Estar num grupo forte também pode ter efeitos positivos e o facto é tanto a República Checa como a Turquia ainda não estão fora dos oitavos de final. Com um triunfo, os checos podem mesmo chegar ao segundo lugar. Mas terão que o fazer sem Rosicky, forçado a abandonar por lesão. Do lado turco a esperança é ténue mas existe. Os três pontos ainda podem valer uma repescagem. E seria mais fácil conquistá-los sem os assobios a Arda Turan.

Com lesão muscular na coxa o capitão Tomas Rosicky disse adeus ao Euro 2016.

Com lesão muscular na coxa o capitão Tomas Rosicky disse adeus ao Euro 2016.

Um ponto para reanimar os checos

Toda a polémica com o comportamento dos adeptos croatas acabou por abafar o facto da República Checa se ter mantido viva na luta pelo apuramento no Grupo D. Não se sabe se sem aquelas perturbações, que afetaram a concentração da Croácia, o resultado seria o mesmo. Mas é certo que na fase final do encontro, ainda antes dos incidentes, o aperto em que se encontravam libertou os checos. Sentindo uma certa quebra no adversário, após a saída de Modric, a equipa de Pavel Vrba avançou no terreno. Mostrou vislumbres das transições rápidas que lhe tinham valido a qualificação e foram sobretudo importantes os homens que vieram do banco. Porque a essa determinação juntavam pernas frescas. O primeiro golo, de Milan Skoda, foi importantíssimo na motivação, ao encurtar as distâncias.

Rosicky abandona por lesão

Um ponto é o pé que ainda permite forçar a porta. Mas para ter alguma possibilidade a República Checa tem que vencer a Turquia. Em teoria, dois pontos podem ser suficientes para um terceiro se qualificar, mas é altamente improvável. De qualquer forma, os checos terão que o fazer sem o seu capitão. Tomas Rosicky não joga mais neste Euro 2016, devido a uma lesão na coxa. Foi dele a assistência para o primeiro golo frente à Croácia mas abandonou o relvado agarrado à perna. A ressonância magnética confirmou a seriedade do problema e não se prevê que possa voltar ao ativo em menos de três semanas.

Três pontos podem salvar a Turquia

Turan ouvia assobios dos adeptos cada vez que a bola lhe tocava os pés.

Turan ouviu assobios dos adeptos turcos cada vez que a bola lhe passava pelos pés.

A Turquia ainda está a zeros. Perdeu com a Croácia no jogo de estreia e voltou a ceder os três pontos no segundo compromisso, aí de forma bem mais flagrante, diante da Espanha. E preciso força mental para não desabar ao sofrer três golos em menos de um quarto de hora e os turcos fizeram o possível. Mas tudo se torna muito mais complicado com a pressão dos adeptos vinda das bancadas. O alvo preferencial foi mesmo Arda Turan, a ouvir assobios sempre que a bola lhe passava pelos pés. Uma atitude tão dura até provocou a reação dos espanhóis, que passaram a cantar o nome do jogador do Barcelona. Custa aos adeptos perceber que um jogador chegue à seleção e não renda da mesma forma que nos clubes onde alinha, sobretudo quando são as maiores estrelas. É injusto porque também neste caso é pedido a Arda que desempenhe funções que normalmente não são as suas.

Fatih Terim já veio dizer que os assobios são injustificáveis e pediu aos verdadeiros apoiantes da Turquia que não desistam da equipa neste embate frente aos checos.

República Checa e Turquia recusam atirar a toalha ao chão, enquanto for matematicamente possível a passagem aos oitavos de final. Um empate não interessa a ninguém. Mandaria os turcos para casa, sem apelo nem agravo. E os checos ficariam dependentes de uma improvável conjugação de resultados para conseguirem ser repescados.

Boas Apostas!