Vitória de Guimarães, Rio Ave e Belenenses ocupam os primeiros lugares da tabela da Primeira Liga, devido à sua capacidade goleadora. No entanto, nem sempre é preciso ganhar para observar uma equipa a crescer. O Boavista será o melhor exemplo disso mesmo. Ter perdido com o Benfica, na segunda jornada, será o mal menor do que a equipa que Petit parece estar a ganhar.
Oportunidade em tempo de crise
Foi o golo de Eliseu que despoletou as mexidas de Petit ao intervalo. O Boavista, que tinha sido uma equipa encolhida nas suas linhas defensivas durante a primeira parte, também pela ação dos encarnados, soltou-se e terá tido uma imagem daquilo que poderão ser as panteras frente a equipas do seu campeonato. Mas as verdadeiras mudanças aconteceram com o técnico e ir ao banco buscar aqueles que, não parecem restar dúvidas, virão a ser titulares da equipa do Bessa muito em breve. Yoro Ly e Pouga foram dos últimos a chegar ao plantel, estando ainda em período de adaptação, e Brito vem de uma lesão. Com estes três elementos na frente de ataque, o Boavista ganha qualidade na exploração das faixas e encontra um pivô que, para além de capacidade de luta pelo espaço, tem também faro para o golo. A oportunidade não surgiu neste encontro, mas, pelo que se viu nos segundos quarenta e cinco minutos de jogo, há razões para ter esperança no futuro do Boavista.
Festa de golos
Tudo começou na noite de sexta-feira, com o Vitória de Guimarães a não poupar um Penafiel que parece ser o conjunto mais frágil, neste início de Primeira Liga. O conjunto vimaranense está muito forte, com Cafú e André André a formarem um meio-campo de betão, oferecendo espaço para que Alex, Hernâni e Bernard explorem, com a sua velocidade, criatividade e rebeldia, a frente de ataque. Tomané é um avançado esforçado, mas as conversas que apontam para o regresso de Amido Baldé poderão tornar letal este ataque.
Quem formou uma dupla para escrever história foram Renan Bressan e Hassan. O médio bielorrusso, nascido no Brasil, e o avançado egípcio foram os obreiros da derrota do Estoril Praia por 1-5. Péssimo início para José Couceiro, por sinal. Renan criou quatro golos, fazendo quatro assistências numa só partida, enquanto Hassan provou a sensação de marcar um hattrick. Artigos de luxo num encontro em que todos os remates do Rio Ave à baliza deram golo. A equipa de Vila do Conde parte assim para a segunda mão do playoff da Liga Europa com a confiança em alta, enquanto os estorilistas precisam de algo mais para estar ao nível do ano passado.
Muito melhor do que no ano passado está o Belenenses, que assegurou a segunda vitória em dois encontros, desta vez frente ao Nacional – outra das equipas que demora a encontrar-se. Miguel Rosa continua a ser o centro do universo em Belém, alimentando o bom futebol da sua equipa, enquanto Deyverson vai-se formando como um avançado de valor ao nível da Primeira Liga. Lito Vidigal consegue mesmo fazer omeletes com poucos ovos e dá um sinal de que tem condições para escapar ao fantasma da linha de água.




