições de fazer ambas as coisas. Também significa que já ninguém iá para um confronto com esta seleção de ânimo leve, desvalorizando o adversário.
O selecionador português ressalvou e muito bem que as Ilhas Raroé têm o mesmo homem ao comando – o dinamarquês Lars Olsen – há cinco anos e essa continuidade, de um trabalho sério e construído passo a passo, está agora a render frutos. Um pouco à semelhança do que vimos acontecer com a Islândia.
Onze Provável: Nielsen – Davidsen, Nattestad, Gregersen, Naes – Olsen, Bejaminsen, Hansson – Vatnhamar, Edmundsson, Joensen.
Portugal goleou Andorra (6-0) no segundo jogo da qualificação para o Campeonato do Mundo. No regresso após a lesão que o deixou de fora da final do Euro, Cristiano Ronaldo fez o seu primeiro poker com a seleção nacional, igualando Eusébio e Nuno Gomes. Os primeiros que marcou, logo ao segundo e quarto minutos, deram o mote do que viria a ser a partida. João Cancelo e André Silva, que se estreou a marcar pela equipa sénior das Quinas, completaram a contagem. Mas quem viu Fernando Santos na lateral, ao longo do encontro, sabe que para o selecionador não foi perfeito. No final o selecionador falou na necessidade de corrigir os erros cometidos. A jogar com uma formação ofensiva, Portugal entrou a todo o gás mas desligou depois do segundo golo, tão precoce. O plano de jogo, ao que se entende pelas declarações era selar o quanto antes o resultado e Santos não ficou satisfeito com alguns rodriguinhos em que a equipa entrou. O terceiro golo só chegou no último minuto da primeira parte, num cruzamento para a área de Cancelo, demasiado certeiro. O quarto, terceiro do capitão Ronaldo, e as expulsões, no espaço de dez minutos, de Ribio e Rebés fecharam de ver a porta a algum tipo de reação. André Silva, depois de desperdiçar duas oportunidades flagrantes lá se estreou a marcar pela seleção A de Portugal.
Mas houve preço a pagar por este triunfo. Raphael Guerreiro sentiu problemas musculares e foi substituído por Vitorino Antunes ao início da segunda parte. Está em dúvida pra segunda-feira. Ronaldo ficou visivelmente limitado ainda antes do último golo que marcou. Mais uma vez, não se percebe porque se andou a arrastar em campo durante trinta minutos. Que necessidade havia? Para marcar mais e alcançar novo recorde? É altura do capitão perceber que já não tem vinte anos e não faz sentido esta insistência de jogar sempre, os noventa minutos se possível, e não se resguardar para estar presente e nas melhores condições quando é mesmo preciso. O problema é o mesmo no Real. Nani, que estava tocado e não participou no primeiro jogo foi, entretanto, dispensado para o segundo. A equipa médica considerou que o jogador do Valência não iria recuperar a tempo de ser opção.
Frente a Andorra, Santos abdicou de jogar com um médio defensivo de raiz mas para a partida com as Ilhas Faroé William Carvalho ou Danilo devem reentrar no onze.
Onze Provável: Patrício – Cancelo, Fonte, Pepe, Antunes – André Gomes, William Carvalho, Moutinho – Ronaldo, André Silva, Bernardo Silva.
Portugal
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5-0 |
Amigáveis 2008
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Portugal só por uma vez defrontou as Ilhas Faroé, há oito anos, e nessa altura resultou em goleada. Mas este é uma adversário bem mais maduro, como os recentes resultados comprovam. Simão Sabrosa foi um dos marcadores, assim como Bruno Alves e Nani, os sobreviventes ainda na equipa das Quinas.