Começamos hoje a apresentar os perfis das seleções que vão participar na Taça das Nações Africanas 2017, focando a nossa atenção no Grupo A, onde para além do país organizador, Gabão, e dos estreantes da Guiné-Bissau, único país de língua oficial portuguesa presente, estão duas seleções com experiência e potencial para procurar uma oportunidade de brilhar nesta prova, o Burkina Faso e os Camarões.
Burkina Faso
Desde 2010 que o Burkina Faso é visto como uma potencial surpresa da CAN, mas apenas uma vez conseguiu brilhar ao nível que promete. Foi em 2013, onde a derrota na final a impediu de atingir o seu primeiro título internacional. A história burquinesa tem levado a que, nas várias participações, atinja as meias finais (98 e 2013) ou não ganhe qualquer jogo. Jonathan Pitroipa é, hoje, um jogador bastante mais experiente e capaz para abordar as expetativas criadas à sua volta, mas a maior força desta seleção orientada pelo português Paulo Duarte passa pela sua defesa, onde Bakary Koné e Charles Kaboré lideram as respetivas linhas.
Camarões

Aboubakar assume responsabilidade no ataque
Depois de dominar na primeira década desde século, com dois títulos (2000 e 02) e uma final (08), a seleção camaronesa entrou num período de crise, apesar de conseguir entrar nos últimos dois mundiais. Dificuldades para juntar todos os jogadores e formar uma equipa forte para lutar pelo título serão a grande imagem de marca dos camaroneses, que chegam ao Gabão com duas excelentes apostas para o ataque, Aboubakar e Moukandjo, e um líder defensivo, o central Nicolas Nkoulou, para além do guarda-redes Fabrice Ondoa, que poderá ser uma das revelações jovens da prova. Esses valores poderão ser o suficiente para ver a equipa ultrapassar um Grupo A muito equilibrado, mas a falta de liderança técnica – Hugo Broos é pouco convincente – será uma das suas principais fragilidades.
Gabão

Aubameyang é o craque do grupo
Voltando a organizar a prova no seu país, contando com Aubameyang, um dos melhores jogadores africanos, e dispondo de um plantel com boas opções para todas as posições, o Gabão bem que pode ser visto como um dos potenciais favoritos à vitória, ainda que o seu melhor resultado sejam os quartos-de-final de 2012, quando também disputou a prova “em casa”. No entanto, as novelas ligadas aos seus treinadores não deixam de lançar alguma preocupação quanto ao que esperar desta equipa. Jorge Costa foi afastado em novembro, José Garrido ficou como interino e José António Camacho chegou, à beira do início da prova, para comandar os gaboneses. No entanto, não é claro que o espanhol esteja satisfeito com o que veio encontrar. O guarda-redes Didier Ovono, o defesa-central Ecuélé Manga e o médio Mario Lemina poderão ser os atores secundários de um ataque ao primeiro títulos dos gaboneses.
Guiné-Bissau

Zezinho representa os estreantes guineenses
Estreante e grande surpresa dos países que participam nesta prova, a Guiné-Bissau era uma das piores seleções do continente e, depois do trabalho iniciado por Paulo Torres (que saiu em fevereiro) e terminado pelo veterano Baciro Candé, entra na CAN como o convidado desconhecido. Para o público português, no entanto, esta é uma das equipas que terá mais nomes familiares, por muitos alinharem ou terem alinhado em equipas portuguesas e, inclusive, casos como o de Saná, que representou Portugal num Mundial de Sub-20. As figuras guineenses estão no seu meio-campo, com Ca e Zezinho a serem os elementos responsáveis pelo equilíbrio da equipa, com Toni Silva, no ataque, a ser o elemento mais esclarecido. Equipa de pendor muito defensivo, terá naturais dificuldades para se afirmar.
A nossa aposta
Apesar dos problemas com o treinador, o Gabão parece ter garantida a presença entre os dois primeiros classificados, com o jogo entre Burkina Faso e Camarões, logo na jornada inaugural, a ser fundamental para conhecermos quem acompanhará os gaboneses. Ambos, burquineses e camaroneses, têm jogadores experientes, com a equipa de Paulo Duarte a parecer estar ligeiramente mais bem apetrechada. Para a Guiné-Bissau, a estreia na prova promete ser complicada, com a busca de um ponto a ser um objetivo mínimo a alcançar.
Boas Apostas!