Era o jogo mais esperado da jornada. O regresso de José Mourinho a Stamford Bridge para enfrentar a antiga equipa. Os adeptos ainda não estavam sentados quando Pedro inaugurou o marcador e a partida entrava em sentido único. A abordagem defensiva do United foi pelo cano abaixo ao fim de quarenta segundos e não havia plano b. Antonio Conte foi superior a estruturar a sua equipa e a sanha dos jogadores do Chelsea ao antigo técnico fez o resto. Os Red Devisl perderam com estrondo. Acontece até aos melhores. A humilhação foi o treinador português que a fez sozinho, com aquela chamada de atenção no final do jogo que só o espôs ao ridículo.

United levou banho de bola

De Gea, Blind e Smalling a defender com os olhos.

De Gea, Blind e Smalling a defender com os olhos.

Objetivamente, o que se passou no relvado de Stamford Brige conta-se em poucas palavras. O Chelsea tem um plantel muito superior ao Manchester United e ninguém tem mais consciência desse facto do que Mourinho. O português preparou a equipa para ir a Londres fazer algo semelhante ao que conseguiram em Liverpool. Mas houve duas variantes. Pedro marca em meio minuto e Antonio Conte tinha visto o jogo com os Reds. Em desvantagem, a estratégia inicial foi pelo cano abaixo. Os erros cometidos nesse minuto inicial arrasaram a confiança da equipa e preparam o terreno para o que se seguiria. O treinador italiano sabia o que esperar e estruturou a sua equipa de forma irrepreensível. A vontade que aquele plantel tinha de mostrar a Mourinho que estva melhor sem ele fez o resto.

Golpe fatal aos trinta segundos

Voltando ao princípio. O golo de Pedro não foi um erro isolado de Chris Smalling. Não que exista defesa para a exibição desastrosa do central do United, que teve participação em cada um dos quatro tentos sofridos pela equipa. Mas não foi o único. Daley Blind deixa-se ultrapassar e desiste do lance e a saída de De Gea é, no mínimo, intempestiva. É certo que sofrer um golo tão precocemente de forma tão embaraçosa abalou a confiança do grupo. É compreensível mas não é desculpável. Mesmo a defender com seis homens – Rashford a mudar de flanco para acompanhar Victor Moses – o Manchester United era um caos do ponto de vista defensiva. A cada canto conquistado pelos Blues era levar as mãos à cabeça e esperar que passe. Cahill faz o segundo a meio da primeira parte e os visitantes andavam à toa.

Não há Mata que lhes valha

O United perdeu com estrondo mas foi este gesto que expôs Mourinho ao ridículo.

O United perdeu com estrondo mas foi este gesto que expôs Mourinho ao ridículo.

Esperou-se para ver o que Mourinho poderia dizer e fazer para colocar a equipa nos eixos. Juan Mata entrou para a vaga de Fellaini o United passou a jogar em 4-4-2, com o espanhol descaído para a direita e Rashford mais próximo de Ibrahimovic. Os Red Devils ficaram mais equilibrados e melhorou a ligação entre setores mas animicamente as relações de poder mantiveram-se. Eden Hazard teve espaço para marcar mais do que uma vez e acabou por sentenciar o resultado aos sessenta e dois. Mas foi o golo de N’Golo Kanté, a entrar pela área do United a dentro a fintar adversários, a metáfora perfeita para o descalabro do conjunto de Manchester.

O treinador português levou uma lição de futebol em Stamford Bridge. Acontece aos melhores. A humilhação só chegou naquele gesto ridículo de ir pregar contenção aos festejos do rival. O Chelsea estava a vencer com estilo, a corresponder em pleno às aspirações do treinador, é legítimo que Antonio Conte peça o apoio das bancadas que não são propriamente as mais entusiastas da Premier League. Que Mourinho se melindre e tente fazer disso uma cortina de fumo para o falhanço evidente só o deixa ainda mais exposto.

Boas Apostas!