A Major League Soccer tem tido, esta temporada, muito maior acompanhamento pelos meios de comunicação mundiais, crescendo ao ritmo da chegada das transmissões regulares por toda a Europa (através da Eurosport), das Ilhas Britânicas (com a Sky Sports) e ao Brasil (Sportv), só para mencionar os mercados que nos são mais próximos. As primeiras quatro jornadas serviram, assim, para nos apresentar uma primeira ideia daquilo que podemos esperar para o campeonato do “soccer”, sendo que o que acaba por nos saltar aos olhos é o enorme equilíbrio que se regista entre todos os conjuntos.
Apenas quatro jogos e já todos perderam pontos
Foram precisas apenas quatro jornadas para que todas as equipas da MLS perdessem pontos. São os líderes das respetivas Conferências que apresentam o melhor aproveitamento, com o FC Dallas a somas três vitórias e um empate no Oeste, enquanto os New York Red Bulls apresentam duas vitórias e um empate no Este, com menos um jogo disputado. A equipa texana deve boa parte deste sucesso inicial ao guarda-redes Seitz, que sofreu só um golo, número apenas superado por Clint Irwin, dos Colorado Rapids, que em três partidas não sofreu golo nenhum – os Rapids contam com empates a zero em todos os três jogos disputados. Na frente de ataque dos texanos, a experiência do panamiano Blas Pérez e a juventude do canadiano Akindele vão fazendo lei.
Já no Este, apesar do New York City de David Villa ser a sensação em termos de reconhecimento dos adeptos, é a outra equipa da cidade da Big Apple quem vai andando na frente. Os New York Red Bulls vivem um ano de profunda reformulação, com uma mudança profunda no plantel e a insatisfação de um grande grupo de adeptos, mas com Bradley Wright-Phillips na frente da ataque, continua a saber-se ganhar. Para além disso, apesar de serem jogadores de perfil menos reconhecido, Sacha Klejstan e Felipe Martins providenciam muito talento para o meio-campo dos Red Bulls e capacidade de continuar a marcar posição num campeonato onde todos sentem poder ganhar a qualquer adversário.
Quem faz figura?
Marcando um posicionamento igualmente equilibrado, tal como na tabela da classificação, ao fim de quatro jornadas encontramos cinco jogadores com três golos marcados na frente da tabela dos melhores marcadores. Cada um deles, ao seu jeito, marca um estilo e um momento na MLS. Wondolowski, dos San Jose Earthquakes, e Clint Dempsey, dos Seattle Sounders, são figuras do futebol do Estados Unidos. O primeiro com maior experiência neste campeonato, o segundo com uma longa caminhada pela Europa. Depois, temos Blas Pérez, do FC Dallas, e Octavio Rivero, dos Vancouver Whitecaps, de gerações diferentes, mas ambos a oferecerem o perfume latino-americano que é uma das constantes desta prova. Finalmente, o nigeriano Fanendo Adi, dos Portland Timbers, é o típico ponta-de-lança longilíneo, que através da sua capacidade física, aliada à velocidade, encontra os espaços certos para se transformar em golo.
Da parte das estrelas internacionais também não nos poderemos queixar. Kaká tem sido dono e senhor da equipa dos Orlando City, demonstrando que chegou aos Estados Unidos para continuar a marcar tendência como um dos grandes artistas do futebol mundial e não apenas para se preparar para a reforma. De igual forma, David Villa tem sido preponderante para os New York City, não podendo espantar que a sua ausência na última jornada, devido a lesão, tenha coincidido com a primeira derrota da sua equipa. Finalmente, Giovinco vai encontrando espaço no Toronto FC para reivindicar uma posição na seleção italiana. Desta vez falhou a chamada de Conte, mas à medida que se ambienta ao “soccer”, tudo indica que possa vir a ter nova oportunidade.
Terreno fértil para encontrarmos possíveis referências futuras para o futebol norte-americano, a MLS apresenta-nos, para já, a confirmação de alguns valores que vêm conquistando espaço. Harry Shipp, dos Chicago Fire, será o tipo de jogador mais inesperado neste lado do Atlântico, já que sendo baixinho e extremamente talentoso, vai abrindo caminhos para liderar a sua equipa e tentar um lugar numa seleção habituada a “colossos” físicos. Quem já é figura na seleção é Zardes, avançado dos Los Angeles Galaxy que, aos 23 anos, já foi fundamental para o título do ano passado. Nesta temporada, apesar de ter apenas um golo marcado, já vai demonstrando porque é titular no onze de Jurgen Klinsmann. Cameron Porter, rookie que se estreou este ano com a camisola do Montreal Impact, parecia prometer bastante, mas uma lesão fará com que fique fora de competição durante o resto da temporada.