Egito – Gana (Taça das Nações Africanas)
O que teremos pela frente? O jogo mais interessante da CAN, entre duas equipas bastante fortes que irão lutar para terminar em primeiro lugar do Grupo D, ou o jogo mais sensaborão da prova, entre um Gana que já está apurado e uma equipa egípcia que apenas precisa de um ponto para confirmar que segue em frente na prova? A grande dúvida estará prestes a encontrar resposta quando o árbitro apitar para o início do encontro. Parece mais ou menos seguro que estes são os dois conjuntos com mais potencial para seguir em frente. Ultrapassando dificuldades num relvado que deixa muito a desejar, comandos por técnicos que estão mais focados na organização da equipa e no garantir o apuramento (com pontos!), mas dispondo de plantéis com resposta para a exigência de jogar para o título. Por aquilo que vêm demonstrando, esta não será uma final antecipada. Mas não será de crer que nenhuma delas abdique de passar às eliminatórias com o primeiro lugar.
Será assim provável, para o Gana, não mexer muito na sua organização. Avram Grant tem banco, opções para rodar a equipa mantendo o nível elevado, mas não quererá correr o risco de perder a vantagem de ser primeiro – ainda que do Grupo C virão, em qualquer das eventualidades, adversários poderosos. Mas jogando muito com aquilo que é o estado mental dos jogadores e das equipas, uma derrota, mesmo quando o apuramento está garantido, é sempre algo a evitar em provas de curta duração. O Gana não tem sido a equipa dominadora que poderia ser, ou que se esperaria que pudesse ser. Ao contrário, os ganeses vão demonstrando algumas fragilidades, muito pela forma como o seu treinador pensa o jogo. Entrando em busca do golo, sempre que se encontra em vantagem o Gana desce o ritmo e busca, sobretudo, garantir que não cede golos. Com isso, expõe-se, mas, ao mesmo tempo, demonstra algumas das suas forças em termos de organização defensiva. Será nesse limbo entre querer manter o primeiro lugar, pontuando, e querer controlar os acontecimentos, que o Gana estará nesta partida.
Onze Provável: Razak Brimah – Afful, Mensah, Boye, Acheampong – Atsu, Acquah, Badu, Andre Ayew – Jordan Ayew, Asamoah Gyan.
É verdade que as exibições dos Egito nesta prova se têm revelado algo sofridas, com um empate demasiado calculista perante o Mali e um encontro com o Uganda que ficou resolvido apenas nos últimos minutos. Hector Cuper, no entanto, tem sido o mais racional possível sobre a passagem da sua equipa nesta prova, reconhecendo que joga, sobretudo, para garantir o apuramento, deixando a qualidade de jogo de lado perante o contexto em que se encontra. Ainda assim, mesmo com relvados em péssimas condições e adversários de um aparato físico superior, os faraós têm demonstrado as suas qualidades com bola, sendo uma equipa que sabe ter a posse e envolver o adversário na sua dinâmica. Não largando, nunca, a ideia de que é preciso, sobretudo, não sofrer golos, será interessante perceber como reagirá a equipa perante o adversário com maior ofensivo que terá enfrentando nesta CAN. Por outro lado, é de assinalar que o Egito jogará com os ouvidos naquilo que se passará na outra partida. Se o Mali não estiver em vantagem, a equipa egípcia não precisará sequer de se preocupar com o seu resultado…
Onze Provável: El Hadary – Ahmed Fathy, Ali Gabr, Hegazi, Abdul Shafy – Elneny, Tarek Hamed – Trézéguet, Salah, Sobhi – Marwan Mohsen.
As duas equipas defrontaram-se há poucos meses, em jogo do apuramento para o Mundial 2018, com o Egito a jogar em casa e a vencer por 2-0. Na final da CAN2010, foi também o conjunto egípcio que saiu vencedor do confronto com os ganeses.
Um jogo muito interessante, com o Gana a gerir a sua vantagem e o Egito, sem largar as precauções, a tentar jogar a sua cartada final para terminar em primeiro lugar do grupo.