A Croácia estava a poucos minutos de fechar a passagem aos oitavos de final, com uma segunda vitória, justíssima, sobre os checos. Mas os adeptos croatas resolveram deitar petardos para o relvado e o jogo chegou mesmo a ser interrompido. A Croácia voltou à partida claramente desconcentrada e Vida faz o penálti que permitiu à República Checa a igualdade. Tudo em aberto para a última jornada, em que a Croácia enfrenta a Espanha. E não se livram do castigo da UEFA. Com adeptos assim quem precisa de adversários?
Rakitic diz presente
A Croácia entrou no segundo jogo decidida a manter a fasquia elevada que lhe tinham valido rasgados elogios. É fácil gostar desta equipa. Tem fluidez, entrosamento, talento excecional e aquela simpatia natural que dedicamos aos que correm por fora. Rosicky não esteve feliz. Sem ritmo e a falhar passes não conseguiu impulsionar os companheiros para a frente. A República Checa continuava sem conseguir explanar o seu jogo e fazer aquilo que a empurrou até França: as saídas rápidas para o ataque. Inteiro mérito para o meio-campo croata. Muito pressionante, caindo imediatamente sobre o homem da bola.
Ivan Rakitic não quis ficar na sombra de Modric e abriu o livro. Preencheu o meio campo checo com dinamismo e inteligência, num momento ou outro Peresic sentiu até dificuldade em acompanhá-lo. Acabou por ser o avançado do Inter a abrir o marcador e o golo foi a melhor coisa que podia ter acontecido à partida. Os checos soltaram-se e o duelo passou a fazer-se a campo inteiro. Com mais espaços Rakitic fez o segundo golo e a Croácia tinha não só o jogo como o apuramento para os quartos de final garantido.
Modric continua o recital
Luka Modric sai aos sessenta e dois minutos por precaução, tocado. Mas no tempo que passou no relvado voltou a encher as medidas. A cobertura que garante, a visão de jogo, mesmo que se note em muitos lances uma certa contenção para não invadir espaços mais adiantados. Para o seu lugar entrou Kovacic e a equipa baixou logos uns furos. A culpa não é de quem o rendeu, Modric não tem substituto. A entrada de Skoda mexeu na República Checa, para melhor, e quinze minutos do fim do Slavia de Praga reduziu para 2-1. Começa a confusão nas bancadas. Chovem petardos para o relvado.

Com a Croácia a controlar o jogo os adeptos lutam entre si e lançam petardos para o relvado.
A rasteira veio das bancadas
Para tudo dentro do relvado em estupefação. Ninguém acredita no que vê e o árbitro não tem alternativa senão apelar aos jogadores que se afastem, por segurança, enquanto os assistentes tratam de retirar os engenhos incendiários. Os croatas em campo abanam a cabeça, desolados. Se custa a quem está de fora entender o absurdo de supostos adeptos sabotarem assim, às claras, a equipa que dizem apoiar, deve ser muito mais difícil de processar para quem está lá dentro. Param os petardos mas a violência continua nas bancadas. No retomar da partida a Croácia está sem cabeça, claramente afetada pela rasteira vinda de quem menos esperavam. Já em tempo de descontos, Vida mete a mão à bola e o árbitro aponta para a marca de grande penalidade. Necid, também ele vindo do banco, empata a dois e deixa tudo em aberto para a última jornada.
A Croácia teve o jogo na mão e acaba a dividir os pontos. Com todo o respeito para os checos, o empate não é merecido. E sem a perturbação que veio das bancadas não teria acontecido. Com adeptos assim, quem precisa de adversários?
Boas Apostas!