Seis pontos de diferença entre o primeiro e o décimo-primeiro classificado colocam em evidência o equilíbrio e incerteza reinantes nesta fase inicial da Premier League. Em apenas sete jogos, enquanto alguns dos favoritos vão revelando dificuldades com os novos treinadores, são as equipas que mantiveram os líderes que sobem ao topo. Pelo menos, até ver…
No Arsenal de Arséne Wenger, o bom momento tem dois apelidos. Por um lado, Olivier Giroud reencontrou-se com os golos em Inglaterra, sendo, por agora, um dos avançados mais concretizadores da competição. Mas, definitiva para o sucesso dos Gunners é a chegada de Ozil, vindo do Real Madrid. O alemão oferece talento como não se via desde a saíde de Fabregas da equipa, devolvendo, também, o ascendente de confiança a um conjunto que parecia dedicado a entregar-se à luta pela Liga dos Campeões. Apesar do empate frente ao West Bromwich, este fim-de-semana, o Arsenal segue na frente.
Classe de Ozil em Inglaterra
Consigo, outro dos renascidos da Premier, o Liverpool. Sturridge e Suarez são dois jogadores de grande qualidade perto da área adversária, oferecendo uma capacidade concretizadora difícil de parar. Para além disso, o conjunto de Brendan Rodgers confiou na chegada de Kolo Touré para liderar na defesa e, até agora, tem-se dado muito bem. Empatado com o Arsenal na frente da Liga, o Liverpool promete dar luta e regressar, muito em breve, ao nível da Liga dos Campeões. Isto, se não puder, mesmo, estar na luta pelo título.
O Tottenham mereceria partilhar a frente com estas duas equipas, não fosse a goleada de 0 a 3 sofrida em casa, este fim-de-semana, frente ao West Ham. André Villas-Boas beneficia de um grupo bastante mais coeso e consistente do que em épocas anteriores, mas não conseguiu evitar uma tarde negra frente ao rival West Ham. Com isso, perdeu também o comboio da liderança, estando agora em sexto lugar, a três pontos dos líderes.
Três casas com novo treinador
Manchester United, Manchester City e Chelsea. As três equipas que conquistaram os últimos nove campeonatos ingleses mudaram, este verão, de treinadores, lutando, cada uma delas, com algumas dificuldades iniciais na adaptação aos métodos dos recentes líderes.
Quanto valem Van Persie e Rooney ?
O United é quem vive a mudança mais radical, depois de mais de duas décadas sob a liderança de Alex Ferguson. David Moyes fez um excelente trabalho no Everton mas precisará de tempo para evoluir na sua nova estrutura, que não conseguiu reforçar-se ao mesmo nível dos concorrentes. Assim não será de espantar as dificuldades da equipa neste início de uma época que será, necessariamente, de transição: Van Persie e Rooney são os dois elementos que parecem capazes de disfarçar a distância entre o United e as restantes equipas no topo da tabela.
O City esperava impacto positivo imediato da parte de Pellegrini, mas também o chileno se vai tentando adaptar a Inglaterra, enquanto na Liga dos Campeões, ter o Bayern de Munique como adversário não é ajuda para ninguém. Os Citizens têm o melhor ataque da prova, com uma frente ofensiva que se vai repartindo entre Dzeko, Aguero e Negredo, mas com lesões nas linhas mais recuadas, não consegue manter-se ao nível esperado. Ainda assim, e tendo em conta o grande equilíbrio verificado nas jornadas iniciais, está a apenas três pontos dos líderes.
Quem lida melhor com a troca na liderança é o Chelsea, ainda que, no caso dos Blues, se trate de um regresso a casa. José Mourinho tenta alinhar o grupo de veteranos do plantel, que já conhecia de experiências passadas, com outro grupo de atletas muito jovem e que promete, ao seu técnico, um futuro capaz de lutar por títulos. Este ano, o Chelsea tentará estar na luta, ainda que com alguns altos e baixos previstos. A equipa já perdeu um dos jogos da Liga dos Campeões, em casa, com o Basileia, pelo que agradecerá esta pausa para tentar reposicionar-se em relação aos desafios futuros.
Sinal mais
Mauricio Pochettino foi uma escolha muito arriscada para o Southampton, a meio da temporada passada, mas o argentino tem vindo a demonstrar a sua qualidade enquanto técnico, adaptando-se, na perfeição, ao futebol inglês. O Southampton vai-se medindo com as equipas do topo da tabela, também graças a um calendário que o permitiu evitar todos os tubarões da Liga nestas jornadas iniciais, mas com apenas dois golos sofridos em sete jogos, promete ser um osso duro de roer.
Sinal menos
Paolo Di Canio era um desastre à espera de acontecer. Infelizmente para o Sunderland, já aconteceu. Os estranhos métodos do italiano salvaram a equipa da descida no ano passado, mas os jogadores não aguentaram mais de dois meses nesta temporada. Apenas um empate em sete jogos faz do Sunderland o último classificado, tentando utilizar esta semana de paragem para recuperar uma equipa que esteve totalmente desligada até aqui. No Stadium of Light espera-se que essa não seja uma missão impossível.
Boas apostas!
