Fenerbahçe – Grasshoppers (Liga Europa)
O Fenerbahçe recebe os suíços para a primeira mão deste play-off envolvido numa crise na liderança técnica. A eliminação pelo Mónaco entornou o caldo entre Vítor Pereira e o clube turco, com acusações e ameaças à mistura. O folhetim ainda está para durar mas a direção teve que encontrar em Dick Advocaat uma solução de recurso imediata. O Grasshoppers espera poder tirar partido da confusão adversária para regressar à fase de grupos da Liga Europa, uma década depois da última participação.
O afastamento do Fenerbahçe da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões terá sido a última gota na relação já tensa entre Vítor Pereira e a direção do clube turco. O treinador português fugiu para Portugal, com os seus adjuntos, argumentando que tinha sido impedido de dar o treino e que tinha recebido ameaças. O clube queixa-se de abandono de funções sem motivo aparente e ameaça recorrer à FIFA, incomodado sobretudo com as declarações pouco abonatórias que o técnico terá feito sobre a entidade empregadora. O folhetim estará para durar, pelo menos nos bastidores legais, mas no entretanto a equipa teve que encontrar uma solução. Foi contratado Dick Advocaat e o holandês teve apenas um par de dias para preparar o conjunto para o play-off da Liga Europa.
O Monaco, de Leonardo Jardim, perdeu o primeiro encontro (2-1) em Istambul mas na segunda mão, no principado, a dobradinha do jovem Valère Germain e o penlati concretizado por Falcao fizeram a diferença (3-1). Nas duas últimas temporadas o Fenerbahçe foi longe na Liga Europa e, pelos vistos, estava muito investido em fazer carreira na Liga Milionária. Curiosamente, tanto na época de 2014/15 como no ano passado, os carrascos do clube turco foram emblemas portugueses. Na semifinal de 2015 foi barrado pelo Benfica (1-0, 3-1) e em março passado assistimos a uns oitavos de final eletrizantes frente ao SC Braga. Se bem se recordam, o Fenerbahçe não foi além de um triunfo com um golo isolado na primeira mão, em casa. E na Pedreira sofreram uma derrota por 4-1, cortesia dos Guerreiros do Minho, então treinados por Paulo Fonseca.
Onze Provável: Taskiran – Kjaer, Skrtel, Neustadter – Van der Wiel, Uçan, Souza, Tufan, Kaldirim – Fernandão, Emenike.
O Grasshoppers sabe que corre por fora neste play-off mas espera poder tirar partido da confusão entre treinador e direção dos turcos para escapar entre os pingos da chuva. A verdade é que o clube suíço está a apostar forte na participação nas competições europeias, desguarnecendo até a frente doméstica, e sabe que tem qui um oportunidade de ouro para regressar à fase de grupos da Liga Europa, coisa que já não aconteça há precisamente uma década. Nas duas pré-eliminatórias anteriores os suíços ultrapassaram os islandeses do KR (3-3, 2-1) e o Apollon Limassol, equipa grega orientada pelo técnico português Pedro Emanuel (2-1 em casa e empate a três na segunda mão, no prolongamento).
O Grasshoppers somou três derrotas consecutivas nos últimos desafios da liga suíça: Luzern (4-3), St. Gallen (2-1) e FC Thun (2-1). No domingo conseguiu nota positiva ao bater o Old Boys (0-2), após prolongamento, na primeira ronda da taça.
Contando com esta, é a quarta vez em outras tantas tentativas – 2010/11, 2013/14 e 2014/15 – que o Grasshoppers chega até ao play-off de acesso à Liga Europa. Será desta que rompe a barreira?
Onze Provável: Mall – Luthi, Bamert, Pnishi – Lavanchy, Basic, Kallstrom, Andersen – Caio, Munsy, Sigurjonsson.
Este será o primeiro confronto entre os dois emblemas.