Holanda – Rússia (Europeu Sub-21)
Sendo desde há muito tempo, sempre uma selecção a ter muito em conta neste tipo de torneio direccionado especialmente ao futebol jovem, a Holanda ameaça também neste Europeu Sub-21 chegar até à final e disputar o título com alguma das outras potências que consiga lá chegar. Neste jogo com a Rússia, os holandeses têm a hipótese de carimbar o apuramento com apenas 6 pontos, sendo que tal só não acontece no caso de a Espanha ser derrotada no jogo seguinte pela Alemanha. Nesse cenário, poderiam terminar todas o grupo com 6 pontos e o desempate seria mais complicado. Mas como só tem de se preocupar consigo e só depois fazer esse tipo de conta, só posso acreditar numa Holanda fortíssima neste jogo com os russos, a jogar o jogo pelo jogo, melhor, à procura de mandar no jogo e de conquistar todos os três pontos em disputa.
Com base no que vi e no que li sobre o primeiro jogo da Holanda, contra a Alemanha, pode dizer-se que a selecção laranja teve o jogo na mão, dominou por inteiro a primeira parte e foi dona das melhores oportunidades do golo até ao intervalo, saindo para o descanso a ganhar por 2-0. Logo no início da segunda parte, os alemães chegaram ao 2-1 com alguma sorte à mistura (por intermédio de um penalty) e com isso ganharam muita motivação para a segunda parte, altura em que fizeram esquecer o primeiro tempo e sobrepuseram-se à selecção da Holanda. Chegaram mesmo ao 2-2 aos 81′, por intermédio do médio criativo Holtby, mas um golo de Leroy Fer já em cima do minuto 90, num cabeceamento espectacular na sequência de um pontapé de canto, acabou mesmo por dar os três pontos à Holanda e fizeram a equipa entrar da melhor forma nesta competição.
A Rússia tem uma selecção muito menos preponderante neste meio internacional jovem e depois de um jogo contra a Espanha em que foi de facto muito boa a defender, a tapar espaços para penetrações dos espanhóis e a cortar linhas de passe, terá de assumir outra postura nesta segunda ronda da competição, arriscar um pouco mais e deixar de se contentar com o empate, até porque caso a Espanha ganhe a Rússia empatando este jogo deixa de depender só de si para conseguir o apuramento na última jornada e a qualificação torna-se muito mais complicada. É certo que esse cenário já de si era muito improvável, tendo em conta que calharam no chamado grupo da morte, com três selecções potenciais candidatas a marcar presença na final (Holanda, Alemanha e Espanha), mas não creio que os russos baixem os braços e mostrem um espírito desde logo derrotista à Europa do futebol.
No jogo contra a Espanha, foi muito claro que a Rússia adoptou uma postura de contenção, jogando claramente para o empate e tentando lançar contra-ataques por intermédio do poder físico e da velocidade de Cheryshev, avançado da equipa secundária do Real Madrid. Mostraram ter grande personalidade a jogar atrás da linha da bola, mas nas saídas para o ataque não tinham qualidade nenhuma, algo que com a chegada de Dzagoev proveniente da selecção principal poderá melhorar bastante. É muito por intermédio deste homem que os russos ainda terão alguma esperança neste torneio. Os únicos lances em que tentaram incomodar o guarda-redes espanhol na primeira jornada ocorreram em consequência de erros defensivos da selecção da Espanha e não propriamente por qualidade no processo ofensivo russo. O golo da derrota (1-0) acabou por acontecer por intermédio de uma bola parada, num cabeceamento de Álvaro Morata, que até entrou muito bem no jogo, depois de substituir Rodrigo, do Benfica.
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