Uma das grandes surpresas da primeira jornada foi a seleção da Hungria, que bateu a sua congénere austríaca por 2-0 e se lançou para um possível apuramento para os oitavos-de-final, o que acabaria por ser fabuloso para o conjunto que entrou no Euro como o menos cotado e, também, como o que menos sinais dava para merecer algum tipo de expetativa. No entanto, numa era em que as surpresas e os desconhecidos já raramente chegam a estes palcos intocados, dois jovens parecem ter-se transformado na fonte da juventude húngara, acabando por ser peças centrais do modelo de Bernd Storck. Falamos de Laszlo Kleinheisler e Adam Nagy.
Selecionável sem espaço no clube

Kleinheisler é o distribuidor ofensivo dos húngaros
Kleinheisler é o elemento mais adiantado do meio-campo húngaro, passando por ele boa parte do movimento ofensivo da equipa, sempre que esta procura o setor central. O pequeno médio-ofensivo é um dos jogadores mais improváveis desta seleção porque foi chamado para o grupo principal quando não fazia sequer dos planos do seu clube. Afastado do onze do Videoton e acabado por ser emprestado ao Puskas Academy, Kleinheisler fazia parte da Seleção Sub-21 e foi o alemão Andy Moller, técnico adjunto da seleção principal, quem terá insistindo para o chamar por alturas do playoff. Participando nos dois jogos, tendo inclusive marcado logo no primeiro deles e marcando um golo fundamental na Noruega, Laszlo saltou para um lugar de evidência, acabando por assinar pelo Werder Bremen, onde se mantém como uma opção secundária.
Na seleção húngara, Kleinheisler distribui a bola, remata, faltando-lhe ainda algum acerto no momento do remate, algo que poderá conquistar com maior confiança. Na Alemanha, é um jogador que tem dificuldades para se impor perante um jogo onde a dimensão física do meio-campo se lhe impõe. No entanto, com a montra do Euro a servir-lhe os intentos, Laszlo poderá, aos 22 anos, encontrar uma melhor casa para que o seu talento não seja apenas uma coisa de seleção.
O filho Nagy

Nagy em Rio Maior (em baixo, do lado esquerdo do capitão)
Nos terrenos mais recuados do meio-campo resiste uma dupla que quase poderia ser considerada de pai e filho. Zoltan Gera, com 37 anos, foi recuando no terreno ao longo da fase de qualificação, aproveitando-se a sua qualidade técnica para uma posição onde a velocidade é menos vezes requisitada, estando ao seu lado Adam Nagy, com apenas 20 anos, e verdadeiro dínamo do duplo-volante. O médio defensivo do Ferencvaros é outro dos nomes que cria sede na boca de quem anda pelo Euro à procura de talento que pode dar o salto. E Nagy tem condições para o conseguir.
O jovem médio tem uma história curiosa que o fez passar por Portugal na temporada 2012/13. Foi um dos atletas que fizeram parte da equipa do VSI Rio Maior, um projeto de academia que se manteve nas instalações da cidade ribatejana e procurava desenvolver jovens talentos de toda a Europa. Com esta rápida ascensão no seu clube e na seleção, Nagy poderá mesmo poderá acabar por ser uma espécie de foguete que passa pela Liga húngara, um espaço que já pouco ou nada nos diz sobre a real valia do jogador.
Boas Apostas!