O regresso da Hungria a uma grande competição internacional, faz-se a contraciclo da realidade do futebol do seu país. Sem jogar uma competição sénior desde 1986, quando esteve no México para atuar no Mundial e saiu logo na fase de grupos, os húngaros têm como referência do presente século uma ida aos Jogos Olímpicos em 1996, depois de terem atingido os quartos-de-final do Europeu de Sub-21. Mas também essa prestação acabou por terminar precocemente e sem que os jogadores dessa geração conseguissem algum resultado de relevo durante a sua carreira profissional.

Balazs Dzsudzsak

Dzsudzsak é a estrela da companhia

Numa fase de apuramento em que demonstrou estar um pouco aquém do nível médio das seleções europeias, a Hungria conseguiu superar a Finlândia para ser a terceira classificado do seu grupo. No playoff, frente à Noruega, acabou por ser a grande surpresa, denotando uma certa tendência para brilhar perante equipas escandinavas, o que no toca ao estilo de jogo dos seus adversários no Grupo F, lhe poderá dar algumas esperanças frente à Islândia. Mas é inegável que os húngaros chegam com a cotação em baixa, sendo indicados pelo site Transfermarkt como a equipa menos valiosa do torneio.

Um olhar sobre as avaliações

Na análise feita pelo Transfermarkt, o valor total da equipa húngara está nos 25,3 M €. Para encontrar um termo de comparação podemos dizer que a Espanha lidera esta tabela, com um valor de 592 M €, Portugal está no sexto lugar com um valor de 353,5 M € e o vigésimo-terceiro classificado é a Irlanda do Norte com uma valorização de 38,1 M €. A diferença é abissal.

Mas a explicação é simples. Entre os 23 convocados, apenas dois jogam numa Liga de topo, a Bundesliga, com Kleinheisler a atuar no Werder Bremen e Szalai no Hannover. De resto, quatro atletas a atuar na Polónia, dois na 2.Bundesliga alemã, um na Eslováquia, um na Turquia e outro no Qatar, não são suficientes para dotar as escolhas de um valor de mercado assinalável.

Laszlo Kleinheisler

Laszlo Kleinheisler festeja apuramento

Em termos individuais, é o atleta que joga na Turquia, Balazs Dzsudzsak (Bursaspor), o que aparece como sendo o mais cotado, seguido de Nemanja Nikolics, do Légia de Varsóvia. 4,25 M € e 3,5 M € são as respetivas cotações. O facto de ambos estarem já perto dos 30 anos acaba por se revelar como impeditivo de uma maior valorização.

O potencial poderá ser encontrado em jogadores mais jovens. Laszlo Kleinheisler, do Werder Bremen, poderá crescer em termos de valorização nesta prova, já que os seus 22 anos não o impedem de ser referência no meio-campo ofensivo do conjunto, enquanto Adam Nagy, médio de características defensivas que ainda atua no Ferencvaros da Hungria, poderá encontrar aqui o contexto para dar o salto para uma competição mais exigente.

Objetivos e realidades

Perante o contexto da equipa húngara, o Grupo que lhe calhou em sorte até acaba por lhe dar algumas esperanças mínimas de fazer figura. A questão passará por tentar resolver o seu assunto o mais rápido possível. Na primeira jornada encontra-se com a Áustria, um vizinho que lhe é bem conhecido e que tem evoluído para um patamar superior, sendo que depois se encontrará com a estreante Islândia, num jogo que poderá ser de tudo ou nada para as duas equipas. Com Portugal, no último encontro do grupo, apenas a esperança de todas as contas estarem já feitas a favor dos portugueses lhes poderá dar um mínimo de esperança de pontuar. Já em termos individuais, este Euro é uma grande oportunidade para vários jogadores que estarão na maior montra de sempre das suas carreiras. O que poderão fazer para a aproveitar, é questão de cada um consigo mesmo.

Boas Apostas!