Liga dos Campeões – Há alguns anos que os espanhóis sonham com uma final entre duas equipas da sua Liga, mas essa narrativa foi, durante muito tempo, alimentada para ocorrer entre Real Madrid e FC Barcelona. Se os Merengues conseguiram, finalmente, regressar ao jogo decisivo da maior competição de clubes da Europa, a final espanhola acabará por disputar-se entre duas equipas da mesma cidade. O Atlético de Madrid é o convidado inesperado, confirmando que a ética de trabalho de Diego Simeone tem mesmo potencial vencedor em toda a largura.

Morrer em Munique

O ano passado muitos disseram que eram exageradas as notícias da morte do tiki-taka, quando o Barcelona foi violentamente afastado da Liga dos Campeões pelo Bayern. A chegada de Pep Guardiola ao clube bávaro prometia, aliás, uma nova vida da equipa germânica, que parecia ter tudo para repetir a conquista da época passada. No entanto, depois de ter dado sinais de fraqueza durante esta reta final da temporada, o Bayern não encontrou, de forma alguma, meios para parar um Real Madrid sedento da Décima.

Estas meias-finais foram um verdadeiro confronto de mestres da tática e Carlo Ancelotti, o mais velho dos quatro técnicos em prova, terá sido o que saiu mais reforçado deste confronto. Na sua meia-final estavam as duas equipas com mais talento disponível e, no final das contas, tratava-se de um choque de estilos. O Bayern com um futebol mais centrado na posse e na construção do jogo, o Real Madrid com uma capacidade explosiva de jogar na transição. Dí María, Gareth Bale e Cristiano Ronaldo provaram ser quase imparáveis, ainda que os dois primeiros golos tenham nascido de bolas paradas, com Sérgio Ramos a quebrar o mito do domínio aéreo dos alemães.

A estratégia de saída

Diego Costa Atletico

Diego Costa marcou de penalti.

Na outra meia-final, não havia grandes dúvidas de que as duas equipas em jogo tinham pensamentos estratégicos muito aproximados, com a diferença do Atlético de Madrid mostrar maior capacidade de ocupar o meio-campo adversário, enquanto a força do Chelsea estava no seu setor mais recuado. A segunda mão provou-o. O Atlético mostrou-se preocupado com a entrada mais ofensiva do Chelsea e não evitou o primeiro golo dos Blues, mas foi a reação colchonera que acabou por colocar justiça no embate.

Ao ver-se em desvantagem, José Mourinho tentou alargar a sua frente de ataque, mas as fragilidades do Chelsea ficaram bem à mostra nesse momento. Por muito boa vontade que jogadores como Demba Ba possam ter, não têm a qualidade necessária para justificar uma presença na final da Liga dos Campeões.

Encontro em Lisboa

Um dérbi de Madrid disputado em Lisboa é uma espécie de sonho peninsular, que só se torna ainda mais fantástico por ser jogado sob o signo da final da Liga dos Campeões. As duas equipas conhecem-se perfeitamente e encaixam bem uma na outra. O Atlético tem a fórmula para segurar a velocidade do Real, enquanto os brancos têm também a chave para retirar a intensidade do jogo do Atlético.

Num jogo de equilíbrios, parece certo que existirão golos e picardias, bancadas cheias e muita festa, uma autêntica invasão espanhola à capital portuguesa, onde Real e Atlético esperam alcançar um momento histórico: seja a Décima ou a Primeira, a Liga dos Campeões é sempre especial.

Boas Apostas!