Inglaterra e País de Gales vão a jogo esta quinta-feira numa partida que está a ser caracterizada como um autêntico encontro de irmãos, pelas partilhas profundas nas origens da generalidade dos jogadores. Para os ingleses, esta não é uma experiência nova, mas para os galeses, que estão pela primeira vez num Campeonato Europeu, parece ser uma oportunidade para tentar provocar os seus irmãos maiores.
A Inglaterra contra os vizinhos

Bale em campo contra a Inglaterra
Encontrar os seus vizinhos num Europeu não é uma experiência nova para a seleção inglesa. Em 1988, os ingleses estrearam-se na prova a encontrar a República da Irlanda, que não só tinha a maior parte do seu grupo de jogadores a atuar em Inglaterra, como tinha no banco Jack Charlton, antigo internacional inglês. A experiência correu da pior forma para a Seleção Inglesa, que perdeu frente à novidade, com Ray Houghton, na altura jogador do Liverpool, a ser o marcador de um golo histórico.
Também em 1996, no Europeu que organizou, a Inglaterra teve que defrontar um país vizinho, na altura, a Escócia. Ambas as equipas tinham empatado na primeira jornada e procuravam uma vitória para ganhar vantagem na corrida ao apuramento. Correu bem para os homens da casa, que através de Shearer e Gascoine marcaram os golos da vitória, perante uma equipa que tinha dez jogadores a atuar nas ligas inglesas.
Agora, frente ao País de Gales, a história repete-se. Na equipa galesa, apenas três jogadores não atuam nas ligas inglesas, mesmo aqueles que representam o Swansea City. Será, dos vários vizinhos, o que mais integrado está na realidade dos ingleses, devido a este facto das suas principais equipas estarem incluídas nas provas da Federação Inglesa de Futebol. Também por isso, a ideia do encontro de irmãos se apropria mais do que nunca.
Oportunidade para provocação
Outro dos pontos em que este jogo surge como desequilibrado em relação a encontros de vizinhos anteriores é o facto de, desta vez, a grande estrela estar do lado do “irmão pequeno”. Gareth Bale, do Real Madrid, é o jogador com maior cartel neste jogo, reconhecido no mundo inteiro como o melhor jogador das Ilhas Britânicas. Logo, aproveitando-se da posição, aproveitou Bale para provocar as tropas adversárias, dizendo que nenhum dos elementos da seleção inglesa teria lugar na seleção galesa.
Verdade? Mentira? É preciso provar? Um inglês consciente daria uma boa gargalhada. A equipa do País de Gales entrou muito bem neste Euro, vencendo a Eslováquia e somando, desde logo, três pontos fundamentais para se colocar numa excelente posição com vista ao apuramento. Mas a realidade diz-nos que o facto de ter a atuar, como titulares, jogadores das divisões secundárias inglesas coloca em causa a afirmação de Bale.
Aquilo que o avançado do Real Madrid pretenderia apontar com isto é o tipo de entrega e capacidade de sacrifício que os galeses apresentam neste Euro. E aí, poderá Gareth Bale ter alguma razão. Para a generalidade dos jogadores da sua seleção, esta é uma oportunidade única, que deve ser aproveitada a fundo, sob o risco de não haver outra igual. Enquanto para os ingleses, é apenas mais um passo nas suas carreiras destinadas à glória. Que, no final, poderá não acontecer nunca. O que não deixa de ser uma boa história.
Boas Apostas!